Ortopedista e especialista em tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo. Atual...
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Mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), Daniel Lerario ainda é especialista em Endocrinologia pela S...
iO que é Osteomalácia?
A osteomalácia é uma doença caracterizada por problemas na formação do osso - o que resulta em uma mineralização incompleta e, consequentemente, em dores no corpo, fraturas e deformações. Tudo, na maioria das vezes, por conta da deficiência de vitamina D.
Diferença entre osteomalácia, raquitismo e osteoporose
De acordo com o ortopedista Layron Alves, a osteoporose é a mais diferente de todas, porque, ao contrário da osteomalácia e do raquitismo, ela não está ligada à má formação do osso, mas, sim, à perda de massa e de densidade óssea pela falta de cálcio no organismo.
Isso não significa, no entanto, que osteomalácia e raquitismo são a mesma coisa. A diferença entre essas duas doenças é que a primeira atinge a base dos ossos e, por isso, pode acontecer em qualquer faixa etária, enquanto a segunda acomete a placa de crescimento ósseo, afetando apenas crianças.
Causas
A osteomalácia surge quando há carência de cálcio, fósforo ou vitamina D no corpo (independente da razão), já que todos esses nutrientes são essenciais para a formação dos ossos.
O cálcio e o fósforo compõem, de fato, a estrutura óssea, enquanto a vitamina D controla a absorção deles no intestino. É por isso que, segundo o endocrinologista Daniel Lerario, a falta de qualquer um deles é capaz de deixar os ossos fracos.
Sintomas
Nos estágios iniciais, a doença pode ser assintomática - o que dificulta o diagnóstico. Com o tempo, começam a ocorrer:
- Fraturas;
- Deformidades nos ossos;
- Fraqueza muscular;
-
Dores no corpo, em especial nos quadris, na parte inferior das costas, nas pernas e nos pés.
Os sintomas costumam piorar durante a realização de esforços físicos, impactando a qualidade de vida dos pacientes, sobretudo quando o tratamento é iniciado muito tarde.
Diagnóstico
Ao suspeitar de osteomalácia, o melhor é procurar um médico, de preferência um endocrinologista ou um ortopedista, que vai analisar os seus hábitos, os seus sintomas, o seu histórico de saúde e se você apresenta algum fator de risco para doença.
A partir disso, ele pode solicitar exames de sangue e de urina para confirmar ou descartar o diagnóstico, verificando se os níveis de vitamina D, fósforo, fosfatase alcalina e hormônio paratireoidiano encontram-se alterados.
Exames de raio X ainda ajudam a detectar pequenas fraturas e outros indícios de desmineralização. Porém, a única forma de não deixar dúvidas em relação ao diagnóstico é pela biópsia do osso, que é feita mais raramente, nos casos em que o especialista também suspeita de osteoporose.
Fatores de risco
Como a osteomalácia está intimamente ligada a baixos níveis de vitamina D, cálcio e fósforo, os seus fatores de risco são muito semelhantes. Entre eles estão:
- Idade avançada;
- Exposição solar limitada;
- Deficiência de cálcio, fósforo e vitamina D na dieta;
- Medicamentos que desregulam o metabolismo osteomineral, como anticonvulsivantes e imunossupressores;
- Doenças que afetam a obtenção e a utilização desses nutrientes no organismo.
Tratamento
O maior objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Para isso, é importante repor as taxas de cálcio, fósforo e vitamina D a partir da suplementação.
Caso a deficiência desses nutrientes seja provocada por alguma doença, o ideal é que ela seja tratada concomitantemente para facilitar a recuperação e evitar a reincidência do problema.
Com isso, os ossos devem se recuperar naturalmente. Até lá, os médicos podem prescrever remédios para o alívio de dores e cirurgias para corrigir eventuais deformidades ósseas.
Para garantir a eficácia do tratamento, o indicado é consultar um especialista antes de tomar qualquer medida, já que só ele poderá te orientar com segurança.
Prevenção
Considerando que a principal causa de osteomalácia é a falta de vitamina D, a prevenção deve ser feita especialmente a partir da manutenção de boas taxas desse nutriente no organismo. Os médicos indicam:
- Tomar sol por cerca de 15 minutos todos os dias;
-
Comer alimentos com vitamina D, como peixes, ovos e cogumelos.
Saiba mais: Vitamina D: é possível obter o nutriente só com a alimentação?
Ter sempre níveis suficientes de cálcio e fósforo é outro fator que pode ajudar. Assim, é bom incluir oleaginosas, grãos, uva passa, tofu, leite e derivados na dieta.
“Nos casos em que existe uma anomalia genética ou então uma alteração hormonal, fica mais difícil fazer a prevenção”, diz o ortopedista Layron Alves - que recomenda, portanto, visitas regulares ao médico para facilitar o diagnóstico precoce e evitar a piora da situação.
Complicações possíveis
Quando a osteomalácia não recebe a devida atenção, os sintomas tendem a piorar, provocando perda de mobilidade e, muitas vezes, piora da saúde mental, já que o paciente encontra grande dificuldade para a realização de atividades diárias e de lazer.
Na face, o amolecimento dos ossos do crânio e do maxilar ainda pode causar problemas dentais, enquanto alterações no tórax não raramente levam a complicações respiratórias e cardíacas.
Como sintetiza o ortopedista Layron Alves: “Se a osteomalácia não for tratada, surgem consequências relacionadas às sequelas das fraturas e deformidades”.
Referências
Layron Alves, médico ortopedista
Daniel Lerario, médico endocrinologista
Ministério da Saúde
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