
Reumatologista, Médico Acupunturista. Atualmente Pós-Doutorando - Faculdade de Medicina da USP, Doutorado em Ciência - F...
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Alguns itens são fundamentais para quem deseja uma vida saudável. Nessa lista, além de uma alimentação balanceada, as at...
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Graduado em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB - 1985), foi Primeiro Tenente Médico da Aeronáutica - Hospital d...
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Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1978), mestrado em Reumatolo...
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Graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP em 1965. Em 1966 fez residê...
iO que é Osteoporose?
A osteoporose é uma doença metabólica sistêmica que afeta os ossos, provocando a diminuição progressiva da densidade óssea — e, consequentemente, o aumento do risco de fraturas. Embora seja um quadro silencioso, o avanço da osteoporose pode provocar sintomas como dor ou sensibilidade óssea, postura encurvada e diminuição da estatura com o passar do tempo.
Como qualquer outro tecido do corpo, o osso é uma estrutura viva que precisa se manter saudável e isso acontece mediante a remodelação do osso velho em osso novo. A osteoporose, portanto, ocorre quando o corpo deixa de formar material ósseo novo suficiente ou quando muito material dos ossos antigos é reabsorvido pelo corpo — em alguns casos, pode ocorrer as duas coisas.
Se os ossos não estão se renovando como deveriam, ficam cada vez mais fracos, porosos e finos, sujeitos a fraturas. A partir dessas fragmentações ósseas, o paciente corre o risco de ter problemas mais sérios, que comprometem sua saúde e bem-estar.
Causas
O que causa a osteoporose?
No corpo humano, existem células responsáveis pela formação óssea e outras pela reabsorção óssea. Com o passar do tempo, o tecido ósseo vai envelhecendo e acaba sendo destruído pelas células chamadas osteoclastos. Em seguida, ele é recriado pelas células reconstrutoras, os osteoblastos.
Esse processo de destruição das células é chamado de reabsorção óssea, que fica comprometido na osteoporose, pois o corpo passa a absorver mais osso do que produzir — ou então não produzir o suficiente.
Entre as principais causas da osteoporose, estão problemas que podem interferir na formação dos ossos, como:
Deficiência de cálcio
O cálcio é um mineral essencial à formação dos ossos. Durante a juventude, o corpo usa a substância para produzir o esqueleto. Além disso, o osso é o nosso principal reservatório de cálcio e é ele quem fornece esse nutriente para outras funções do corpo, como o funcionamento cardíaco.
Quando o metabolismo do osso está em equilíbrio, ele retira e repõe o cálcio dos ossos sem comprometer essa estrutura. Por isso, é importante que a ingestão de cálcio seja adequada.
Além de regular a alimentação para equilibrar o consumo da substância, pode ser que o organismo não consiga absorver o cálcio ingerido. Dessa forma, a ingestão insuficiente ou a má absorção do nutriente pode ser uma das causas da osteoporose.
Envelhecimento
Cerca de 80% dos pacientes desenvolve a osteoporose em associação ao envelhecimento ou menopausa. No caso do envelhecimento, é necessário entender que os ossos crescem somente até os 20 anos e sua densidade aumenta até os 35 anos, começando a perder-se progressivamente a partir disso.
Isso quer dizer que, até os 35 anos, há um equilíbrio entre processos de reabsorção e criação dos ossos. A partir dessa idade, a perda óssea aumenta gradativamente como parte do processo natural de envelhecimento.
Caso o indivíduo não tenha criado um "estoque" de densidade óssea suficiente para suprir esse aumento gradativo da reabsorção, os ossos vão ficando mais frágeis e quebradiços, podendo levar à osteoporose.
Menopausa
Enquanto a mulher está em período fértil (menstruando), existe a produção acentuada do hormônio estrogênio. Quando abundante no corpo feminino, ele retarda a reabsorção do osso, além de ser responsável pela fixação do cálcio nos ossos, contribuindo para o fortalecimento do esqueleto.
Em contrapartida, durante e após a menopausa, a mulher tem uma produção muito reduzida de estrogênio, uma vez que ele não é mais necessário para o ciclo menstrual.
O hipoestrogenismo irá contribuir para a perda de massa óssea mais acelerada, principalmente nos primeiros anos da pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa pode ser um gatilho importante para a osteoporose.
Em homens, os baixos níveis de testosterona (hipogonadismo) também podem favorecer a osteoporose, uma vez que este hormônio entra na formação do tecido ósseo no organismo masculino.
Saiba mais: Osteoporose pode ser evitada com hábitos saudáveis
Doenças ou medicamentos
Outras condições podem causar a osteoporose, sendo muito comuns em pessoas mais jovens e sem outros fatores de risco. São elas:
- Síndrome de Cushing
- Hiperparatireoidismo primário ou terciário
- Hipertireoidismo
- Acromegalia
- Mieloma múltiplo
- Doenças renais
- Doenças inflamatórias intestinais
- Doença celíaca
- Pós-gastrectomia
- Homocistinúria
- Hemocromatose
- Doenças reumáticas
- Uso de medicamentos a base de glicocorticóides, hormônios tireoidianos, heparina, warfarina, antiepilépticos (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), lítio, metotrexato e ciclosporina.
Sintomas
Sintomas de osteoporose
A osteoporose é uma doença silenciosa, que dificilmente apresenta qualquer tipo de sinal e só é percebida por meio de fraturas com pouco ou nenhum trauma, mais frequentemente no punho, no fêmur, no colo de fêmur e na coluna. Outros sintomas de osteoporose que podem surgir com o avanço da doença são:
- Dor ou sensibilidade óssea
- Diminuição de estatura com o passar do tempo
- Dor na região lombar devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral
- Dor no pescoço devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral
- Postura encurvada ou cifótica
Leia mais: Artrose ou osteoporose? Entenda as diferenças entre as doenças
Diagnóstico
O diagnóstico de osteoporose é feito por meio de uma densitometria óssea, que avalia a densidade dos ossos e músculos do corpo, podendo identificar quando eles estão muito finos ou então quando a perda ainda está se iniciando. Uma radiografia também pode ser indicada para a investigação da osteoporose.
Todas as mulheres de 65 anos ou mais e homens com 70 anos ou mais devem fazer a densitometria óssea anualmente, independente dos fatores de risco. Mulheres na pós-menopausa com menos de 65 anos de idade e homens entre 50 e 60 anos com fatores de risco também devem fazer o exame anualmente.
Em geral, a perda óssea ocorre gradualmente com o passar dos anos. Na maioria das vezes, a pessoa irá sofrer uma fratura antes de estar com osteoporose. Quando isso ocorre, a doença já se encontra em um estado avançado e o dano é grave. Além desses, o médico pode pedir outros exames para identificar causas secundárias da osteoporose, como dosagem de creatinina e dosagem de testosterona e estrogênio.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para osteoporose são:
- Descendentes de orientais correm mais risco de sofrer fraturas pela osteoporose por um problema anatômico no fêmur
- Histórico familiar de osteoporose
- Histórico prévio de fratura por trauma mínimo
- Tabagismo
- Baixa frequência de atividades físicas
- Baixa ingestão de cálcio
- Baixa exposição solar
- Alcoolismo
- Imobilização
- Ausência de períodos menstruais (amenorreia) por longo período
- Baixo peso corporal
Na consulta médica
Caso você tenha algum fator de risco para a osteoporose, principalmente a chegada da menopausa, é importante pensar em consultar um médico para avaliar a necessidade de fazer um exame de densitometria óssea. Um clínico geral ou ortopedista podem ajudar no diagnóstico de osteoporose.
Tratamento
O tratamento da osteoporose depende do problema que causou a doença e de outras doenças subjacentes. Ele tem o objetivo de controlar a dor, retardar ou interromper a perda óssea e prevenir fraturas. Existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados de acordo com o quadro do paciente.
Terapias para osteoporose
- Reposição de estrogênio: a terapia de reposição hormonal é eficaz na prevenção da osteoporose e de fraturas vertebrais e não vertebrais. No entanto, ainda não há evidência suficiente para recomendar o tratamento na redução do risco de fraturas no tratamento da osteoporose estabelecida.
