Graduada em Odontologia pela Universidade de São Paulo (USP) desde 2004, Fabíola tem vasta experiência na área, atendend...
iA ortopedia funcional dos maxilares e a ortodontia são especialidades da odontologia que vem crescendo em números significativos e alcançando um vasto desenvolvimento técnico, possibilitando tratamentos eficientes e com ótimos resultados, tanto funcionais quanto estéticos. Os aparelhos removíveis ou fixos podem ser usados para a correção de alterações nas posições dentárias ou alterações na relação entre a arcada superior com a inferior.
Normalmente, a queixa estética é a primeira preocupação que surge e é a que mais leva os pais a buscarem avaliação de um profissional para um possível tratamento ortopédico funcional ou ortodôntico para a correção dos dentes anteriores desalinhados. Os apinhamentos dentários, ou como são chamados "dentes tortos", são facilmente visualizados e identificados pelos pais e indicadores de que algo pode estar errado na mordida da criança.
Apesar de existir inúmeras outras causas de indicação de tratamento ortopédico funcional/ortodôntico, a questão estética tem uma importância muito grande em vários aspectos. Problemas de autoestima ou descontentamento na aparência pessoal podem causar transtornos sociais nas crianças, como insegurança ou vergonha, e por isso, muitas crianças acabam ficando introspectivas, quietas e falam e sorriem menos.
As causas das alterações nas arcadas e de posicionamento dos dentes podem estar relacionadas a fatores genéticos e ambientais, como, por exemplo, a respiração bucal, hábitos de dedo e/ou chupetas, posicionamento de língua e falta de estímulo de amamentação e mastigação.
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Assim que os primeiros dentes de leite, chamados de decíduos, caem, os dentes permanentes anteriores iniciam o processo de erupção. São no total de quatro dentes incisivos superiores e quatro inferiores, sendo dois incisivos centrais e dois incisivos laterais em cada arcada e esse processo ocorre na faixa dos 5 a 7 anos de idade.
Para que os dentes incisivos se posicionem corretamente nos arcos dentários é necessário que haja previamente o espaço adequado para eles nos ossos da mandíbula e da maxila. Uma vez que os incisivos decíduos têm a largura menor do que os seus sucessores, é muito importante que haja espaços entre as bordas laterais do dente e de seu vizinho.
Caso não tenha o espaço suficiente para os dentes permanentes, eles podem ficar presos dentro do osso, podem perder seu caminho de erupção surgindo no lugar de outro dente ou podem ficar apinhados (quando estão apertados nas arcadas e ficam tortos, ou uns sobre os outros).
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Problemas causados por dentes tortos
"Dentes tortos" ou a má posição dentária, além do fator estético, também pode causar consequências indesejáveis para a saúde bucal e atingir os ossos de sustentação, como por exemplo:
- Traumas oclusais: Sem o correto posicionamento dos dentes, o equilíbrio oclusal (da mordida) fica comprometido e os dentes acabam por sofrer o impacto das forças de mastigação de maneira anômala, sofrendo sobrecargas que podem ser prejudiciais às raízes e aos ossos.
- Cáries: A dificuldade de uma adequada higienização de dentes desalinhados e apinhados pode acarretar em lesões de cárie. Além disso, o fato dos dentes estarem muito apertados e sem o ponto de contato correto, isto pode impedir a visualização para um diagnóstico precoce, correndo o risco de alguma lesão de cárie passar despercebida em uma avaliação odontológica.
- Gengivite: Consiste na inflamação da gengiva ao redor dos dentes. A incorreta posição dos dentes impede a adequada massagem gengival que o alimento faz ao deslizar sobre os dentes e pode aumentar a dificuldade de higienização dessa região.
- Traumatismos dentários: Um dente fora da sua correta posição no arco dentário pode sofrer impactos externos mais facilmente, como por exemplo, com brinquedos ou uma queda da criança.
A partir do momento em que um dente surge na cavidade bucal sem espaço, é bem provável que exista a indicação de algum tipo de intervenção. Essa situação não costuma se reverter sozinha e muitas vezes vai se agravando com o passar do tempo e então, outros dentes vão erupcionando fora de sua posição.
Prevenindo e tratando o problema
Algo que desconhecido de muitos, é o apinhamento de dentes permanentes que muitas vezes pode ser evitado simplesmente através de orientações específicas de um profissional especialista. Essas orientações estão relacionadas à forma de mastigação e tipos de alimento que podem ajudar no correto estímulo que está faltando para um bom desenvolvimento das arcadas ou até mesmo um encaminhamento para tratamento de alterações respiratórias.
Caso a prevenção não seja mais possível, mas o diagnóstico foi feito cedo em uma idade ainda precoce, existem casos que podem ser tratados ainda sem o uso de aparelhos removíveis ou fixos, através de pistas diretas planas. Essa técnica consiste em alterar o formato de alguns dentes de leite com o uso de resinas compostas usadas em restaurações de uma determinada maneira que proporciona contatos dentários mais satisfatórios durante os movimentos mastigatórios para um maior estímulo das arcadas.
Em alguns casos o profissional pode indicar a necessidade do uso de aparelhos, sendo que ainda na dentição decídua (em qualquer idade), o tratamento corretivo por ser feito através da ortopedia funcional dos maxilares com aparelhos ortopédicos funcionais. Estes aparelhos são intra-orais removíveis, confeccionados em acrílico e acessórios em fio de aço, podendo ser coloridos e lúdicos com personagens de acordo com a escolha das crianças. Eles funcionam de maneira funcional e indolor proporcionando o estímulo adequado para um bom crescimento e desenvolvimento dos ossos das arcadas e assim, o alinhamento dentário.
O tratamento na dentição permanente completa pode ser feito, além do uso dos aparelhos ortopédicos funcionais, com o uso de outros tipos de aparelhos, como os braquetes fixos por exemplo.
É importante salientar que mesmo que um desalinhamento dentário não chegue a causar incomodo estético, deve-se sempre buscar uma opinião profissional para que seja feita uma avaliação de toda a oclusão (mordida) e de seu funcionamento. Havendo alguma alteração na oclusão e sua função, quanto mais cedo for o diagnóstico, mais fácil e eficaz será o tratamento.