Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iA autoestima nada mais é do que o amor e estima que a pessoa sente por si mesma e esse conceito começa a ser construído na infância. Os pais tem um papel fundamental nesse momento dos filhos, mas é comum que surjam muitas incertezas nesse caminho.
Para tirar as dúvidas dos nossos leitores sobre esse tema delicado, o Minha Vida ao Vivo conversou com a psicóloga Daniella Freixo de Faria, especialista em relacionamento entre pais e filhos. Depois, mais perguntas foram respondidas em um chat com mais perguntas dos internautas.
Se você não pôde assistir, confira abaixo os melhores momentos do bate-papo da especialista com os internautas:
Simone: Como saber se a autoestima do meu filho está sendo abalada pelos amigos da escola?
Daniella Freixo de Faria: Se seu filho volta pra casa feliz, falante ou mesmo quieto e cansado esse é um sinal de que provavelmente ele tem vivido seu dia na escola intensamente, quando algo sério a ponto de abalar a autoestima de uma criança acontece na escola, saímos do conflito comum que gera crescimento e aprendizado e entramos no encolhimento, na criança que fica triste, abatida, abalada, não quer ir para a escola. O bom caminho, se isso estiver acontecendo, é procurar a escola para que nessa parceria, a situação seja resolvida da melhor maneira e que nessa oportunidade as crianças possam aprender.
Sonale: Meu filho é criado sem o pai. Isso pode interferir em sua autoestima?
Daniella Freixo de Faria: A criança que por alguma razão não convive com seu pai normalmente busca em outras figuras masculinas uma referência. É importante que ele saiba a verdade adaptada a sua idade para que não fique imaginando quais as razões desse não convívio, fora isso, o avô, os tios, o professor, podem ser boas referências para sua vida.
Joana Darc: Como melhorar a autoestima da minha filha, após separação e pouca presença do pai na vida dela?
Daniella Freixo de Faria: Se você possui uma boa relação com o pai da sua filha, converse com ele sobre a importância da presença dele na vida dela. A criança normalmente se acalma quando, nessa nova rotina depois da separação, percebe que permanece tendo seu pai e sua mãe por perto. Se isso não for possível, fortaleça o vínculo com os avós, tios e saiba que a relação da sua filha com o pai dela é algo que depende do cuidado por parte dele.
Kelly: Tenho uma filha de três anos de cabelos encaracolados, muitas pessoas elogiam, mas ela tem crises de choro por achar o próprio cabelo feio. O que fazer?
Daniella Freixo de Faria: Um dos caminhos pode ser trazer essas referências de pessoas com cabelos tão bonitos quanto o dela, como a princesa Merida do desenho Valente e algumas fadas da turma da Sininho. Leve sua filha para passear em uma praça e veja com ela como as flores, mesmo tortinhas e caídas, têm a sua perfeição, essa perfeição vem do coração e não se busca, já é, já está.
Edna: Tenho um filho de 11 anos que vive dizendo que eu não o amo, que não gosto dele, faz tudo para chamar a atenção. O que faço?
Daniella Freixo de Faria: Talvez esses momentos aconteçam depois de uma negativa para algum pedido. Se for assim, normalmente essa é uma tentativa de transformar o não em sim por meio da culpa sentida por você. Se essas falas vêm em outros momentos, talvez seu filho necessite de mais demonstrações de amor. Bilhetes, cartões e muito chamego são algumas dicas nesse caso.
Ana Lucia: Meu filho tem 13 anos, pesa 70 quilos e não se importa de ser gordo, como faço para melhorar a autoestima dele para que ele perca peso?
Daniella Freixo de Faria: Se ele se sente realmente bem, talvez já tenha uma boa autoestima, a questão pode ser cuidar melhor de sua saúde. Então, gradativamente, vá melhorando a qualidade das refeições, dos lanches e conte para ele que como mãe é sua responsabilidade cuidar bem dele, e a alimentação é parte desse cuidado. Crie regras, como o "dia da porcaria", por exemplo, e se puder consultar um pediatra ou endocrinologista, pode ajudar bastante.
Nybarbosa: Tenho uma filha de 13 anos e ela é muito popular na escola, tem mais de 100 amigos, mas às vezes a pego chorando no quarto escondida. Como agir?
Daniella Freixo de Faria: Converse com ela, fora desses momentos, e coloque-se a disposição para qualquer assunto. Conte da sua adolescência, do que era difícil para você, do quanto às vezes parece confuso e vá se aproximando, criando esse contato e esse canal de conversa.
Sheila: Minha filha está muito mal na escola, e fica se intitulando burra. Como vou agir neste caso?
Daniella Freixo de Faria: Foque no processo e na postura de estudante da sua filha. É importante que ela faça a lição, preste atenção na aula, tire suas dúvidas com a professora e ajude-a na organização do estudo em casa. Mostre para ela que o resultado é consequência dessa postura que você estará incentivando e proponha uma mudança de postura para obter mudança de resultado. Em paralelo, converse com a escola para montarem uma parceria nesse sentido.
Fabiane: Minha filha tem 16 anos e eu cobro muito com relação ao corpo. Tenho medo da auto estima dela ficar baixa. Pode acontecer?
Daniella Freixo de Faria: Que bom você se propor essa reflexão. Observe como você lida com esse assunto no seu corpo, e observe como a sua filha lida com o corpo dela. Se ela está bem, se ela feliz ou se está incomodada com alguma coisa. Depois, juntas e de um jeito leve, vejam o que podem fazer pra melhorar a saúde.
Gilvaneide: Trabalho e só chego em casa à noite, nem sempre paro para brincar com minha filha porque sempre ter coisas a fazer em casa, será que isso pode acarretar em algo?
Daniella Freixo de Faria: Nesses momentos você deve parar de usar o chicotinho da culpa. Eu acredito que estar junto nem sempre é estar perto. É como se tivéssemos cordões de ouro que ligam os corações de quem se gosta. Por isso, muitas vezes você pode se mostrar presente sem estar ali no momento. Tenho um paciente que sempre que vai para a consulta recebe uma mensagem da mãe perguntando se ele já chegou ou está no caminho. E assim ele sente que a mãe está no trabalho, mas está preocupada com ele, atenta a ele. Aproveite as situações rotineiras como banho, jantar, colocar para dormir, e capriche na qualidade da sua presença, nas trocas e conversas desses momentos. E se possível, tire esse atraso em suas folgas.
Saiba mais: Autoestima: o que é, como aumentar e importância