Graduada em Odontologia pela Universidade de São Paulo (USP) desde 2004, Fabíola tem vasta experiência na área, atendend...
iOs dentes decíduos, chamados dentes provisórios ou dentes de leite (pela sua cor mais branca), são sempre uma incógnita para os pais. Principalmente para as mamães e papais de "primeira viagem". É muito importante que os pais conheçam a cronologia da erupção dos dentes das crianças, a fim de melhor avaliarem o desenvolvimento de sua dentição.
O uso de pomadas com anestésicos locais podem aliviar os sintomas, bem como o uso de analgésicos em algumas situações bem específicas, sempre com o acompanhamento de um profissional (odontopediatra ou pediatra).
Assim que a dentição de leite se completa, ela permanece assim até os seis anos, quando nasce o primeiro molar permanente. Muitas vezes este dente é confundido pelos pais com um dente de leite, pois erupciona sem que ocorra a perda de qualquer dente, ou por vezes, nem é percebido pelos pais por estar numa posição de difícil visualização, e pode acontecer dele não receber os cuidados de higiene necessários. Aqui vale uma atenção.
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Antes dos 6 anos é importante que já ocorram os diastemas entre os dentes de leite, que são espaços que ajudam os dentes permanentes a encontrar lugar nas arcadas para conseguir erupcionar. Se a criança não tiver esses espaços até os 6 anos é muito provável que tenha problemas de falta de espaço para as trocas dentárias.
Desenvolvimento dos primeiros dentes
Os primeiros dentes de leite a erupcionar são os incisivos centrais inferiores, por volta dos 6 meses de idade, seguindo-se os incisivos centrais superiores e os laterais (já perto do 12º mês). Por volta dos 18 meses erupcionam os primeiros molares de leite, e aos dois anos e meio, em média, a erupção dos dentes de leite fica completa com os caninos e segundos molares, perfazendo os 20 dentes que constituem a dentição de leite (dez na arcada dentária superior e dez na arcada inferior).
Embora os casos de não formação dos dentes de leite sejam muito raros, as "anodontias", como são chamadas, podem ocorrer e serem parciais ou totais. Existem também bebês que podem apresentar algum dente já ao nascimento ou poucos dias depois de nascer, chamado de dentes natais ou neonatais. É fundamental que um especialista avalie seu filho, pois vários aspectos precisam ser considerados. Se o dente apresentar mobilidade, existe o risco de o bebê aspirá-lo, sendo assim indicada sua remoção. Caso não possua mobilidade, o dente poderá ser mantido, devendo os pais se preocupar com a higienização rotineiramente.
Também ocorrem casos de o dente erupcionar levemente "torto", ou girado, o que poderá se normalizar naturalmente, conforme a estrutura facial do bebê cresça para acomodar os dentes em erupção ou com os lábios e língua.
O desenvolvimento dos dentes de leite começa nas primeiras semanas de vida intrauterina, sendo importante a gestante ter um cuidado com a saúde e uma dieta adequada, uma vez que tudo isso influencia no desenvolvimento do seu bebê. A erupção dos dentes de leite é uma fase muito especial e que causa muita ansiedade aos pais. É um momento em que o bebê sofre uma série de mudanças físicas, psicológicas e de comportamento, pois ele está recebendo novas opções de alimentos, uma vez que a erupção dos dentes acaba coincidindo com a fase de introdução de novos alimentos além do leite.
Estas mudanças comportamentais estão relacionadas com descobertas de sensações táteis diferentes por causa dos dentinhos, novas brincadeiras e até alguma independência da mãe, pois a criança pode liberar sua agressividade com o ato de morder, mastigar e se alimentar.
Sintomas comuns da erupção dos dentes de leite
A vinda dos dentes é uma ocorrência natural e fisiológica e alguns distúrbios podem aparecer nesse período, mas nem sempre estão relacionados com a erupção dentária, existindo então, controvérsias entre médicos e dentistas no que se refere aos sintomas gerais acompanhando esse processo. O que pode ser observado nos bebês são irritabilidade, salivação aumentada, febre, diarreia, gengivite, redução do apetite, erupções cutâneas, tosse e vômitos, corrimento nasal, apatia e perturbações gastrointestinais.
