Médico formado pela Universidade de São Paulo e cirurgião plástico pelo Serviço do Professor Ivo Pitanguy, o Dr. Alan La...
iA blefaroplastia, ou cirurgia das pálpebras, é um procedimento capaz de corrigir os sinais do tempo, visando suavizar a transição entre os olhos e a estrutura óssea adjacente. Já que a partir da terceira década de vida, alterações marcantes ocorrem nessa região, podendo levar a uma aparência mais envelhecida e cansada.
A pele das pálpebras torna-se mais flácida e fina, fazendo com que a estrutura óssea subjacente fique mais evidente e a gordura contida nas bolsas palpebrais tenda a se projetar para fora. Estes fatores resultam num desequilíbrio entre os olhos e o contorno dos tecidos da face.
Por isso, a blefaroplastia é realizada através de incisões localizadas nas linhas naturais dessa área dos olhos: nas dobras das pálpebras superiores e logo abaixo dos cílios, nas pálpebras inferiores. Estas incisões podem ser prolongadas, quando necessário, para dentro das rugas, no canto externo dos olhos. Após fazer uma incisão na pele, o cirurgião separa a superfície da musculatura e gordura subjacentes, retira os excessos das bolsas palpebrais e remove as áreas de músculo e pele flácidas.
A blefaroplastia é uma cirurgia delicada, pois existe o risco de causar lesão nos olhos, por isso o cirurgião deve ter cuidado no manuseio dos equipamentos e instrumentos cirúrgicos, visando evitar lesões no globo ocular, especialmente na córnea.
O cirurgião precisa também ter alguns cuidados com a saúde dos olhos ao realizar essa cirurgia, como evitar o ressecamento da córnea, mantendo-a lubrificada com pomadas oftalmológicas durante o procedimento. Deverá também, cuidadosamente, controlar hemorragias fazendo uma boa hemostasia, pois o sangue liberado pode comprimir o nervo óptico podendo causar até cegueira.
Por essas razões é fundamental a escolha de um médico especialista para realizar o procedimento. Cirurgiões inexperientes podem cometer também erros estéticos na cirurgia. O erro mais comum é a retirada excessiva de pele (dificultando o fechamento dos olhos) ou insuficiente de pele (causando o descontentamento da paciente, pois ainda há pele para ser retirada), mau posicionamento das incisões, retirada excessiva das bolsas de gordura (deixando a pálpebra inferior mais funda) ou insuficiente das bolsas de gordura (deixando resíduo de gordura e causando o descontentamento da paciente).
Vale lembrar que a blefaroplastia não é capaz de remover os "pés de galinha", rugas profundas, áreas escuras em volta dos olhos e sobrancelhas caídas. O procedimento pode ser realizado sozinho (somente nas pálpebras superiores, inferiores, ou ambas) ou associado a outras cirurgias. Uma das vantagens do procedimento é que a região das pálpebras apresenta boa cicatrização e as cicatrizes tendem a se tornarem imperceptíveis após alguns meses.
Pacientes submetidos à blefaroplastia devem manter repouso absoluto por dois dias, mantendo a cabeça sempre elevada por sete dias e evitando esforços físicos por aproximadamente três semanas. Nos primeiros dias, pode haver lacrimejamento, desconforto nos olhos, uma sensação de leve queimação e embaçamento visual. Estes sintomas são normais e podem ser atenuados com a utilização de colírios apropriados.
As lentes de contato são permitidas após 10 dias e podem parecer desconfortáveis inicialmente. A proteção em relação aos raios solares, através de chapéus e óculos, deve ser frequente durante as primeiras duas semanas.
O inchaço é normal após a cirurgia de pálpebras, tende a ser máximo no terceiro dia e ocorre devido à grande quantidade de vasos sanguíneos presentes na face. Inclusive, manchas roxas chamadas equimoses podem aparecer ao redor dos olhos pelo mesmo motivo. Visando suavizar estes sinais, é recomendada a aplicação sistemática de compressas geladas na face e nos olhos durante os primeiros sete dias. As equimoses tendem a desaparecer após uma a três semanas e a maioria do inchaço é reabsorvido após duas a três semanas. Os pontos podem ser removidos de três a cinco dias após a cirurgia.
É importante ressaltar, que o inchaço distorce as estruturas anatômicas. Sendo assim, na maioria dos pacientes, o resultado final só pode ser percebido após cerca de dois meses.