Redatora de conteúdos sobre saúde, alimentação e bem-estar.
O que é a punção testicular
A punção é um procedimento que retira os espermatozoides diretamente dos testículos ou dos epidídimos usando uma agulha. Ele é feito em homens com azoospermia, ou seja, que não apresentam espermatozoides no seu liquido ejaculado.
Outros nomes
PESA, TESA, MESA, punção testicular e epididimária para azoospermia
Como e quando é feita a punção?
A punção precisa ser feita quando o resultado do espermograma do homem dá azoospermia, ou seja, não indica presença de espermatozóides no seu esperma. A punção sempre envolve a extração de espermatozoides utilizando uma agulha fina e seringa, e pode ser feita com sedação e, em alguns tipos, apenas anestesia local. Porém, existem três formas diferentes de se realizar esse procedimento. Confira cada uma:
Saiba mais: Quando a punção não funciona, é feita a biopsia testicular
- PESA (Percutaneous Epididymal Sperm Aspiration): essa é a técnica menos invasiva, pois apenas aspira o líquido do epidídimo (parte em que está a maior parte dos espermatozoides), sem para isso ter que abrir o escroto. O procedimento pode ser feito apenas com anestesia local e é utilizado principalmente em homens em que os gametas não escoam para o pênis, como quem passou por uma vasectomia
- MESA (Microsurgical Epididymal Sperm Aspiration): é um método um pouco mais complexo, pois é feita uma incisão de cerca de 2 centímetros na pele do escroto, expondo assim o epidídimo. Depois um dos túbulos dessa estrutura é isolado e o fluído dentro dele é aspirado
- TESA (Testicular Sperm Aspiration): caso não sejam encontrados espermatozoides no epidídimo, os especialistas partem para essa técnica, que é bem semelhante a PESA, mas é feita no testículo, onde os espermatozoides são produzidos.
Ao final de qualquer desses procedimentos, pode haver o suporte da equipe do laboratório, para que simultaneamente seja realizada a procura microscópica dos espermatozoides no material testicular obtido da punção. Alguns espermatozoides que restarem são guardados e armazenados para a realização de uma ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), um tipo de fertilização in vitro em que o gameta é injetado diretamente no óvulo.
Para quem é indicada
Normalmente as técnicas de punção testicular são indicadas para paciente azoospérmicos, ou seja, que não apresentam espermatozoides em seu esperma, condição detectada em um exame de espermograma. Também pode ser indicada diretamente a homens que fizeram uma vasectomia que não pode ser revertida.
O que esperar da punção testicular
Não há garantias de que o material coletado através da punção terá espermatozoides, muito menos de que eles estarão em boas condições quanto à sua formação ou motilidade. Normalmente, a quantidade de espermatozoides é fator limitante e portanto os médicos já a utilizam diretamente para a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). As porcentagens de sucesso deste método variam de acordo com o número de embriões transferidos, a idade da mulher e a qualidade do laboratório. Mulheres com menos de 30 anos de idade, por exemplo, podem ter até 50% de chance de sucesso, enquanto essa taxa cai para de 15% após os 42 anos.
Pré-operatório
É necessário apenas realizar jejum quando fará com sedação de no mínimo oito horas.
Pós-operatório
Após o procedimento, o ideal é que o homem cuide da região, aplicando bolsas de gelo e tomando analgésicos, caso necessário.
Saiba mais: Confira como e quando é feita a doação de espermatozoides
Riscos da punção testicular
A punção pode ser contraindicada para pacientes com doenças testiculares graves. Mas, no geral, não oferece riscos maiores do que outros procedimentos pouco ou médio invasivos.
Onde encontrar
O ideal é realizar esse procedimento em clínicas ou hospitais, pois pedem um ambiente esterilizado. Na rede publica é possível encontrar o procedimento, mas convênios não costumam oferecer o serviço.
Fontes consultadas
Farmacêutica Erika Oliveira Semaco, andrologista da Huntington Medicina Reprodutiva
Urologista especialista em reprodução humana Mauro Bibancos Rosa (CRM SP 89.187), médico da Huntington Medicina Reprodutiva
Urologista Conrado Alvarenga (CRM SP 116.006), da Clínica Vida Bem Vinda, em São Paulo
Saiba mais: Inseminação artificial: como funciona a fertilização