A partir dos seis meses de idade as necessidades nutricionais da criança mudam e o leite materno precisa ser complementado com alimentos. Mesmo que o bebê só tome fórmula (leite artificial), e não leite materno, recomenda-se esperar até os seis meses para dar outros alimentos.
A produção de enzimas digestivas aos seis meses de vida passa a ser suficiente para digerir outros alimentos fora o leite materno e o organismo da criança está mais forte para combater eventuais infecções ou alergias causadas pela alimentação.
É nessa idade também que a maioria das crianças atinge um estágio de desenvolvimento com maturidade fisiológica e neurológica para deglutir alimentos semissólidos. O reflexo de protrusão da língua está atenuado, o que facilita a ingestão de alimentos bem cozidos, amassados e raspados.
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Comece pelas papinhas
O passo inicial da nova dieta costuma ser uma papa de frutas após a primeira mamada do dia. Na segunda semana é introduzida a segunda papinha de frutas no período da tarde, geralmente ao acordar do sono da tarde. A seguir, a papa salgada é introduzida no horário do almoço. Quando o bebê já estiver comendo bem essas três refeições, é a hora de incluir o jantar.
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Para o preparo das primeiras papas doces use frutas como banana, mamão, abacate, manga, maçã e pera. Sempre amasse o alimento, nunca liquidifique ou peneire, a criança deve receber as fibras e exercitar o movimento da boca e da língua com pedacinhos macios de alimento.
O suco de fruta não deve ser utilizado como refeição e sim como hidratante 1 a 2 vezes por dia entre as refeições após dois meses de introdução dos alimentos. Não acrescente açúcar ou água e evite polpas e frutas congeladas para garantir todos os nutrientes e sabor natural.
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A água deve ser introduzida, assim como os sucos de frutas, gradativamente entre as refeições para evitar que a criança fique saciada e consuma alimentos em quantidades adequada.
A papa salgada deve ser colorida e composta por duas verduras de cores diferentes, um cereal, uma carne bovina ou frango e uma leguminosa. Verduras como cenoura, beterraba, couve flor, brócolis são boas opções para os primeiros meses. Para os cereais, dê preferência para o painço e arroz integral e para as leguminosas, use lentilha, feijão preto e grão de bico. A carne deve estar na forma de caldo e em torno dos oito meses de vida a proteína animal é introduzida na forma de carne moída ou picadinha com a faca.
Aos nove meses de vida o bebê deve estar com quatro refeições e entre duas e quatro mamadas diárias. Veja abaixo exemplo de esquema alimentar para crianças de 8 a 11 meses.
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- 6h leite
- 8h papa doce
- 11h papa salgada
- 15h papa doce
- 18h papa salgada
- 20h leite
- 22h leite.
E o leite materno?
O leite materno pode ser estendido até os dois anos de vida. Mas para que a criança atinja suas necessidades nutricionais, o leite não deve atrapalhar ou substituir as refeições, mas sim complementar. Oferecer o peito logo após os alimentos em papa não é uma regra, mas uma alternativa, quando a criança aceita pouco o alimento oferecido. Na parte da manhã, depois da primeira mamada do dia, dê um intervalo de cerca de duas horas para oferecer a papa doce (inicie com 1 colher de sobremesa e aumente a quantidade gradativamente) com uma colher de plástico ou silicone. O mesmo deve ser feito com as demais refeições.
Apresente novos itens gradualmente
Introduza os alimentos gradativamente, um por vez. O bebê precisa de tempo para se acostumar aos novos sabores e consistências dos alimentos. Além disso, a introdução gradual de diferentes alimentos possibilita que alergias sejam identificadas mais rapidamente, através da observação de sinais como o aparecimento de diarreias, assaduras, dores abdominais ou alterações de cutâneas. Ofereça um alimento novo a cada três dias, começando com frutas e depois introduzindo os legumes e verduras, e por fim as carnes que são mais difíceis de digerir que os demais alimentos.
Inicie com 1 colher de sobremesa e aumente gradativamente a quantidade de alimentos no prato. Assim como ocorre com os adultos, o apetite do bebê não é constante. Dê atenção aos sinais que ele dá. Quando a criança se recusa a abrir a boca para a próxima colherada, vira o rosto ou começa a brincar com a comida, é porque provavelmente está satisfeita. E se o bebê estiver "raspando o prato", atenda o apetite dele e ponha mais comida, mas sempre pare de alimentá-lo quando ele mostrar que não quer mais.