Uma série de fatores são determinantes na cura de uma doença e a principal delas é a rapidez no diagnóstico. O caso do pequeno Grayson Dunham é um triste exemplo disso: o garoto, de apenas 2 anos, recebeu cinco diagnósticos diferentes e acabou falecendo de uma doença que tinha 95% de chances de cura.
Kayla Dunham, mãe do garoto, relatou toda a trajetória de seu filho pelo Facebook, desde os primeiros sintomas até os últimos momentos de vida dele. "Na manhã da última quarta-feira, Grayson começou a apresentar vômitos e diarreia e continuou do mesmo jeito na quinta. Nós pensamos que ele havia pego 'algum bichinho' e nos preocupamos em mantê-lo confortável. Na tarde de sexta ele piorou, estava com o que parecia ser uma dor abdominal, e nós o levamos ao pediatra", escreveu.
De acordo com Kayla, o primeiro diagnóstico foi o de uma gastroenterite, infecção intestinal menos complexa, chegando a atrapalhar o sono da criança. No sábado, pela manhã, a família voltou ao pediatra. Avaliando os sintomas (vômito, diarreia, sangue nas fezes, dor abdominal e desidratação), o médico concluiu que seria melhor interná-lo.
No hospital, realizaram exames de raio-X de tórax e abdômen, além de alguns ultrassons para descobrir a causa dos sintomas. Com dificuldades para realizar o diagnóstico, os médicos constataram que poderia se tratar de uma intussuscepção, emergência médica em que parte do intestino desliza para dentro de outra porção do órgão.
Após essa suspeita, os médicos disseram que o menino estava com uma inflamação dos vasos sanguíneos, sintoma que acompanha a intussuscepção. Antes de ser transferido para outro hospital, no qual havia uma equipe de cirurgia pediátrica para emergências, foi realizado mais um ultrassom de abdômen, que identificou que o apêndice estava alargado. Este seria o quarto diagnóstico errado.
Os médicos do novo hospital desconsideraram os diagnósticos de intussuscepção e alargamento do apêndice, mas afirmaram que parte do intestino, o cólon, estava inflamado. Grayson, a este ponto, sentia dores que não o deixavam sequer se movimentar e seu quadro apenas se agravava.
Por fim, foram realizados exames renais, que apresentaram resultados muito alterados e, finalmente, os médicos puderam diagnosticar corretamente que Grayson estava com a Síndrome Hemolítica Urêmica (SUH). Esta é uma doença rara que destrói as plaquetas do sangue e reduz o número de hemácias, levando ao comprometimento dos rins. Porém, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, o risco de cura chega a 95%.
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Em todo o tempo em que esteve internado, Grayson manteve a frequência cardíaca e a pressão arterial elevadas, chegando a receber medicações. Os médicos relataram que a pressão estava elevada porque o garoto encontrava-se ansioso, preocupado e com medo. Após o diagnóstico, os médicos encararam a elevação da pressão como sintoma da doença.
A mãe do garoto relembra que colocaram uma sonda nasogástrica em seu filho, um pequeno tubo que, introduzido pelo nariz, permite a saída do conteúdo estomacal que estaria acumulado. Após a retirada deste fluido, o garoto pôde voltar a andar e parou de se queixar de dor. Após tal procedimento, o garoto fora entubado e colocado sob ventilação artificial, a fim de que relaxasse e descansasse antes da cirurgia e a diálise.
Mesmo entubado e com a pressão sob controle, a frequência cardíaca de Grayson ainda estava alta. Os médicos relataram que o nível de hemoglobina do garoto havia caído para zero, parando seu coração. A equipe médica tentou reanimá-lo durante 1 hora e 45 minutos, sem sucesso. Kayla finalizou sua publicação relatando que dividiu sua história com a esperança de que os pais apoiem e defendam sempre seus filhos.