Psicóloga formada em 1998 pela Faculdade de Ciências e Letras, com validação e equivalência de diploma pela Universidade...
iPerdoar é muito importante. Faz bem a mente e dá "paz no coração". O objetivo maior do perdão é trazer alívio e solução à pessoa que está sentindo raiva, ressentimento ou mágoa. Muitas pessoas confundem o ato de perdoar com consentimento e passividade. Perdoar os outros, e até mesmo a si próprio, não significa de forma alguma aceitar o comportamento que foi prejudicial, muito menos renunciar a valores que foram afetados, perdoar é outra coisa.
O perdão é processo de conseguir finalizar a dor sentimental causada pelo ressentimento, magoa ou raiva contra uma pessoa ou si próprio, tendo como base uma ofensa percebida, diferenças de opiniões, erros cometidos, fracassos, traições, mentiras, etc. Esse mal estar gera angústia, exigência de castigo, necessidade de restituição e algo que possa compensar o sentimento de perda e engano sofrido. Com isso, a vingança e revanche, muitas vezes, é o caminho que mais parece ser útil, prático e rápido. Porém, gera mais dor e sofrimento que qualquer erro cometido; é amargo e pouco saudável.
Saber perdoar é de certa forma uma doação. Quem perdoa não impõe condições humilhantes de reparo e compensação. O perdão só é verdadeiro quando percebido pelos atos e não somente pelas palavras. É ser capaz de deixar para trás o passado e viver o presente livre, leve e solto. É um ato concedido sem qualquer expectativa de compensação. Perdoar é se dar sem esperar nada em troca, de tal forma que quem é perdoado não precisa nem tomar conhecimento desse processo. É algo interno e individual.
Saber pedir perdão
A raiva, a mágoa e o rancor são sentimentos negativos com grande capacidade de destruição. Quem convive com esses sentimentos sofre muito, pois fecham as portas para as possibilidades de felicidade. A grande arma de defesa dessa dor é o perdão.
Por isso, além de ser capaz de dar o perdão, quando erramos, devemos saber também pedir desculpas e ter recursos para reconquistar a confiança e respeito alheio. Reconhecer os próprios erros e ser capaz de mudar é sinal de amadurecimento e evolução.
Porém, o mais importante é ser capaz de fazer esse trabalho mental de forma interna. Nem sempre é útil expor aos outros assuntos antigos e corriqueiros de desentendimento da vida. Remoer o passado sem objetivo específico não faz bem a ninguém. É claro que se tem algum assunto mal resolvido na vida é bom poder esclarecer as ideias com quem está envolvido. Mas, lembre-se: assuntos muito antigos, passados e enterrados, costumam ser melhores quando elaborados internamente.
Para poder pedir perdão com eficácia é preciso:
- Assumir sinceramente o erro cometido
- Ter recurso interno para mudar
- Ser capaz de aceitar a resposta do outro (que pode ser um sim, quanto um não).
Para ser capaz de perdoar de verdade e não apenas da boca para fora, é preciso compreender a nós mesmos e aos outros. Quando não somos capazes de deixar para trás o passado, estamos julgando. Esse julgamento envolve muita energia de crítica, assim vivemos a ideia errônea que sabemos como é o certo e como a vida deve ser conduzida. Perdoar é ter a humildade de reconhecer que não somos donos da verdade, que a vida é muito maior, plena e rica de atos e acontecimentos dos quais precisamos ter recursos internos para saber lidar sem nos desmanchar, quebrar ou rachar no meio. Perdoar é libertar primeiro a si mesmo, depois o outro.