Redatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
O antibiótico claritromicina é comumente usado para tratar infecções respiratórias como a pneumonia e evitar o agravamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Entretanto, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Dundee, na Escócia, descobriu que esse medicamento pode aumentar o risco de doenças cardíacas em pacientes com DPOC. Os resultados foram publicados online dia 21 de março no jornal BMJ.
Neste estudo, os cientistas analisaram dados de 1.300 pacientes com agravamento súbito de DPOC e 1.600 pacientes com pneumonia. Eles descobriram que 26% dos pacientes com DPOC que receberam claritromicina tiveram pelo menos um problema cardíaco durante o ano seguinte ao tratamento, em comparação com 18% das pessoas que apresentaram algum problema sem o uso do antibiótico. Além disso, 12% dos pacientes com pneumonia que receberam claritromicina tiveram pelo menos um problema cardíaco, comparados com 7% das pessoas que não receberam o antibiótico.
Em pacientes com DPOC, houve uma associação significativa entre o uso de claritromicina e a morte por conta de doenças cardíacas. Esta associação não foi observada em pacientes com pneumonia. Outro fator demonstrado no estudo foi o de que quanto mais tempo os pacientes passavam usando o medicamento, maior era o risco dele desenvolver problemas no coração. Os resultados também sugerem que o aumento do risco de problemas cardíacos permanece depois que os pacientes param de tomar a claritromicina.
Os estudiosos atribuem essa relação ao efeito que o antibiótico tem sobre os processos inflamatórios em pacientes com doenças pulmonares crônicas, mas que ainda não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito. Eles afirmam ainda que essas associações não foram encontradas com o uso de outros antibióticos.