Possui graduação em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (1973) e doutorado em Faculdade de Medicina pela Faculdade...
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A quimioterapia "branca" tem esse nome devido à cor transparente do medicamento utilizado no tratamento - em contraposição à cor do líquido da "quimioterapia vermelha". Esse tipo de quimioterapia pode ter como composição as medicações: paclitaxel, docetaxel, carboplatina, ciclofosfamida, entre outras.
Esse tipo de quimioterapia pode ser indicado tanto para o período pré-cirúrgico (neoadjuvante) quanto para depois da cirurgia de remoção do câncer, como complemento ao tratamento e com intuito curativo (adjuvante).
Ela também pode ser utilizada em combinação com outros esquemas de tratamento nos casos de câncer de mama, tumores de cabeça e pescoço, ovário, pulmão e útero. A combinação de quimioterápicos é recomendada na maioria dos casos, aumentando significativamente a efetividade do tratamento.
O período de aplicação irá depender do medicamento utilizado. “No caso do paclitaxel, é realizada geralmente de maneira semanal - mas também pode ser administrada a cada três semanas”, explica o oncologista Artur Malzyner. “Já o docetaxel, em geral, é administrado a cada três semanas”, completa.
Esses medicamentos usados na quimioterapia branca são administrados por via venosa (na veia), e a dosagem depende do peso e da altura de cada paciente. Já a quantidade de sessões depende do objetivo do tratamento.
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Efeitos colaterais da quimioterapia branca
Os principais efeitos colaterais são:
- Queda dos glóbulos brancos e, portanto, redução das defesas do organismo contra infecções;
- Neuropatia;
- Ganho de peso;
- Dores articulares;
- Queda de cabelo;
- Diarreia;
- Náusea e vômito.
A maioria desses efeitos é temporária e em geral não requer intervenção médica.
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Quimioterapia branca de 21 em 21 dias
O período entre uma aplicação e outra de quimioterapia branca depende da extensão do tumor. Esse intervalo costuma ser de 21, 14 ou sete dias. “Isso depende do regime, do subtipo e do estadiamento [do câncer]”, indica Débora Gagliato, oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Essa pausa é necessária para o corpo se recuperar. “A quimioterapia é um tratamento citotóxico, que tem efeitos nas células saudáveis. Então, o tempo é necessário para a recuperação saudável do organismo”, conta.
Diferença entre quimioterapia branca e quimioterapia vermelha
“As duas têm indicações distintas. Elas podem ser ou não utilizadas dependendo do subtipo de câncer de mama”, explica Gagliato. Outra diferença significativa entre a quimioterapia branca e a vermelha é o tipo de quimioterápico usado em cada uma.
“Enquanto a quimioterapia vermelha tem como seu principal componente a doxorrubicina (adriamicina), ou mais raramente a epirrubicina, a quimioterapia branca tem como seu principal componente o paclitaxel, ou mais raramente o docetaxel”, diferencia Malzyner.
Desta forma, os mecanismos de ação, os efeitos colaterais e os usos clínicos da quimioterapia branca e quimioterapia vermelha podem ser diferentes. Com isso, vale destacar que uma não é mais forte do que a outra, já que elas agem de forma distinta.
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Contraindicações
A quimioterapia branca não é indicada para todos os tipos de câncer. “Ela é usada somente para os casos de câncer de mama, ovário, útero, pulmão e de células não pequenas e sarcoma de Kaposi”, conta o Malzyner.
Além disso, a quimioterapia branca é contraindicada para pacientes alérgicos aos compostos do quimioterápico, gestantes e pessoas que apresentam alterações de funções do sangue, fígado, rins ou no sistema nervoso.