Ocorrem sintomas como a "coceira" gengival, devido à pressão dos dentes na gengiva, deixando a criança irritada, chorosa e com sono agitado. Nessa fase o bebê passa a ficar mais tempo com os seus brinquedos pelo chão e acaba colocando a mãozinha na boca mais vezes por causa do desconforto gengival. Esta pode ser a causa das diarreias, vômitos e febre.
Também é comum o bebê começar a babar nessa época. Essa salivação excessiva pode estar relacionada ao incômodo da erupção dentária e também à maturação das glândulas salivares (que ocorre por volta do sétimo mês de vida), e que aumentam sua viscosidade e dificulta que o bebê engula toda a saliva produzida.
Esses sintomas são temporários e podem desaparecer em algumas semanas, assim que os dentes irrompem na cavidade bucal. É imprescindível que os pais compreendam esse processo, fiquem calmos e tomem as medidas necessárias para que as crianças passem por isso sem grandes agitações.
Como aliviar o desconforto do bebê?
Oferecer mordedores é a melhor opção para trazer alívio para a "coceira" gengival, podendo ser colocado na geladeira antes para que o frio tenha uma ação calmante sobre a gengiva irritada. Caso o bebê não aceite os mordedores, uma fralda de pano molhada com o suco que ele gosta e gelado pode ser uma saída. Também pode ser usada uma dedeira para massagear a gengiva ou a introdução de alimentos mais duros.
O uso de pomadas com anestésicos locais podem aliviar os sintomas, bem como o uso de analgésicos em algumas situações bem específicas, sempre com o acompanhamento de um profissional (odontopediatra ou pediatra).
Assim que a dentição de leite se completa, ela permanece assim até os seis anos, quando nasce o primeiro molar permanente. Muitas vezes este dente é confundido pelos pais com um dente de leite, pois erupciona sem que ocorra a perda de qualquer dente, ou por vezes, nem é percebido pelos pais por estar numa posição de difícil visualização, e pode acontecer dele não receber os cuidados de higienes necessários. Aqui vale uma atenção.
Antes dos seis anos é importante que já ocorram os diastemas entre os dentes de leite, que são espaços que ajudam os dentes permanentes a encontrar lugar nas arcadas para conseguir erupcionar. Se a criança não tiver esses espaços até os seis anos é muito provável que tenha problemas de falta de espaço para as trocas dentárias.
Cuidados de higiene com os dentes de leite
Com o início da erupção dos dentes de leite, os pais devem ter muita atenção com a higiene bucal do bebê. Pode ser usada uma gaze ou fralda embebida em água filtrada pelo menos três vezes ao dia nos dentinhos, gengiva, bochecha e língua. Com a erupção dos molares de leite, os dentes posteriores, é importante introduzir o uso de uma escova dental com cabeça pequena e cerdas bem macias para limpar as superfícies dentárias. Não se recomenda o uso de cremes dentais com flúor, pois a deglutição de flúor pode ser tóxica para o bebê.
A amamentação começará a ser aos poucos reduzida, após a última mamadeira da noite, deve-se higienizar os dentinhos, estabelecendo essa rotina antes de dormir. É mais comum do que se imagina ocorrerem as "cáries de mamadeira", pois a noite a salivação é menos intensa e portanto os dentes ficam mais desprotegidos com a diminuição de saliva.
Um dente recém erupcionado (mesmo os permanentes) não está totalmente mineralizado e está mais susceptível a processos de cáries, por isso, merece muito mais cuidado. É aconselhável evitar contatos salivares com beijinhos na boca, assoprar o alimento ou usar a mesma colher do bebê. As bactérias da cárie são transmissíveis e a chegada dos dentes possibilita sua instalação.
Os pais devem ficar atentos a quedas e batidas com a boca, comuns quando o bebê começa a dar os primeiros passos, pois podem ser prejudiciais aos dentes permanentes que já iniciam sua formação bem próximos às raízes dos dentes de leite.
Pode ocorrer de alguns dentes de leite nascerem com esmalte ou dentina irregular e precisarem de intervenção de profissional especializado para restauração. Com isso, evita-se dor e a criança poderá se alimentar adequadamente.
A visita a um profissional especializado em crianças e bebês deve ser realizada assim que erupciona o primeiro dente, perto dos seis meses de idade, independentemente de haver sintomatologia ou não, para que os pais possam ser orientados sobre vários aspectos, evitando problemas mais sérios no futuro. Além disso, em caso de uma emergência, os pais saberão de imediato a quem recorrer e terão muito mais confiança e tranquilidade.