Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
i A cirurgia bariátrica é normalmente feita como um último recurso para pacientes com obesidade que precisam perder peso para controlar sua saúde - como reduzir o risco de diabetes, hipertensão e outras doenças que surgem com o excesso de peso. Agora, os pesquisadores descobriram que a perda de peso após essa cirurgia reduz significativamente o risco de câncer de colo de útero em mulheres.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) e do Moores Cancer Center analisaram um estudo com mais de sete milhões de pacientes no banco de dados da University HealthSystem Consortium, que fornece informações a partir de centros médicos acadêmicos e hospitais afiliados nos EUA.
A partir deste banco de dados, os pesquisadores identificaram 103.797 mulheres com histórico de cirurgia bariátrica. Destas, 44.345 tiveram o diagnóstico de câncer uterino. O estudo, que está publicado na edição de abril da revista Gynecologic Oncology, descobriu que o aumento do índice de massa corporal (IMC) e o risco de câncer endometrial estão ligados. De acordo com os autores, uma mulher com um IMC de 40 teria um rico cerca de oito vezes para câncer de útero do que alguém com um IMC de 25.
Dessa forma, a perda de peso que vem com a cirurgia bariátrica reduz significativamente o risco de uma mulher ter câncer de útero. Embora qualquer tipo de cirurgia traga consigo alguns riscos, os cientistas relatam que a cirurgia bariátrica - seguida de perda de peso dramática em mulheres que antes sofriam com obesidade - reduz os riscos de câncer de útero em 71%, até o máximo de 81%, desde que o peso normal seja mantido após a cirurgia.
Escolha do tipo de cirurgia bariátrica depende do peso e da saúde do paciente
Parte de um programa de emagrecimento do qual faz parte uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, a cirurgia bariátrica revolucionou a forma como se trata a obesidade. Não é à toa que, no final do ano passado, o Ministério da Saúde reduziu de 18 para 16 anos a idade mínima para realizar o procedimento pelo SUS, visto que o excesso de peso considerado prejudicial à saúde tem se tornado uma epidemia que atinge pessoas cada vez mais jovens.Mesmo sendo tão divulgada, entretanto, ainda restam muitas dúvidas sobre a cirurgia. Muitas pessoas sequer sabem, por exemplo, que existem quatro técnicas diferentes de realizá-las reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical, Bypass Gástrico e Derivação Bileopancreática. Para saber como cada um funciona, portanto, conversamos com uma equipe de experts para esclarecer tudo sobre o assunto. Confira:
Derivação Bileopancreática
A Derivação Bileopancreática é uma associação da Gastrectomia Vertical, com 85% do estômago retirado, com desvio intestinal. Esse desvio faz com que o alimento venha por um caminho e os sucos digestivos (bile e suco pancreático) venham por outro e se encontrem somente a 100 cm de acabar o intestino delgado, inibindo a absorção de calorias e nutrientes. A vantagem é que a técnica possibilita maior ingestão de alimentos, reduz a intolerância alimentar e promove maior perda de peso. Por outro lado, pode ocorrer desnutrição de intensidade variável ao longo do tempo. Diarreia, flatulência e deficiência de vitaminas também são comuns. A Derivação Bileopancreática corresponde a 5% dos procedimentos.