Médico infectologista graduado pela Universidade Federal de Goiás. Fez residência médica em infectologia pelo Instituto...
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O que é Chikungunya?
A chikungunya é uma doença causada pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue, como febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço.
A grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.
Causas
O contágio da chikungunya acontece pela picada do mosquito contaminado com o CHIKV - sigla dada para o vírus causador da doença. Após entrar em contato com o vírus, o mosquito pode transmitir a chikungunya durante toda a sua vida.
Chikungunya é transmissível?
A chikungunya não é transmitida de pessoa para pessoa. O ciclo de transmissão ocorre com a fêmea do mosquito depositando seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos.
Uma vez que o indivíduo é picado, leva no geral de dois a 12 dias para a febre chikungunya se manifestar. A picada não é percebida, já que não provoca dor ou coceira quando ocorre.
Além de transmitir dengue e chikungunya, a fêmea do Aedes aegypti também carrega o vírus responsável pelo Zika vírus.
Sintomas
Os principais sintomas da chikungunya são:
- Febre
- Dor nas articulações
- Dor nas costas
- Dor de cabeça
Outros sintomas incluem:
Saiba mais: Como tratar as erupções na pele causadas pela dengue?
Diagnóstico
O diagnóstico da chikungunya é feito por meio de análise clínica e de exame sorológico. A partir de uma amostra de sangue, os especialistas buscam a presença de anticorpos específicos para combater o vírus CHIKV. Isso indica que o microrganismoestá circulando pelo corpo e que o organismo está tentando combatê-lo.
Para diferenciar febre chikungunya da dengue, outros exames podem ser feitos:
- Testes de coagulação
- Eletrólitos
- Hematócrito
- Enzimas do fígado
- Contagem de plaquetas
Saiba mais: Plaquetas altas: o que pode ser e como identificar
Tratamento
Não há tratamento específico para a chikungunya. O foco é no cuidado dos sintomas, como o uso de medicamentos antitérmicos em caso de febre. Em alguns quadros, é necessária internação para hidratação endovenosa e, nos casos graves, tratamento em unidade de terapia intensiva.
Como na dengue, pacientes com chikungunya devem evitar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada. Esses medicamentos têm efeito anticoagulante e podem causar sangramentos. Outros anti-inflamatórios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam) também devem ser evitados.
Prevenção
O mosquito Aedes aegypti coloca suas larvas em água parada. Por isso, evitar focos de reprodução desse vetor é a melhor forma de prevenir a chikungunya. Outras dicas incluem:
- Evite o acúmulo de água
- Coloque areia nos vasos de plantas
- Limpe as calhas
- Coloque tela nas janelas
- Seja consciente com seu lixo
- Use repelentes em locais com muitos mosquitos
Complicações possíveis
Sequelas da chikungunya
Após os primeiros dez dias de infecção por chikungunya, a maioria dos pacientes apresenta uma melhora na saúde geral e na dor articular. Porém, após este período, uma recaída dos sinais pode ocorrer em alguns casos, gerando sintomas reumáticos.
Isso ocorre, na maioria das vezes, entre dois e três meses após o início da doença. Alguns pacientes também podem desenvolver distúrbios vasculares periféricos, como a síndrome de Raynaud.
O sintoma persistente mais comum é a dor nas articulações decorrente de inflamação, geralmente as mesmas articulações afetadas durante os estágios agudos. Outros sintomas, como cansaço e fraqueza, podem persistir após a fase aguda da doença.
Referências
Livio Dias,infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana
Ministério da Saúde
Modificado a partir de: UJVARI, Stefan Cunha. Pandemias - A humanidade em risco; Editora Contexto, 2011; P53-69.
Stefan Cunha Ujvari, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz