Psicóloga formada em 1998 pela Faculdade de Ciências e Letras, com validação e equivalência de diploma pela Universidade...
iFalar em medo é sempre algo muito particular, porque cada pessoa interage de maneira diversa as situações. No entanto, sempre que você sente medo, vale a pena fazer dois tipos de reflexão:
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- Você sente medo de alguma coisa ou situação? Conhece alguém que sente?
- Até que ponto seu medo é considerado normal?
Essas são perguntas básicas para que você possa começar a pensar sobre o tema. Mas, afinal, o que é o medo?
O medo é um estado emocional que desperta atenção e o movimento de alerta para a consciência do perigo. É também uma preocupação, com foco no que pode vir a acontecer. A pessoa que sente medo tem temor de estar sendo ameaçado, que algo possa fazer-lhe mal. Esse sentimento é de ansiedade, receio, pavor e pânico, que de modo geral funciona como uma proteção.
O medo não é só mental, no sentido de que ele, atinge a mente e o corpo. Uma vez experimentado esse estado de ansiedade forte e marcante, há respostas fisiológica no organismo: liberação de hormônios ligados ao estresse (adrenalina e cortisol) com o objetivo de proteção, preparando o indivíduo para lutar ou fugir.
Então, o que faz uma pessoa sentir medo e outra não?
As diferentes respostas estão na percepção e aprendizado de cada um. Se uma pessoa foi criada, por exemplo, numa fazenda, tende a interagir melhor com animais do que aquela que foi criada numa cidade grande sem contato com bichos. Ou seja, a repetição da exposição da pessoa a determinado estímulo pode mudar conforme a vivência e isso muda o despertar do medo.
Mas isso é uma parte. O medo também vem de uma situação negativa real vivida. Ou seja, se uma pessoa teve uma situação ruim, por exemplo, com animais, pode sentir medo, mesmo tendo vivido toda a vida numa fazenda. Além de uma situação negativa, pode acontecer também uma situação um pouco mais forte, considerada traumática, experiência realmente ruim que marca a pessoa, de tal forma, que se cria uma memoria forte e pesada sobre o tema, e tudo que se relaciona a isso será sentido como ameaçador, causando mal estar.
O medo também está ligado ao aprendizado de outras pessoas. Se alguém vê uma pessoa sofrendo numa situação, pode fantasiar e sentir medo imaginando o que a outra viveu e passou. Vou contar uma experiência recente que vivi que ilustra exatamente isso. Ao voltar de viagem semana passada, peguei um voo com muita turbulência, além do normal. Algumas pessoas choraram durante o voo e outras disseram terem ficado apavoradas e que foi o pior voo da vida delas. Quando eu contei que ao sair do voo fui parar no pronto socorro do aeroporto, as pessoas que me escutaram fantasiaram medo e pavor, eu não disse isso de mim e nem foi o que aconteceu: eu apenas tive muita tontura.
Com isso, uma das coisas que se pode afirmar sobre medo é um alto grau de fantasia e imaginação. Além disso, outro ponto para se pensar, é o foco de atenção. Onde está sua atenção ao sentir medo? E onde esta sua atenção ao não sentir medo? O que pensa sobre isso?
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Existe medo racional e irracional?
Medo é medo. Não há distinção entre racional e irracional. O que se pode entender é que algumas situações devem ser evitadas, porque de fato são perigosas, mas essas não são aquelas que limitam a vida das pessoas. Afinal, um dos grandes problemas do medo é deixar de viver a vida de forma saudável para evitar o medo a qualquer custo.
No meu livro "O Segredo para Vencer o Medo" (Ed. Universo dos Livros, 2011) você pode encontrar varias maneiras de cura do medo, segue algumas ideias sobre o tema:
- Dessensibilização: você pode quantificar através de uma escala de medo, por exemplo, dando uma nota de 0-10, ou seja, do mais leve medo ao mais forte pavor. E repetir a quantificação a cada etapa de aproximação do objeto fóbico. E você pode, também, progressivamente, passo a passo enfrentando o medo sem pressa, atuando no seu tempo e ritmo. Com isso, há uma mudança e atenção permanente no processo de cura e ressignificação dos estímulos antes de medo para a evolução da neutralidade e bem estar
- Planejamento: criar uma estratégia para interagir gradualmente com aquilo que gera medo
- Aprendizado com outra pessoas: observar como as pessoas que não tem medo lidam com a mesma situação e aprender com elas
- Relaxamento corporal e mental: diminuir a ansiedade através de relaxamento corporal e respiração lenta e profunda.
As sessões de hipnose, programação neurolinguística (PNL), coaching de vida e EMDR são excelentes formas de cura e bem-estar.
Agora que você tem as informações acima, pode começar a trabalhar sobre seu medo ou ajudar alguém que você conhece que sente. Procure um profissional qualificado para lhe orientar no melhor caminho para você de cura e liberdade.
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