Especialista em Odontopediatria pelo Faculdade de Odontologia da USP;Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela...
iEscovar os dentes é um costume ancestral. Civilizações antigas utilizavam galhos após as refeições, esfregando-os lentamente nos dentes para limpá-los. As escovas de dente que conhecemos hoje só foram criadas em 1930 e passaram a ser realmente conhecidas após a Segunda Guerra Mundial - e a partir de então houve uma popularização do produto. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), a demanda do mercado de escovas dentais tem aumentado continuamente ao longo dos anos.
Mas qual é a escova ideal? É a mais recomendada pelos dentistas?
Após muito estudar, e testar, volto à velha máxima: o menos é mais. A melhor escova é a mais simples. Durante a escovação, a atriz principal é a escova que promove a remoção mecânica da placa bacteriana aderida à superfície dental. A escova de dentes desestrutura e quebra esta placa sobre cada dente, portanto tem de ter um tamanho que limpe de um a dois dentes por vez e permita o acesso aos dentes do fundo com a mesma efetividade. Portanto, não é o tamanho da arcada ou da boca que interferem na escolha do tamanho da escova. O ideal, na verdade, seria o uso de uma escova de cabeça pequena, semelhante à escova infantil, para todas as pessoas.
Outro ponto importante é que a escova tenha cerdas macias e homogêneas, ou seja, todas do mesmo tamanho e com acabamento arredondado. Isso possibilita a limpeza sem ferir os tecidos vizinhos aos dentes, riscar as estruturas dentárias ou provocar retrações gengivais, deixando a raiz do dente exposta e sensível a estímulos como alimentos frios, quentes, doces ou salgados.
Quanto ao cabo, ele deve fornecer uma boa empunhadura, que garanta a correta execução dos movimentos. A língua pode ser higienizada com a própria escova ou com limpadores de plástico próprios mais indicados para este fim.
As escovas elétricas são uma boa opção somente para aquelas pessoas que tem dificuldade motor. No caso de pessoas sem problemas motores, não devem ser usadas para que a pessoa não perca a habilidade da escovação.
Como conservar a escova?
Para manter a sua escova de dentes limpa e longe de germes, o correto é lavá-la com água corrente, remover o excesso de água, borrifar solução de gluconato de clorexidina 0,12% na escova e guardá-la.
Outro aspecto importante a ser observado é o momento certo de trocar de escova. Isso deve acontecer sempre que as cerdas estiverem tortas e amassadas, ou até no máximo três meses de uso. Esta troca é fundamental, pois na medida em que a escova é utilizada, as cerdas sofrem o processo de fadiga e deixam de realizar a sua atividade com eficiência.
Além disso, é muito importante trocar de escova depois de uma gripe ou doença contagiosa, para diminuir o risco de nova infecção através dos germes que aderem às cerdas.
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