Médica psiquiatra graduada e especializada em psiquiatria pela Faculdade de Medicina de Marília - SP (FAMEMA - autarquia...
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Especializada em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), a psicóloga Lala Fonseca também se formou em Psicofarmacologia...
iO que é Agorafobia?
A agorafobia é uma condição associada ao medo desproporcional de sofrer possíveis situações desagradáveis em locais públicos, sem uma maneira de sair facilmente ou em que seria muito difícil buscar ajuda. Normalmente se desenvolve após a ocorrência de alguns episódios de ataques de pânico — em que a pessoa passa a enxergar eventos semelhantes como ameaçadores.
Isso faz com que ela deixe de frequentar alguns locais e atividades do cotidiano tornam-se muito difíceis de realizar. A psiquiatra Maria Fernanda Caliani explica que, em função disso, a pessoa tem medo de sair do lugar em que ela considera seguro, como a própria casa.
Causas
A agorafobia pode se desenvolver sem nenhuma causa aparente, mas é comum de ser desencadeada por ambiente ou situações extremamente estressantes, abuso de substâncias químicas ou a existência de outros transtornos de ansiedade, de acordo com Maria Fernanda. A síndrome do pânico, por exemplo, é um importante fator de risco para o surgimento da condição.
Indivíduos com a síndrome sofrem de crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado de que algo ruim aconteça, mesmo que não exista razão para isso ou sinais de perigo iminente, com sintomas físicos intensos — como aumento da frequência cardíaca, falta de ar, desmaio, dor no peito e outros. O medo de ter novas crises no futuro faz com que a pessoa desenvolva agorafobia.
Sinais
Para o diagnóstico ser feito, o quadro de medo e ansiedade precisa durar pelo menos seis meses. Exemplos comuns de situações ou lugares que provocam os sintomas incluem ficar em uma fila de banco ou supermercado, sentar na sala de aula e usar o transporte público, como ônibus ou aviões. O quadro também pode surgir em multidões ou locais fechados e apertados, como elevadores.
Segundo Maria Fernanda e Lala Fonseca, psicóloga e especialista em burnout e ansiedade, os indivíduos podem apresentar os seguintes sintomas:
- Taquicardia;
- Medo intenso;
- Formigamentos;
- Tontura;
- Formigamentos pelo corpo;
- Falta de ar;
- Dor no peito;
- Suor excessivo;
- Náusea;
- Diarreia.
“Não há necessidade em ter todos os sintomas, porém alguns associados aos sintomas psicológicos de medo, baixa autoestima, insegurança e ansiedade são suficientes para serem considerados clinicamente comprometedores”, aponta Lala.
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Diagnóstico
O diagnóstico da agorafobia é clínico e baseia-se nos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. O paciente deve apresentar medo acentuado persistente ou ansiedade nas seguintes situações, de acordo com o Manual MSD:
- Uso do transporte público;
- Estar em espaços abertos;
- Estar em um local fechado;
- Ficar na fila ou no meio da multidão;
- Estar sozinho fora de casa.
Nesses casos, o medo e a ansiedade provocam sofrimento significativo e prejudicam o funcionamento social e ocupacional do paciente. “Todas essas situações quase sempre vão provocar medo e ansiedade nas pessoas que tem agorafobia. Elas passam a evitar cada vez mais ou exigir a presença de um acompanhante”, acrescenta Maria Fernanda.
Buscando ajuda médica
A agorafobia pode limitar severamente a capacidade de uma pessoa de realizar as atividades diárias, como trabalhar, socializar e participar de eventos importantes. Em alguns casos, o paciente com a condição sequer conseguem sair de casa.
Por isso, no pequeno indício da agorafobia (e de transtornos preexistentes, como síndrome do pânico), é essencial procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. Com o tratamento adequado, é possível controlar a ansiedade e o medo extremo.
Tratamento
O principal tratamento para a agorafobia é a terapia cognitivo-comportamental, especialmente para pacientes que não conduzem sua própria forma de terapia de exposição — como ocorre em alguns casos.
Segundo o Manual MSD, a terapia ensina os pacientes a reconhecer e controlar seus pensamentos distorcidos e suas crenças falsas. “O paciente precisa reequilibrar internamente seus pensamentos, suas crenças e até as situações previamente vivenciadas como ruins”, esclarece Lala.
Em alguns casos, Lala explica que há necessidade em medicação psiquiátrica para as situações aterrorizantes tornarem-se mais amenas e o paciente conseguir desenvolver a aprendizagem adquirida na terapia.
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Referências
Lala Fonseca, pós graduanda em psicologia clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e Terapeuta há 14 anos com abordagem Cognitiva Comportamental — CRM 06113289
Maria Fernanda Caliani, médica psiquiatra graduada e especializada em psiquiatria pela Faculdade de Medicina de Marília - SP (FAMEMA - autarquia estadual) — CRM 140770