Sou fisioterapeuta especializada em saúde da mulher e nas alterações dos músculos pélvicos. Atuo há 14 anos com tratamen...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO que é Vulvodínia?
A vulvodínia é uma doença caracterizada pela ardência e dor na região genital da mulher, na área da vulva, podendo se estender até o clitóris. A doença é pouco conhecida e em muitos casos pode causar dor pélvica crônica, queimação, irritação e dores durante a relação sexual.
Para quem sofre com o problema, ações simples como colocar um absorvente interno, andar de bicicleta e usar calças jeans, tarefas que levam a uma pressão sobre ? vulva, podem gerar dor e ardência. Até mesmo um simples toque na região pode causar um incômodo.
A vulvodínia é classificada em dois tipos:
- Vulvodínia localizada
- Vulvodínia generalizada
Eles se subdividem em:
- espontânea
- provocada
- mista
Entre as mais comuns estão a vulvodínia generalizada espontânea, caso em que a mulher se queixa de queimação constante da vulva e a vulvodínia localizada provocada, caso em que a dor e a queimação podem ser provocadas pelo ato sexual, exame ginecológico, uso de roupas apertadas e de alguns sabonetes e cremes, entre outros.
Causas
A causa do problema ainda é desconhecida. Mas alguns fatores podem ajudar a desenvolver a doença. São eles:
- sensibilidade à dor
- fatores genéticos
- disfunções no assoalho pélvico
- candidíase de repetição
- e até questões psicológicas.
Sintomas
Os principais sintomas da vulvodínia são:
- Dor crônica
- sensação de calor
- queimação
- ardência
- coceira na região da vulva.
Algumas mulheres relatam dores em áreas do clitóris ou em toda a área genital. Apesar de ser mais comum do que muitos imaginam, a vulvodínia continua sendo um transtorno que nem sempre é reconhecido facilmente e sua incidência é provavelmente maior do que a relatada em ambientes clínicos, chegando atingir 15% das mulheres segundo os artigos científicos.
Diagnóstico
O grande desafio está no diagnóstico da doença. Estudos apontam que mais da metade das pacientes precisa visitar três ou mais profissionais de saúde, até receber um diagnóstico correto. Essa demora atrasa o tratamento e pode levar a transtornos psicossociais.
A mulher que sente dor e ardência durante ou após a relação sexual, principalmente na penetração, deve procurar um ginecologista com olhar mais específico em patologia vulvar. O profissional realizará o diagnóstico com base na história clínica, no exame físico e no teste que auxilia no mapeamento da dor.
Fatores de risco
A vulvodínia pode atingir mulheres de todas as idades, desde a adolescência até à menopausa, sendo mais comum em mulheres jovens.
Buscando ajuda médica
A mulher que sente dor e ardência durante ou após a relação sexual, principalmente na penetração, deve procurar um ginecologista com olhar mais específico em patologia vulvar.
O tratamento envolverá mais profissonais, como ginecologistas, fisioterapeutas, psicólogos e até nutricionistas.
Tratamento
O tratamento da vulvodínia é feito através de uma abordagem interdisciplinar, aliando ginecologia, fisioterapia, psicologia e nutricionista. A fisioterapia pélvica terá uma atuação fundamental para o retorno da atividade sexual da paciente e na diminuição da dor, utilizando técnicas de massagem perineal, contração, relaxamento, eletroterapia analgésica e o biofeedback de eletromiografia (EMG).
No tratamento com a fisioterapia, são realizados exames da musculatura pélvica para avaliar se há espasmo muscular, pontos de gatilho de dor, o grau de contração e a capacidade de relaxamento. Em muitos casos também será necessária a avaliação psicológica da paciente.
Mesmo sem cura, mas com o tratamento correto, é possível reduzir bastante os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mulher, diminuindo a dor e o desconforto.
Prevenção
Para as mulheres que apresentam os sintomas, a indicação é procurar apoio médico e fisioterapêutico. Só um profissional poderá avaliar cada caso. Mas algumas ações podem ajudar a minimizar a irritação na região, como:
- evitar uso de sabonetes, detergentes e produtos perfumados
- aumentar a lubrificação para a relação sexual, com o uso de óleo vegetal (Ex: óleo de coco orgânico) no lugar dos lubrificantes tradicionais
- evitar roupas apertadas contra a vulva
- optar por roupas íntimas de algodão.
Referências
Fonte: Escrito por Mônica Lopes, especializada em saúde da mulher e nas alterações dos músculos pélvicos. CREFITO 43280-F/RJ