Sou graduada em educação física há 12 anos, pós-graduada em condicionamento físico para grupos especiais e fisiologia do...
iDe maneira geral, o paciente oncológico pode praticar atividades físicas no início, durante e após o término do tratamento. Cada etapa terá características particulares a serem respeitadas, principalmente porque cada pessoa reagirá de uma forma ao tratamento e cada doença será tratada de uma maneira, comprometendo mais ou menos a condição física. Por essa razão, é importante que exista diálogo entre o médico e o paciente.
Quando o tratamento envolve processo cirúrgico, a liberação para a prática de atividades físicas deverá vir do médico e após a reabilitação fisioterápica, se necessário. Quando o tratamento é feito somente com a administração da quimioterapia, a prática de atividades físicas será benéfica principalmente no controle dos efeitos agudos dos medicamentos, diminuindo a sensação de cansaço, dores no corpo, náusea, sensação de falta de energia e insônia.
Por conta do processo todo do tratamento, é comum que a pessoa se torna mais inativa e, com isso, quedas no condicionamento físico, na capacidade de realização das atividades diárias e perda de massa muscular se tornam comuns nesse período. Os exercícios podem contribuir para que essas perdas sejam menores ao longo do tempo, tornando tanto a fase de tratamento menos difícil, como o retorno às atividades da rotina mais fácil.
Os sintomas da quimioterapia estão mais presentes em alguns dias do que em outros. A orientação é que os dias melhores sejam os mais indicados para a prática de atividade física, sempre de acordo com as possibilidades e limitações de cada caso. Lembrando que qualquer movimentação é melhor do que nenhuma.
Todo adulto deve acumular 150 minutos de atividade física por semana, divididos em 5 dias, 30 minutos por dia, que podem ser partilhados em 3 momentos, 2 ou de forma contínua. Essa recomendação é estendida aos pacientes oncológicos, reforçando que a atividade física pode e deve ser incluída durante o tratamento, não só pelos efeitos no organismo, como pelo seu efeito positivo nas alterações de humor, na diminuição das sensações de isolamento e de incapacidade física.
As atividades mais indicadas são caminhada, bicicleta ergométrica, dança de salão, yoga, pilates e alongamentos. Ainda que seja preciso parar para descansar no meio da prática, a movimentação será benéfica para o bem-estar.
Alongamentos, posturas de yoga na posição deitada ou sentada e as práticas respiratórias podem ser incluídas em dias de maior indisposição. Atividades de contato como lutas ou aquelas com risco de queda, como andar de bicicleta em locais de trilhas, por exemplo, devem ser evitadas. Piscinas também não costumam ser indicadas por conta da baixa imunidade do paciente. A ideia é sempre escolher modalidades confortáveis, de intensidade leve e em locais conhecidos e seguros.