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Mulheres que usam regularmente desodorantes com sais de alumínio podem apresentar maiores riscos de desenvolver o câncer de mama. É o que mostra um novo estudo realizado pela Universidade de Genebra, na Suíça, e publicado pelo "International Journal of Cancer".
Os cientistas argumentam que a exposição a longo prazo ao cloreto de alumínio pode provocar o surgimento de tumores, que se espalham para outras partes do corpo. Se o produto for do tipo antitranspirante, o risco é ainda maior, de acordo com o estudo. Isso acontece porque os componentes do desodorante bloqueiam as glândulas sudoríparas, podendo se acumular no tecido mamário.
Os testes focaram em analisar células mamárias isoladamente e depois reproduziram as experiências em amostras de camundongos. O resultado foi o surgimento de tumores com metástase. Embora estas sejam as primeiras comprovações dessa ligação, os cientistas alertam para que mulheres e homens busquem desodorantes sem sais de alumínio.
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O co-autor do estudo, André Pascal Sappino, traçou ainda uma analogia com o amianto, substância proibida em muitos estados do país. "O amianto é barato, tem potencial industrial muito atraente e levou 50 anos para ser proibido. Esperamos que não leve tanto tempo para proibir os sais de alumínio", disse ele.
Como o amianto, o alumínio não é detectável mutagênico em bactérias, mas injeções subcutâneas de sais de alumínio em camundongos resultaram em "tumores muito agressivos", de acordo com o estudo.