A preocupação com a alimentação do seu bebê deve começar ainda na gestação. Tudo o que você ingerir irá fazer efeito na...
iA obesidade em bebês e crianças pode ter várias origens: pode ser genética, com 1% das causas, também pode, principalmente, ser de origem exógena, no qual se tem grande influência do meio externo. Essa influência consiste não só do ponto de vista alimentar (erros alimentares devido a enorme quantidade de fast food), como também pelo sedentarismo vivido hoje pelas crianças, passando a maior parte do tempo em frente à televisão, vídeo game ou computador.
No Brasil, a doença tem avançado ao longo dos anos. De 15 a 20% dos pacientes obesos são crianças e adolescentes, na faixa dos 09 aos 18 anos. Apesar de difícil, é preciso encarar a realidade com o devido cuidado. Em primeiro lugar, existe a questão cultural no país de que crianças gordinhas são sinônimas de crianças saudáveis. Em sua grande maioria crianças gordinhas são aquelas que engordam principalmente alimentando-se de maneira irregular, comendo alimentos ricos em gorduras e carboidrato, aumentando seus níveis de colesterol (gordura no sangue) além de outras repercussões.
Não é possível comparar quilos X obesidade. Para isso, deve-se avaliar seu peso e altura comparada à Curva de Crescimento e Desenvolvimento (curva de Santo André), no qual se tem percentis (linha média de peso e altura). Estando no percentil 50 uma criança é considerada na média para seu peso, altura e idade, já acima de 95 pode ser considerada obesa. Vale lembrar que existe a Curva de Crescimento de Desenvolvimento que é diferente para meninos e meninas.
Além disso, a ausência dos familiares por excesso de trabalho faz com que a criança fique muito tempo sozinha, passando a maior parte do tempo com a babá ou por algum parente próximo. O sentimento de culpa por parte dos pais leva a conquista do carinho com base em presentes como doces e guloseimas a vontade.
O ritmo frenético de vida dos pais repleto de stress também repercute na família. Uma criança ou adolescente que vive num ambiente extremamente agitado, irritado, acaba também ansioso depositando esses sentimentos na comida. Além disso, o excesso de atividades sem equilíbrio de carga horária também causa stress e uma falta de equilíbrio.
Ainda há muita dificuldade para as famílias encontrarem ajuda no serviço público. Isso ocorre porque não há especialistas nos postos de saúde e apenas alguns hospitais são referências na área.
No conjunto, ter um problema cultural no país e mais a dificuldade em encontrar o tratamento adequado no serviço de saúde pública resulta, muitas vezes, nas seguintes situações: ou o paciente abandona o tratamento, ou ele e sua família retardam em buscar ajuda.
No geral, a realidade é dura. A cada 250 pacientes em média, apenas 33% acompanha e chega a atingir a meta. O restante abandona o tratamento ou o paciente ganha peso e acaba desistindo. As conseqüências nesses casos vão além do desenvolvimento da diabete, pressão alta e aumento do colesterol. Pode haver acúmulo de gordura no fígado que leva a uma alteração das enzimas hepáticas.
O grande ponto a ser pensado não deve ser somente a obesidade, ou a busca do peso ideal imposto pela sociedade, mas sim as repercussões causadas pelo excesso de peso como: Hipertensão Arterial Sistêmica (pressão alta), Diabetes Mellitus (aumento do açúcar no sangue), Hipercolesterolemia, Hipertrigliceremia (aumento da gordura no sangue) entre outras.
Assim, a obesidade deve ser encarada como uma doença, que necessita de tratamento e envolve toda a família do paciente, porque nada mais é do que uma repercussão dos hábitos alimentares. O problema é que, muitas vezes, mãe e filho fazem dieta e o pai chega em casa com pizza porque diz que não está de regime. No entanto, se a família toda não se reeducar, não existe mágica.
O que o seu filho tem o hábito de comer compulsivamente? Como você controla a alimentação dele?