Nutricionista focada em emagrecimento, nutrição clínica, esportiva, materno-infantil e fitoterapia.
Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é Romã?
A romã (Punica granatum) é o fruto derivado da romãzeira, árvore que chega a atingir até oito metros de altura, e tem sua origem na Pérsia. No Brasil, é popularmente conhecida por ser a fruta do Ano Novo, já que, segundo a superstição, traz prosperidade.
Ela é constituída por uma casca dura avermelhada por fora e branca por dentro, e em seu interior encontra-se a parte comestível, formada por uma polpa também avermelhada de sabor doce e várias sementes, que também podem ser ingeridas.
Romã no Ano Novo
Apesar de estar presente nos mercados brasileiros durante todo o ano, a romã ganha certa popularidade nos meses de dezembro e janeiro devido às superstições de Ano Novo.
Acredita-se que consumir três sementes da fruta na noite de Réveillon e guardá-las na carteira traga prosperidade, fartura, abundância e fertilidade. Já na religião católica, a tradição é consumir a romã no Dia de Reis, celebrado em 6 de janeiro, como símbolo de conexão espiritual com os Três Reis Magos.
Propriedades
Além de sua participação nas festividades de fim de ano, a romã é uma fruta nutritiva e saudável que deve ser consumida em qualquer ocasião. Isso porque a fruta é rica em vitaminas B, C, K, fibras, ácido fólico, polifenóis, antioxidantes e anti-inflamatórios.
Benefícios
Devido aos nutrientes presentes em sua composição, a romã traz diversos benefícios ao organismo e auxilia no tratamento e na prevenção de várias doenças.
Prevenção e tratamento do câncer
A romã está associada à prevenção de certos tipos de câncer, como o de mama e de próstata. Um estudo publicado na Nature Communications apontou que pessoas que fazem a ingestão moderada da fruta estão menos propensas a morrer da doença.
“O consumo da romã pode interferir tanto na ocorrência quanto no processo de desenvolvimento de tumores em diversas etapas: no processo inflamatório, angiogênese, apoptose e proliferação e invasão celular”, explica a nutricionista Cátia Medeiros.
De acordo com a profissional, a ingestão diária de cerca de 200ml do suco de romã pode conferir uma diminuição do tempo de aumento do PSA (Antígeno Prostático Específico), marcador sanguíneo do câncer de próstata. Já o extrato da fruta pode inibir a reprodução das células cancerígenas do câncer de mama.
Melhora a memória e previne o Alzheimer
A casca da romã, que, em muitos casos, acaba sendo descartada, possui compostos bioativos que auxiliam a saúde neurológica, os problemas de memória e atua na prevenção do Alzheimer, como demonstrou uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP).
Cuida da saúde intestinal
As fibras presentes em sua composição favorecem a formação do bolo fecal, e resultam na melhoria do funcionamento do intestino. A casca da romã também é rica em taninos, que atuam no equilíbrio da flora intestinal, o que a torna uma aliada no tratamento da diarreia.
Controla a pressão arterial
Estudos indicam que tomar o suco da romã diariamente contribui para a redução da pressão arterial. Isso se deve aos antioxidantes presentes na fruta, que promovem o relaxamento dos vasos sanguíneos e melhoram a circulação de sangue. Segundo Cátia Medeiros, a romã ainda possui propriedades para afinar o sangue.
Auxilia na saúde cardiovascular
A romã ainda atua na prevenção de doenças ligadas ao coração. Os ativos antioxidantes e anti-inflamatórios agem no controle do colesterol bom (HDL) e assim, evita infartos, arritmias e entupimento das veias.
Aliada das dietas
Por ser rica em fibras, a romã também proporciona a sensação de saciedade. E a fruta é pouco calórica: em 100g encontra-se em média 55 calorias. Ou seja, pode ser uma grande aliada de quem quer perder ou manter o peso.
Melhora o aspecto da pele
Os antioxidantes da romã ainda atuam contra o envelhecimento precoce e combatem os radicais livres. A fruta também aumenta a produção de colágeno, que previne a flacidez e celulites.
“O consumo frequente pode promover uma pele mais tonificada e saudável, inclusive porque a sua ação ocorre tanto na camada superior da pele, quanto nas camadas mais profundas, pois tem também uma boa ação na regeneração das manchas e melhora a aparência das marcas de expressão. Estes nutrientes também agem na composição dos cabelos, prevenindo a queda e fortalecendo os fios”, informa a nutricionista.
Trata inflamações da garganta
Os antioxidantes e os compostos adstringentes da romã são fortes aliados no tratamento de infecções na garganta. Para usufruir desse efeito, é possível fazer o consumo da fruta in natura, em suco ou mesmo em chá.
Ajuda a saúde bucal
As propriedades antibacterianas da fruta reduzem a ação das placas bacterianas nos dentes, responsáveis por doenças da gengiva, como periodontites, gengivites, estomatites e inflamações na boca. “Acredita-se que os antioxidantes do suco, chamados polifenóis, são os principais agentes por trás da sua ação antibacteriana”, conta a nutricionista.
Como consumir ?
A romã é um alimento versátil que pode ser adicionado no cardápio facilmente. Em sua forma in natura, é possível consumi-la com as sementes ou somente a polpa. Casca, folhas e caule são utilizados para infusões e chás. Já as sementes conseguem ser usadas para incrementar pratos doces, salgados, sucos, drinks e saladas.
Confira uma sugestão de preparo do chá de romã:
Ingredientes
2 colheres de sopa de sementes de romã trituradas;
1 xícara de água quente.
Modo de preparo
Abra uma romã e retire as sementes. Em um mixer ou processador, triture as sementes da fruta e reserve-as em um pote com tampa (poderão ser armazenadas na geladeira por até um mês). Ferva a água e coloque em uma xícara de chá. Adicione duas colheres de sopa das sementes trituradas na xícara com água quente. Tampe o recipiente e deixe em infusão por 15 minutos.
Contraindicações
Perigos da romã
Mesmo sendo um alimento saudável e benéfico, o consumo excessivo da romã pode provocar alguns efeitos colaterais incômodos, como irritação gástrica, náusea, vômito e dores abdominais. Por isso, é recomendado que pacientes com gastrite e intestino preso evitem a fruta.
Devido a presença de alcalóides, que são substâncias tóxicas quando estão em grande quantidade, pacientes gestantes, lactantes e crianças devem consultar um médico antes do consumo.
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