Gastroenterologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com especialização pelo Hospital Federal de Lagoa...
i Lactose é um açúcar encontrado no leite e seus derivados. Esse açúcar é digerido no intestino por uma enzima chamada lactase. Quando a quantidade de lactase presente no intestino está reduzida temos a intolerância à lactose.
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Geralmente essa intolerância surge naturalmente após a infância, quando não necessitaríamos mais do leite na dieta. Além disso, pode ser secundária a doenças que acometam o intestino como gastroenterites (neste caso a doença é transitória), doença celíaca, doenças inflamatórias intestinais e ressecções cirúrgicas do intestino delgado.
Entre os sintomas desta condição podemos citar a diarreia, flatulência, dores abdominais e náuseas.
A suspeita de intolerância à lactose surge com os sinais e sintomas e para auxiliar no diagnóstico temos dois testes. O primeiro é o teste de tolerância à lactose, no qual é dado ao paciente um líquido com uma quantidade determinada de lactose e a seguir é medida a glicemia. O aumento da glicemia a partir de certos níveis sugere que a lactose foi digerida pela lactase com consequente liberação e absorção da glicose (que entra na composição da lactose). Contamos ainda com o teste respiratório em que o paciente bebe um líquido com lactose e mede-se a quantidade de hidrogênio expirado. No caso da intolerância a lactose expira-se uma quantidade maior de hidrogênio.
Exceto em casos particulares, como nas parasitoses e gastroenterites, essa condição não é reversível. O prognóstico é bom na maioria dos casos. Ao contrário da doença celíaca, que é a alergia ao glúten, a intolerância à lactose pode não causar qualquer sintoma ao paciente. Caso ele sinta desconforto e mesmo assim continue comendo produtos com lactose, o máximo que irá acontecer é o desconforto não passar. Não há qualquer complicação grave em prosseguir comendo a lactose.
Existem disponíveis medicamentos feitos com lactase que estão indicados em certos casos. Cabe lembrar que ao evitar o leite e seus derivados devemos estar atentos a quantidade de cálcio e vitamina D na dieta, cabendo a orientação de um nutricionista.
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*Artigo escrito em parceria com médico clínico geral Rubens Cleto Moreira Vieira