- Suplementação de cálcio: a ingestão adequada de cálcio e sua suplementação são indicados para o tratamento e prevenção da osteoporose
- Suplementação de vitamina D: nutriente importante na manutenção da saúde óssea, uma vez que suas principais funções são a regulação da absorção intestinal de cálcio e a estimulação da reabsorção óssea
Não se recomenda o tratamento com vitamina D isolada ou em conjunto com cálcio, porém o uso complementar desses nutrientes é fundamental para uma formação óssea adequada.
Cirurgias para osteoporose
Alguns quadros de osteoporose podem exigir uma intervenção cirúrgica. Os procedimentos podem envolver:
- Vertebroplastia: é um procedimento minimamente invasivo para tratar fraturas na coluna vertebral, melhorando a dor e a capacidade funcional dos pacientes em cerca de 90 a 95%. Ele é feito injetando cimento acrílico (polimetilmetacrilato, ou PMMA) no interior da vértebra
- Cifoplastia: é um procedimento ambulatorial usado para tratar fraturas por compressão dolorosa na coluna vertebral. Ele também é feito injetando cimento acrílico (polimetilmetacrilato, ou PMMA) no interior da vértebra. A diferença entre os dois métodos é que a cifoplastia utiliza uma espécie de balão, que é injetado na coluna e inflado, posicionando as vértebras corretamente antes da colocada do cimento ósseo.
Medicamentos
Remédios para osteoporose
Existem várias medicações indicadas para o tratamento da osteoporose, que são individualizadas para cada caso, a depender da gravidade ou das causas secundárias. Alguns medicamentos comuns usados para esse fim são:
- Raloxifeno
- Bisfosfonatos
- Ranelato de estrôncio
- Teriparatida
- Desonumab
- Calcitonina
Tem cura?
A osteoporose tem cura difícil, quase impossível. No entanto, pode-se fazer da primeira fratura a última ou então evitar qualquer lesão. Se você tem uma perda óssea importante, o tratamento pode impedir o agravamento, mas não irá eliminar totalmente a doença.
Prevenção
Embora não seja fácil de ser identificada em seu estágio inicial, a prevenção da osteoporose pode ser feita com a ajuda de algumas ações simples que fazem a diferença na vida dos pacientes, como:
- Siga uma dieta balanceada, com as quantidades adequadas de cálcio e vitamina D;
- Evite o consumo de álcool em excesso;
- Não fume;
- Pratique exercícios físicos regularmente;
- Faça a reposição hormonal quando indicada pelo médico;
- Faça a densitometria óssea anualmente a partir dos 50 anos.
Convivendo (Prognóstico)
Como prevenir fraturas
Além dos medicamentos e terapias disponíveis para o tratamento da osteoporose, outras mudanças de hábito devem ser feitas para evitar fraturas, dores e a progressão da doença, como:
- Mantenha-se no peso ideal
- Pratique exercícios
- Mantenha os nutrientes em dia
- Pare de fumar
- Evite consumir álcool
- Faça adaptações em casa
- Faça a densitometria óssea regularmente
- Fique de olho nas causas secundárias
Saiba mais: Osteoporose: veja 8 hábitos para evitar a doença
Complicações possíveis
As principais complicações da osteoporose são as fraturas por compressão na coluna vertebral, no fêmur, nos quadris e nos punhos. Uma fratura nos quadris ou fêmur, por exemplo, pode gerar invalidez ou perda da capacidade de andar.
A coluna e o fêmur são as áreas que mais recebem um desgaste ósseo e mais correm risco, sendo a fratura proximal de fêmur a mais grave, podendo resultar até mesmo em morte. Cerca de metade dos pacientes com fratura de fêmur não consegue mais andar e um quarto necessita de cuidado domiciliar prolongado.
Um paciente que não consegue mais andar e fica acamado corre um risco maior de sofrer infecções e fica mais suscetível a doenças mentais, como depressão.
Referências
Ministério da Saúde
Manual MSD