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i A cada ano, os médicos têm prescrito cada vez mais medicamentos da classe das estatinas, com o objetivo de diminuir o colesterol e, consequentemente, tratar doenças cardiovasculares. Os especialistas concordam que, acompanhada da tomada de hábitos saudáveis, o remédio é eficaz em sua função. No entanto, os efeitos adversos dessa medicação ainda são nebulosos. Um estudo publicado dia 3 de junho no site do Journal of American Medical Association (JAMA) traz novas evidências que sugerem que pessoas que tomam as estatinas estão mais suscetíveis a desenvolverem problemas musculoesqueléticos.
Pesquisadores das instituições Brooke Army Medical Centre, Uniformed Service University of Health Sciences, University of Texas, e the South Texas e North Texas Veterans Affairs Health Care Systems analisaram informações de 6.967 usuários de estatinas e um grupo de número semelhante composto por não usuários da medicação. Eles descobriram que os usuários de estatinas tinham maior propensão a desenvolver os seguintes problemas:
- Qualquer problema musculoesquelético;
- Luxação, tensão e entorse (torção);
- Dor musculoesquelética;
- Osteoartrite e artropatia.
Entre os grupos, os usuários de estatinas tiveram razão probabilidade maior para todas as doenças musculoesqueléticas (1.19), para luxação, tensão e entorse (1.13) e para dor musculoesquelética associada à medicação (1.09). Análises secundárias revelaram maior razão de probabilidade para usuários de estatina em todos os efeitos adversos citados anteriormente.
Segundo os pesquisadores, os resultados indicam que o universo de eventos adversos das estatinas não foi totalmente explorado e indicam a necessidade de mais estudos com esse tema.
Outros hábitos para controlar o colesterol
Você sabia que mesmo pessoas que já apresentam colesterol alto podem diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL) e aumentar os de colesterol bom (HDL) com a dieta adequada? Há casos em que os remédios são insubstituíveis, mas mesmo nestes vale apenas adotar bons hábitos. Invista nas trocas saudáveis que sugerimos a seguir:
Peixes
Dê uma atenção especial aos peixes. "Os benefícios associados ao consumo de peixes ocorrem pela presença do ômega3. Essa gordura associa-se ao aumento dos níveis de HDL e a redução da agregação de plaquetas, além de possuir efeito protetor para as doenças cardiovasculares", afirma a nutricionista.
Os peixes ricos em ômega3 são os de águas frias e profundas, como arenque, sardinha, salmão e atum. Da mesma forma, é importante evitar o consumo de carnes vermelhas, pois, de acordo com a nutricionista Tarsia Tormena, esse tipo de carne tem uma quantidade muito elevada de gordura insaturada, contribuindo para o aumento do colesterol.
Aveia
Quando o assunto é cereal, o ideal mesmo é comer frutas com uma boa colherada de aveia. A aveia é um alimento rico em proteínas, vitaminas, amidos complexos e fibras, principalmente a ß-glucanas, um tipo de fibra solúvel presente no farelo da aveia que liga-se às moléculas de colesterol dentro do intestino e inibe sua absorção.
"Com isso, o fígado tem que usar mais colesterol para produzir a bile, reduzindo os níveis plasmáticos de colesterol", diz Társia. Também é importante tomar cuidado com granolas e outros cereais matinais, pois esses alimentos possuem grandes concentrações de açucares e carboidratos, que podem provocar aumentos temporário s triglicérides e diminuição de HDL.
Pães integrais e farinha de linhaça
"A linhaça é uma excelente fonte de ômega3, ômega 6 e ômega 9, que são poderosos aliados na redução do mau colesterol (LDL)", conta a nutricionista. Porém, nos pães integrais, a linhaça geralmente vem na sua forma de semente, e o organismo tem dificuldade de romper sua casca para digerir. Por isso opte por receitas que contenham a farinha de linhaça.
E mesmo que os pães integrais não tenham a linhaça, eles ainda são mais benéficos que o pão branco, pois possuem mais fibras.
Alho, cebola e azeite
Os temperos naturais são melhores na hora de preparar uma refeição, além de darem o sabor da comida caseira. Segundo a nutricionista, o azeite do tipo extra virgem é rico em gordura monoinsaturada, que ajuda a manter o nível de colesterol nos eixos, além de ser rico em substâncias antioxidantes, que contribuem para saúde das artérias.
Já o alho e a cebola possuem uma substância chamada alicina, que atua equilibrando as taxas de colesterol sanguíneo e reduzindo as taxas de LDL. Sal e temperos industrializados possuem muito sódio e aditivos desnecessários, por isso precisam ser evitados.
Chá
O chá verde é rico em polifenóis, principalmente catequinas. Este associado à redução da gordura corporal, estimulação do metabolismo lipídico, diminuição das taxas do LDL e fortalecimento de artérias e veias. Já o chá de erva cidreira é ótimo para ser tomado depois das refeições por pessoas que tem problemas de digestão", conta a nutricionista Flávia Cyfer.
A nutricionista Bruna Murta, da Rede Mundo Verde, também lembra que o chá de erva cidreira atua como um decalmante, como se fosse um sedativo natural.
Arroz e Feijão
O arroz sozinho não traz grandes benefícios para quem quer abaixar os níveis de colesterol. No entanto, o feijão reduz o nível do colesterol sanguíneo. "Essa redução é devido ao percentual de proteína e fibra presente no grão, que promove uma "varredura" da gordura tanto no fígado e no coração", afirma Társia. Todos os tipos de feijão são benéficos contra o colesterol, porém o feijão de corda é o campeão.
Oleaginosas
Por que não optar por uma porção de castanhas, por exemplo, em vez dos salgadinhos? Társia conta que as oleaginosas são alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas, responsáveis por "retirar" as moléculas de colesterol das artérias, diminuindo o colesterol total e protegendo contra as doenças cardiovasculares.
"Porém, apesar dos benefícios, elas devem ser consumidas com moderação, já que possuem elevado teor calórico e podem levar ao aumento de peso", completa.