
Médica oftalmologista graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela se especializou em oftalmologia p...
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Redatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.

Médica oftalmologista graduada pela Universidade de São Paulo (USP) desde 1974, tendo feito também um doutorado em Cirur...
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Médico oftalmologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da PUC-Campinas desde 1985, tendo vasta experiência em...
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Médico oftalmologista com doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP). Ao longo de sua carreira,...
iO que é Pterígio?
O pterígio, também chamado de "carne no olho", é o crescimento de um tecido avermelhado na superfície de um ou dos dois olhos. Geralmente essa membrana começa a se desenvolver no canto e vai avançando para o centro, em direção à córnea, podendo provocar, aos poucos, o comprometimento visual.
Apesar de provocar um intenso incômodo no local, a condição não causa grandes riscos à saúde e é muito mais comum do que parece, sendo um dos principais motivos de consultas oftalmológicas em países em desenvolvimento, como o Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Diferença entre pterígio e pinguécula
Frequentemente o pterígio é confundido com a pinguécula, que consiste em um depósito de cálcio, gordura e proteínas na parte branca do olho. Isso porque, assim como o pterígio, ela se manifesta a partir de uma elevação na superfície do globo ocular. A diferença é que a pinguécula não avança para a córnea.
Causas
São diversas as causas de pterígio, sendo as mais comuns:
- Exposição excessiva ao vento
- Exposição à luz solar sem proteção contra os raios UVA e UVB
- Exposição a agentes poluidores sem proteção
- Ressecamento dos olhos
Sinais
Há uma série de sintomas que antecedem o aparecimento de pterígio, entre eles estão:
- Vermelhidão
- Lacrimejamento
- Ardência
- Coceira
- Sensação de cisco no olho
- Fotofobia (sensibilidade à luz)
- Visão embaçada.

Em alguns casos, no entanto, a condição pode ser assintomática - o que muitas vezes dificulta o diagnóstico precoce, de acordo com a oftalmologista Débora Alves Espinosa.
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Fatores de risco
O pterígio ocorre com mais frequência em pessoas que moram em regiões quentes e secas e passam muito tempo ao ar livre, já que elas estão mais expostas à poluição e a raios ultravioletas.
Os especialistas ainda afirmam que a condição tem maior incidência em adultos, entre 20 e 40 anos, afetando mais os homens do que as mulheres.
Tratamento
Para evitar complicações visuais, o paciente deve buscar auxílio médico assim que sentir os primeiros sintomas ou ao notar o crescimento da membrana estranha no olho. Assim, o tratamento pode começar o quanto antes, sendo ele clínico ou cirúrgico.
De acordo com o oftalmologista André Borba, no início da condição, o mais indicado é o acompanhamento clínico por um profissional. Alguns cuidados preventivos, como uso de chapéu, boné e óculos com filtro solar que protege contra a radiação UV, ajudam a diminuir a ação direta da luz solar sob os olhos, colaborando para o controle do pterígio.
Já quando o problema se encontra em estágios mais avançados, pode ser necessário:
1. Colírio para pterígio
Durante o tratamento, uma das alternativas empregadas para evitar o ressecamento ocular é o uso de colírio para pterígio (também conhecido como lágrimas artificiais). "Quando o pterígio apresenta aspecto avermelhado e irritado, é possível que se apliquem gotas e pomadas oftálmicas específicas para reduzir a inflamação", explica André.
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2. Cirurgia de pterígio
Há também a possibilidade de realizar uma cirurgia para remover o tecido doente. “Isso é indicado quando o pterígio causa desconforto relevante (por questões estéticas ou funcionais), afeta a visão ou, então, ameaça invadir a córnea do paciente”, explica o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.
O procedimento é realizado sob anestesia local e sedação, sendo considerado simples. O paciente, na maioria das vezes, não precisa nem ficar internado e recebe alta no mesmo dia.
O custo varia de acordo com a técnica adotada e a complexidade de cada caso. Em média, o valor é de R$ 2 mil a R$ 3 mil por olho na rede particular. A operação também é feita gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde que haja encaminhamento médico e recomendação de um especialista.
A questão é que, mesmo após a cirurgia, o pterígio pode voltar em até 88% dos casos, conforme um estudo realizado na Polônia. Para evitar ao máximo que isso aconteça, é importante operar com um médico de confiança e seguir as recomendações do pós-operatório.
Prevenção
Além do acompanhamento oftalmológico anual, é essencial que o paciente se proteja contra a radiação ultravioleta para evitar o surgimento do pterígio. O uso de óculos, chapéu e sombrinhas, por exemplo, é uma forma de prevenção que deve ser adotada desde a infância.
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Pessoas que utilizam moto ou bicicleta como meio de transporte também devem utilizar equipamentos de proteção para que o vento e a poluição não atinjam os olhos, uma vez que esses são fatores de risco para o surgimento do pterígio.
Complicações possíveis
Em alguns casos, o pterígio pode se espalhar e distorcer o formato da córnea, induzindo ao astigmatismo - o que torna a visão borrada ou distorcida. Porém, o quadro pode ser revertido ou minimizado com o tratamento médico e o paciente não corre risco de perder a visão.
Referências
Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica: associação médica que luta pelos direitos da saúde ocular infantil no Brasil.
Organização Mundial da Saúde (OMS): agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que busca melhorar as condições de saúde no mundo por meio da colaboração internacional.
MedlinePlus: site mantido pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.