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Os avanços da ciência e tecnologia podem ser definitivos para o tratamento de uma série de doenças - ou mesmo para prevenir um problema antes mesmo dele acontecer. Pensando nisso, a Clínica Cleveland, centro médico e de pesquisa científica dos Estados Unidos, perguntou a mais de 100 de seus principais especialistas quais das últimas descobertas médicas que promete revolucionar a saúde no ano de 2014 e montou um top 10 de inovações promissoras. Para comemorar o Dia Nacional da Saúde (05 de Agosto), um time de especialistas explica melhor como essas inovações vão melhorar a saúde da população. Confira:
Inibidores de BTK para tratar Leucemia
Os linfócitos B são um tipo de célula que constitui o sistema imune, atuando na produção de anticorpos contra organismos estranhos em nosso corpo, combatendo infecções e fortalecendo sua imunidade. Entretanto, como a maioria das células em seu corpo, os linfócitos B podem se tornar cancerosos. Só no Brasil são esperados quase 10 mil casos de leucemia por ano.
A aposta da Clínica Cleveland é o ibrutinibe, um medicamento inibidor de BTK, uma proteína presente nos linfócitos B. A mutação do BTK pode fazer com que as células B da pessoa comecem a se multiplicar de forma desenfreada, dando origem a um tumor. "Nesse sentido, o medicamento funcionaria como terapia alvo, agindo diretamente no BTK e inibindo a multiplicação dos linfócitos B", explica Emmanuel Dias-Neto.
A Food and Drug Administration nos Estados Unidos por enquanto aprovou a droga apenas o tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica que receberam pelo menos um tratamento anterior. Até agora, o tratamento padrão para a leucemia linfocítica crônica era a quimioterapia, que oferecia efeitos colaterais graves. Nesse sentido, o ibrutinibe é uma alternativa. O medicamento mata apenas os linfócitos B malignos, poupando outras células saudáveis. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine relatou que em 26 meses, a taxa de sobrevivência estimada para leucemia linfótica crônica foi de 75%, sem progressão do câncer, com uma sobrevida de 83%. Ibrutinibe também tem se mostrado promissor para o tratamento de outras doenças malignas, incluindo o linfoma de células do manto, que é uma forma rara e agressiva de linfoma não-Hodgkin.