É verdade, as papinhas industrializada evoluíram muito nos últimos anos. Hoje encontra-se no mercado papinhas sem conservantes e corantes, sem adição de açúcares e ricas em vitaminas e minerais. Algumas são embaladas em potes de vidro, livres de bisfenol A e compostas por ingredientes 100% orgânicos. Mas será que são saudáveis? Quando utilizadas em ocasiões específicas, as papinhas não fazem mal. Mas consumidas rotineiramente podem prejudicar um importante aprendizado: a educação nutricional.
O hábito alimentar é formado na infância e permanecerá na adolescência e na vida adulta. E sabe-se que um hábito alimentar saudável previne o aparecimento de doenças como diabetes, aterosclerose, osteoporose e muitas outras. O alimento industrializado não faz parte de um aprendizado saudável, podendo contribuir para o aumento do risco de desenvolvimento de doenças associadas à má alimentação.
As papinhas prontas, doces e salgadas, são compostas por mais de um alimento, o que dificulta a diferenciação do sabor peculiar de cada ingrediente e a distinguir os cinco sabores (azedo, amargo, doce, salgada e umami). No primeiro ano de introdução dos alimentos, de 6 a 18 meses de vida, é importante oferecer rotineiramente novos alimentos que tragam diferentes sensações através do paladar.
Em torno dos 8 meses, os bebês já são capazes de mastigar pequenos pedaços de alimentos bem cozidos. As papinha industrializadas geralmente são cremosas ou pastosas e podem retardar a adesão da criança aos 12 meses de vida em se alimentar com as mesmas preparações da casa. Além de contribuir para o desenvolvimento neuromotor da mastigação, as preparações com pedaços ajudam na evolução da fala. Outro fato, é que ao jogar o alimento para ambos os lados dentro da boca, o bebê está massageando as gengivas e alivia a coceira causada pelo crescimento dos dentes.
As papinhas industrializadas geralmente apresentam pouca diversidade de aroma e coloração. Características sensoriais que contribuem para que a criança cresça tendo prazer em se alimentar, afinal, comemos primeiro com o olhos e olfato.
Quando se precisa de praticidade e rapidez, a papinha industrializada tem o seu momento. É bom recorrer a ela somente quando não houver tempo para preparar a refeição com ingredientes naturais. É o caso de passeios ou viagens de longa distância, já que a papinha caseira pode estragar no caminho por causa da impossibilidade de resfriar adequadamente. Nos demais casos, é melhor preparar a refeição com alimentos frescos.
Ao preparar uma refeição caseira, estamos oferecendo não apenas energia e nutrientes de forma natural para a criança, mas ensinando a valorizar o sabor natural, sem os extremos dos alimentos industrializados que são muito doce ou muito salgado.
A criança é uma folha em branco, e os pais estão diariamente "carimbando" informações diversas e a alimentação é uma delas. Aproveite esse período para dar bons ensinamentos para que seu filho seja saudável pela a vida toda.