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Não adianta fugir, o estresse é uma reação natural do nosso corpo a situações tensas e de nervosismo. Na verdade, momentos estressantes são benéficos, pois eles melhoram seu desempenho no trabalho e nos relacionamentos. Porém, se constantemente você vem sentindo seu coração acelerar, os músculos se retesarem e o suor tomar conta do seu corpo, cuidado! "Atualmente sabe-se que um agente estressor intenso leva a alterações hormonais e pode ser o desencadeador de complicações, principalmente diabetes e hipertensão, pelo mecanismo de liberação crônica do cortisol e das catecolaminas", considera a endocrinologista Milena Caldato, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Tudo isso ocorre porque o corpo se prepara para situações em que ele precisa lutar ou fugir. Isso faz com algumas funções básicas do organismo mudem para poupar e canalizar nossa energia. "Primeiro há um disparo hormonal do sistema adrenérgico e depois do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal", explica o cirurgião geral Marcelo Katayama, instrutor de treinamento com foco em desenvolvimento pessoal e diretor no Núcleo Ser. Primeiro o hormônio adrenalina é liberado e depois o cortisol, e eles têm ações diversas no nosso corpo.
Quando o quadro se torna permanente, porém, isso altera todo o funcionamento do nosso organismo. Para saber mais sobre quais os problemas associados ao estresse crônico, confira a seguir como ele repercute em cada parte do nosso corpo.
Genética e envelhecimento
Pesquisas cada vez mais indicam a relação entre o estresse e o nosso DNA. Os cromossomos têm suas extremidades revestidas pelos telômeros, que os protegem. Normalmente eles se desgastam com o tempo, já que cada vez mais divisões celulares são feitas, e com isso os cromossomos precisam se duplicar. Porém, alguns fatores podem aumentar esse desgaste e redução dos telômeros, como o estresse. Para pesquisadores de Harvard, nos Estados Unidos, essa redução pode ocasionar diversas doenças ou mesmo o envelhecimento celular. Porém, o geneticista Ciro Martinhago, diretor do laboratório de análises genéticas Chromossome, em São Paulo, afirma que isso ainda é incerto. "Função dos telômeros ainda é incerta, mas certamente eles estão envolvidos de alguma forma na divisão celular", comenta o especialista. Ele acredita, no entanto, que o encurtamento dessas estruturas é uma consequência do envelhecimento celular, e não uma causa.