Sou formada desde 2011 pela Unibrasil, em Curitiba-PR. Atualmente estou me especializando no atendimento de crianças e a...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iGraduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde também realizou mestrado em Psiquiatria. Doutor e...
iO que é Bulimia?
A bulimia, ou bulimia nervosa, é um distúrbio alimentar grave caracterizado pelo consumo rápido e repetido de grandes quantidades de alimentos seguido por tentativas de compensar o excesso consumido. Essa compensação pode ser feita por episódios de vômito ou abuso de laxantes para evitar o ganho de peso. Pode levar a um transtorno alimentar e a um distúrbio de imagem.
Diferença entre bulimia e anorexia
A anorexia é um distúrbio alimentar resultado da preocupação exagerada com o peso corporal, em que o paciente realiza atividades físicas em excesso ou restrição alimentar rigorosa com medo de engordar. Já a bulimia é a prática de hiperfagia (ingestão exagerada de alimentos) seguida de comportamentos compensatórios, muitas vezes usando indução ao vômito e laxantes.
Saiba mais: Qual a relação entre bulimia e compulsão alimentar?
Causas
A causa exata da bulimia ainda é desconhecida. Trata-se de um transtorno de alimentação e, por isso, muitos fatores podem estar envolvidos nos motivos que levam à sua ocorrência. O culto ao corpo magro e o desprezo às pessoas acima do peso pregado pela indústria da beleza e da moda podem ser fatores que levam milhões de pessoas em todo o mundo a apresentar quadros de bulimia.
Saiba mais: Bulimia nervosa: quando a busca pela beleza vira doença
Sinais
Sintomas de bulimia nervosa
Os sintomas de bulimia nervosa mais comuns são:
- Preocupação excessiva com o peso e com a silhueta
- Ter medo de ganhar peso
- Perder o controle sobre o que come
- Comer alimentos com alto teor de açúcar e de gordura em excesso até sentir desconforto ou dor
- Ir ao banheiro imediatamente após as refeições
- Forçar o vômito após comer
- Fazer uso de diuréticos e laxantes após comer
- Usar suplementos diários de perda de peso
A bulimia também leva a desconforto interpessoal pela necessidade frequente de esconder o comportamento ou por eventuais pressões de familiares e companheiros que se dão conta do transtorno alimentar.
Diagnóstico
Quando há suspeita de bulimia, o médico deverá realizar um exame físico completo do paciente e solicitar um exame de fezes e um exame de urina. É comum também que haja necessidade de avaliação psicológica, uma vez que bulimia é um distúrbio alimentar muitas vezes relacionado ao psicológico.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da bulimia envolvem:
- Mulheres jovens: a bulimia afeta muito mais mulheres do que homens e é mais comum em mulheres adolescentes e em jovens adultas
- Genética: também pode ser um fator de risco para a bulimia. Estudos mostram que ter um parente com bulimia pode favorecer o desenvolvimento da doença. No entanto, ainda não está certo se é um fator genético que predispõe à bulimia ou o comportamento familiar que favorece a doença
- Deficiência de serotonina: acredita-se também que a deficiência de serotonina, um neurotransmissor diretamente relacionado à sensação de prazer, pode estar relacionada à bulimia
- Influência midiática: a influência do padrão de beleza exibido nas redes sociais é um dos maiores fatores
Buscando ajuda médica
Caso um familiar ou alguém próximo a você esteja com sintomas de bulimia, converse com essa pessoa. Muitas vezes o paciente não tem consciência de que está passando por dificuldades e precisará de apoio para superar. Contudo, é importante não forçar uma decisão ou atitude sem que a pessoa se sinta confortável.
Tratamento
As opções de tratamento disponíveis para bulimia incluem:
- Grupos de apoio podem ser úteis para pacientes em condições estáveis, que não têm nenhum problema de saúde
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
- Terapia nutricional
- Uso de antidepressivos
- Hospitalização em caso de anorexia e depressão e necessidade de medicamentos para ajudar na interrupção da purgação (evacuação provocada por um purgante)
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de bulimia são:
Tem cura?
Apesar de ser uma doença com efeitos a longo prazo, a bulimia tem cura. No entanto, muitas pessoas ainda apresentarão alguns sintomas, mesmo com o tratamento.
Prevenção
Apesar de não haver um meio 100% garantido de se prevenir da bulimia, é sempre possível evitar o contato com alguns fatores contribuintes, como:
- Cultive sempre a ideia de um corpo saudável com seu filho ou filha, independente da silhueta ou do peso
- Converse com o pediatra da criança ou adolescente. Eles podem notar desde cedo algumas indicações de distúrbios alimentares e as melhores maneiras de evitar que eles se desenvolvam
- Converse com um médico também se souber de algum parente da família que já teve ou tem algum tipo de distúrbio alimentar. A pessoa pode ajudar a aprender desde cedo a lidar com a questão e a impedir que o problema evolua também
Convivendo (Prognóstico)
Confira algumas recomendações que pacientes com bulimia devem levar em conta durante o tratamento:
- Siga à risca as orientações do médico e o tratamento
- Siga uma dieta saudável, devidamente orientada por um especialista
- Informe-se bastante sobre bulimia, frequente grupos de apoio e saiba das consequências que podem ser geradas
- Procure ajuda médica em caso de recaída
- Tenha paciência consigo mesmo
- Exercite-se, mas com cautela. Siga sempre as orientações dos médicos
Complicações possíveis
A bulimia pode ser perigosa e levar a complicações médicas graves ao longo do tempo, como:
- Constipação
- Desidratação
- Cáries
- Desequilíbrios eletrolíticos
- Hemorroidas
- Pancreatite
- Inflamação na garganta
- Rasgos no esôfago devido ao excesso de vômitos
- Ansiedade
- Depressão
Referências
Associação Brasileira de Psiquiatria