Infectologista da Clínica Sartor, é médico formado pela Universidade de São Paulo em 2015.Formado pela Faculdade de Medi...
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No final do mês de outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR), o Nirsevimabe. Com o nome comercial Beyfortus, o fármaco foi desenvolvido pela empresa AstraZeneca e será comercializado pela Sanofi Medley Farmacêutica.
O medicamento é um anticorpo monoclonal que ajuda a reconhecer e a combater organismos como vírus, bactérias e toxinas no sangue, podendo neutralizar cepas do VSR, como as dos subtipos A e B.
“O anticorpo monoclonal é uma proteína específica produzida em laboratório, capaz de anular a atividade do vírus ligando-se a ele”, explica Igor Maia Marinho, coordenador médico da Equipe de Infectologia do Hospital São Camilo Pompeia, de São Paulo.
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Este é o segundo remédio da categoria a ser aprovado no Brasil, que já conta com o Palivizumabe, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O produto é indicado para recém-nascidos e bebês lactentes e deve ser aplicado na forma intramuscular (ou seja, em solução injetável) em dose única durante a temporada de maior circulação do VSR (outono e inverno).
Também é indicado para crianças de até dois anos de idade que permanecem vulneráveis à doença grave causada pelo vírus, como crianças com:
- Doença pulmonar crônica da prematuridade (DPC)
- Doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa (DCC)
- Fibrose cística, doenças neuromusculares ou anomalias congênitas das vias aéreas
- Sistema imunológico comprometido
- Síndrome de Down
Até o momento, ainda não há previsão de quando o Nirsevimabe será disponibilizado para comércio.
O que é vírus sincicial respiratório e como prevenir a infecção?
O vírus sincicial respiratório é um patógeno que causa infecções respiratórias como bronquiolite e pneumonia. Ele afeta, principalmente, bebês e crianças de até dois anos, além de idosos, podendo causar sintomas como coriza, tosse, febre, dificuldade para respirar e, em casos graves, levar à falta de ar intensa.
A infecção pelo VSR é potencialmente perigosa para bebês recém-nascidos e prematuros, já que o sistema imunológico ainda não está totalmente maduro. Isso porque a bronquiolite e a pneumonia podem evoluir para quadros graves, causando dificuldade para comer e para respirar, cianose (coloração azulada da pele) e podendo levar, até mesmo, à morte.
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Ainda não existe um medicamento antiviral específico que inibe a ação do vírus quando ele já infectou a pessoa. Porém, esses medicamentos preventivos ajudam a proteger o bebê de futuras infecções, principalmente em períodos de maior circulação.
O Palivizumabe, que já está disponível no Brasil e é oferecido pelo SUS e pela rede privada, é indicado para prematuros de até 35 semanas de gestação e bebês com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares.