Médica pediatra, segunda-secretária da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro da Câmara Técnica de Assessor...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é Vacina varicela?
A vacina combate o vírus causador da catapora e é feita com o vírus varicela-zoster atenuado. Ela não é considera obrigatória e não está incluída no Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Em 2013 ela foi adicionada à vacina tríplice viral, formando a vacina tetra viral e passou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Contraindicações
A exemplo das demais vacinas de vírus atenuados, o seu uso em pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida, com neoplasias e em uso de drogas imunossupressoras está contraindicado. Também não se recomenda a sua aplicação em pessoas com manifestações anafiláticas em dose anterior ou a um dos componentes da vacina.
Mulheres em idade fértil deverão evitar a gravidez por 30 dias após a imunização. Pessoas com leucemia linfoide aguda ou com infecção pelo HIV, sob determinadas condições e acompanhamento rigoroso como parte de protocolos de pesquisa, têm sido imunizadas com redução do risco de complicações e morte associadas à doença nestes pacientes
Qualquer hipersensibilidade aos componentes de uma vacina a torna contraindicada, além da reação anafilática após tomar uma das doses.
Efeitos adversos possíveis
Em pessoas com o sistema imunológico funcionando normalmente, são comuns sintomas como: vermelhidão na pele, enduração e dor. Em alguns casos, podem-se observar de duas a quatro vesículas no local da injeção. Também pode aparecer febre. Já a anafilaxia é rara.
Considerações
Doenças que a vacina contra varicela previne
A catapora é uma doença comum em crianças e adultos. Uma pessoa com catapora pode apresentar centenas de bolhas que causam coceira, se rompem e encrostam. A maioria dos casos de catapora ocorre em crianças menores de 10 anos. A doença costuma ser moderada, embora possam ocorrer sérias complicações em alguns casos. Normalmente, os adultos e as crianças mais velhas ficam mais gravemente doentes do que crianças menores.
O principal sintoma são as bolinhas que aparecem na pele. Uma criança comum chega a desenvolver de 250 a 500 bolhas pequenas que coçam sobre os pontinhos vermelhos e bolhas na pele. A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece através do contato com o líquido da bolha ou através de tosse ou espirro. Geralmente, a vacina previne a doença completamente ou a torna muito moderada. Mesmo aqueles que estão infectados com uma versão moderada da doença podem ser contagiosos.
Saiba mais: Tire oito dúvidas sobre a vacinação
A eficácia da vacina na prevenção do problema é de quase 100%, se tomadas as duas doses. Com uma, a doença ainda pode ocorrer, mas as chances de complicações, hospitalizações e óbitos são reduzidas substancialmente. É importante dizer que mesmo aqueles que estão infectados com uma versão moderada da doença podem ser contagiosos e iniciar surtos.
Indicações
Ela é recomendada na rotina para crianças a partir dos doze meses. Não há, no entanto, limite de idade para a sua aplicação, o que significa que todo indivíduo suscetível (que não teve catapora ou não foi adequadamente vacinado) deve se imunizar.
A vacina é oferecida gratuitamente aos públicos prioritários do ponto de vista da saúde pública. São eles: crianças menores de dois anos, crianças expostas em ambientes hospitalares, alguns profissionais de saúde, pessoas que convivem com imunodeprimidos ou que fazem uso prolongado de ácido acetilsalicílico.
É interessante destacar que pessoas suscetíveis que tenham tido contato com doentes podem se beneficiar da vacina se a tomarem em menos de 72 horas.
Grávida pode tomar essa vacina?
Não. Caso a gestante entre em contato com alguma pessoa doente, a recomendação é tomar imunoglobulina específica, disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs).
Doses necessárias
No SUS, o esquema adotado é o de dose única aos 15 meses de idade. Já as Sociedades Médicas recomendam esquema de duas doses a partir dos 12 meses de idade, com pelo menos três meses de intervalo (para menores de 11 anos) ou de um mês (para os mais velhos). A aplicação deve ser feita, preferencialmente, aos 12 meses e 15 meses.
Administração da vacina contra varicela
Ela é aplicada via subcutânea
Onde encontrar a vacina varicela
Desde setembro de 2013, a vacina varicela está disponível no SUS incorporada à vacina tríplice viral, formando a vacina tetra viral. Ela, sozinha ou combinada à tríplice viral, é encontrada nas clínicas privadas para pessoas de qualquer idade, desde que suscetíveis. Alguns convênios médicos cobrem esta vacina no sistema particular de saúde. Consulte sua operadora para ver se seu plano oferece essa cobertura.
Perguntas frequentes
Posso atualizar minha carteirinha de vacinação em qualquer idade?
Não só pode, como deve. Embora o ideal seja seguir o calendário de vacinação e se imunizar nas idades recomendadas, é importante tomar as vacinas que estão atrasadas. Entretanto, essa regra só vale para vacinas que continuam sendo recomendadas na idade adulta, como tétano, coqueluche e difteria. Entretanto, vacinas que você deveria ter tomado durante a infância somente, e que perdem a recomendação para adultos, pois o risco da doença não existe mais, não precisam ser tomadas. Um exemplo é o rotavírus, uma doença que é muito grave na infância e deve ser vacinada no período, mas que para os adultos não causa impacto além de incômodo, perdendo a necessidade da vacinação. Por isso é importante seguir o calendário do nascimento à terceira idade respeitando as idades prioritárias.
Se eu não me lembro de ter tomado a vacina, posso ir ao posto e repetir a dose?
Sim. A melhor medida a fazer nesses casos é conferir a carteirinha de vacinação. Mas se você a perdeu por algum motivo, ou então achou que estava vacinado, mas não consta no registro, o melhor a fazer é se vacinar, ainda que repetidamente. "Contudo, é preciso ficar atento às vacinas de vírus vivos de doenças graves, como a febre amarela, porque há uma mínima chance de o excesso do vírus causar a doença", diz o imunologista Eduardo Finger, coordenador do departamento de pesquisa e desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos, em São Paulo. Fora esses casos, o melhor a fazer é se certificar e tomar a vacina. "Lembrando sempre que as vacinas são ainda mais seguras quando o calendário é seguido."
Pessoas com alergia a alguma vacina não poderão tomá-la nunca mais?
No geral, é muito difícil uma pessoa ser alérgica à vacina em si, mas a outros elementos que estão dentro dela. As contraindicações existem, segundo a pediatra Isabella, somente para pessoas que já sofreram um choque anafilático nos seguintes casos: para anafilaxias por ovo é contraindicada as vacinas de sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela, pois esses vírus vivos são cultivados no alimento antes de irem para a vacina; em casos de anafilaxias por mercúrio são contraindicadas as vacinas com esse elemento, no geral as ministradas pelo SUS; e quem já teve choque anafilático por látex deve se informar sobre as vacinas em seu local de vacinação padrão, pois algumas podem conter resquícios da substância.
Se eu perder minha carteirinha terei que vacinar tudo novamente?
Sim, pois a vacina válida é somente aquela vacina que foi registrada. Se você toma suas vacinas em uma clínica privada, provavelmente o local terá em registro um histórico das suas vacinas, não sendo necessário tomar novamente. Entretanto, a rede pública ainda não conseguiu informatizar esses dados, por isso uma pessoa que se vacina na rede pública e perde sua carteirinha precisará tomar todas as vacinas recomendadas para adultos novamente.
Referências
Ministério da SaúdeClínico geral
Eduardo Finger (CRM: SP72161), coordenador do departamento de pesquisa e desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos