Com a chegada do tempo frio e seco, as chances de doenças respiratórias aumentam consideravelmente. Passamos a sofrer mais de rinite, bronquite, asma, infecções viróticas e bacterianas. Tossimos mais, as secreções são mais evidentes, o nariz não para de escorrer. Mas como é que o tempo seco contribui para isso?
Para entender como isso acontece, é preciso primeiro saber como as coisas se dão no nosso ambiente de vida, principalmente como se dá a renovação do ar na atmosfera que respiramos.
A nossa atmosfera pode ser dividida, a grosso modo, em duas camadas: uma que é superior, alta, e fria, e outra que é inferior, mais quente. A diferença de temperatura entre essas camadas é que faz com que se dêem os ventos e a renovação do ar na camada inferior, onde vivemos. O ar quente tem a tendência de subir, e o ar frio, de descer.
Segundo esse princípio (o ar quente sobe e o ar frio desce) é que são geradas correntes de ar e formação de nuvens de ar quente nas camadas superiores, que se condensam e precipitam, ocasionando o que conhecemos como chuva. O ar frio que desce é mais leve, tem menos partículas, e renova o ar que respiramos.
Ocorre que, em tempo frio, o ar da camada inferior se torna relativamente mais frio em relação àquele da camada superior, e a renovação do ar não se dá da mesma maneira e também não tão rapidamente. O ar mais frio da camada inferior sobe mais lentamente, e o resultado é que a camada inferior passa a concentrar mais partículas de poeira, mais gases exalados pelos nossos veículos, mais fumaça exalada pelas nossas fábricas, e o ar que respiramos não é renovado com eficácia. Resultado: tudo isso acumulado no ar que respiramos passa a agredir mais intensamente nossas mucosas, que são as membranas de revestimento do nosso nariz, brônquios, pulmões.
Acrescente a isso o adensamento humano de nossas cidades e pronto: está feito o caldo de cultura que favorece a maior disseminação de doenças respiratóras entre nós.
Assim é que as doenças respiratórias se manifestam mais intensamente no tempo frio e seco. Menor renovação do ar na camada inferior da atmosfera, maior concentração de partículas e substâncias nocivas no ar, maior agressão às mucosas do trato respiratório. Mais tosse, mais secreção, mais rinite, mais sinusite. Com a manutenção e agravamento do quadro, pneumonias e sinusites graves.
A melhor maneira de se prevenir, como sempre, está na tomada de medidas de higiene e alimentação mais saudáveis, tais como manter as mãos limpas e lavá-las sempre que possível, consumir alimentos mais frescos e evitar mudanças bruscas de temperatura ambiente. Se você está acostumado a tomar banhos quentes, passe a vestir-se no banheiro. Evite sair de ambientes aquecidos sem agasalhar-se antes de se expor ao frio, e principalmente evite ambientes com muita concentração de pessoas, o que é quase impossível em cidades maiores. Por último, evite a companhia próxima de pessoas com doenças respiratórias ou fumantes.
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Quem sabe haverá o dia em que uma pessoa atingida por resfriado ou gripe usará máscara no Rio e em São Paulo, como o fazem as pessoas de alguns países, como Japão, Alemanha, China?