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Além de ser nosso cartão de visitas, a pele também pode refletir como está a saúde do organismo como um todo. Segundo a dermatologista Magda Blessmann Weber, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), professora adjunta de Dermatologia e chefe do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, negligenciar o cuidado com a pele não é apenas uma questão de estética, mas também de saúde.
Um sintoma como pele muito ressecada, por exemplo, pode indicar que nosso organismo não está recebendo os nutrientes e a água necessários para seu bom funcionamento. Já a cor mais acinzentada reflete a baixa de oxigênio causada pelo fumo em excesso. Manchas, tanto brancas como escurecidas, podem ser causadas pelo sol, demonstrando a exposição incorreta às radiações solares e o risco de câncer de pele.
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"Qualquer alteração ou sintoma percebidos pelo paciente na sua pele deve ser visto e diagnosticado por um dermatologista", explica Magda.
Um dos fatores que mais predispõem ao envelhecimento precoce da pele, ao aparecimento de manchas e à desidratação da pele é a exposição à radiação solar incorreta. Portanto, se sua pele está mais ressecada que o normal e manchas estão surgindo, é possível que você esteja errando na proteção solar.
"Usar pela manhã um hidratante e filtro solar com proteção para raios UVA/UVB é indispensável para todos os tipos de pele, e pode ser considerado como 50% do tratamento antienvelhecimento. A exposição sem proteção aos raios solares pode causar desidratação da epiderme, pigmentação indevida, diminuição do colágeno e até câncer de pele", explica a dermatologista Solange Pistori Teixeira Libonati, colaboradora do departamento de dermatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).
A seguir, veja os problemas que as dermatologistas consultadas pelo portal Minha Vida apontaram como sinais de alerta que sua pele dá quando não está bem tratada:
Manchas na pele
O surgimento de manchas é um dos sinais de que você pode não estar cuidando adequadamente da sua pele e se expondo de forma desprotegida à radiação solar.
"Manchas na pele, além de se manifestarem em várias dermatoses, podem indicar câncer de pele. Manchas escurecidas podem sinalizar a presença de melanoma, enquanto manchas mais avermelhadas podem sinalizar carcinomas. Estes são os tipos de câncer de pele mais comuns, mas existem outros bem menos frequentes que também podem se manifestar da mesma forma", alerta Magda.
Cravos e espinhas
A dermatologista Daniela Lemes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que o surgimento de cravos e espinhas pode indicar uma limpeza deficiente da derme: "A presença de cravos é muito frequente nas mulheres que não retiram corretamente a maquiagem e o filtro com cor. Esses resíduos obstruem os poros e, por isso, começam a surgir os cravos. É necessário fazer limpeza de pele regularmente, mas também ter o cuidado de remover os resíduos da pele diariamente", diz.
Ela explica ainda que "se deve limpar a pele e usar depois uma loção tônica, ou algum outro produto indicado pelo dermatologista, para retirar bem essa maquiagem ou o protetor com cor, que tem uma fixação um pouco maior. Para os homens com pele mais oleosa, é indicado o uso um sabonete específico".
Além disso, é comum o surgimento de cravos e espinhas no verão ser associado ao uso de protetores solares. Porém, a dermatologista Magda ressalta que basta escolher o produto adequado para a sua pele para evitar o problema.
"Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia dos filtros solares, dispomos de produtos indicados para as peles oleosas, e eles ajudam a regular a oleosidade ao longo do dia. Com estes produtos, não há risco de desenvolvimento de cravos e espinhas. O produto adequado para cada tipo de pele deve ser orientado por um dermatologista, após exame da pele", garante Magda.
Excesso de oleosidade
O excesso de oleosidade da pele nada mais é do que o produto das glândulas sebáceas que se deposita na superfície da pele. Tal produção de oleosidade está relacionada principalmente com características genéticas, mas também pode se agravar em função de fatores externos.
"A oleosidade da pele varia de acordo com a genética da pessoa, mas também pode ocorrer devido a alterações hormonais e causas externas, como o uso de produtos inadequados, falta de higiene, consumo de alimentos gordurosos e estresse. Alguns fatores físicos podem estimular a produção de sebo como calor, ambiente de trabalho muito quente ou mal ventilado, exposição a vapores de óleos e exposição inadequada ao sol", esclarece Solange.
Alguns danos podem ser controlados com a limpeza adequada da pele e o uso de produtos indicados para cada tipo de pele, com orientação do dermatologista.
Placas vermelhas e descamativas
O surgimento de placas vermelhas e descamativas na pele também precisa de atenção. "Manchas vermelhas podem, principalmente no verão, sinalizar queimadura solar, por exemplo. Outras vezes, as manchas vermelhas podem estar relacionadas a eczema seborreico, rosácea, lúpus cutâneo, dermatite de contato, psoríase e até lesões de câncer de pele. O exame médico adequado vai fazer o diagnóstico e o dermatologista poderá indicar o tratamento para a resolução do problema", informa Magda Blessmann Weber.
Mãos e cotovelos ásperos
O ressecamento da pele pode se manifestar em qualquer parte do corpo, mas algumas áreas são mais propensas a ficarem muito ressecadas ou até mesmo ásperas e rachadas, como por exemplo as mãos e cotovelos.
Na maioria das vezes estas alterações não estão relacionadas a doença mais graves. O mais provável é que a pele não esteja sendo adequadamente tratada. Ainda assim, é preciso tomar cuidado.
"O ressecamento excessivo pode fazer com que a pele perca a flexibilidade e fique frágil, levando a rachaduras e inflamações, podendo surgir feridas e infecção", afirma Solange.
No caso das mãos, que são usadas para a manipulação de produtos químicos muitas vezes mais agressivos, além de serem constantemente expostas ao sol e lavadas com frequência, a dermatologista Daniela Lemes indica o uso de produtos adequados para a região. "Usar hidratantes específicos, protetores solares e verificar se não há uma alergia de contato por uso de produtos de limpeza, por exemplo, pode ajudar a evitar o ressecamento", diz ela.
Atenção a qualquer mudança
Daniela ressalta que hábitos como uso de proteção solar diária, evitar banhos quentes e demorados e o uso excessivo de sabonetes, uso de hidratantes e tomar pelo menos 2 litros de líquido ao longo do dia para hidratar a pele de dentro para fora ajudam a prevenir problemas, mas qualquer sinal de mudança deve ser investigado por um dermatologista.
"Uma ferida que não cicatriza ou uma manchinha de pele que está coçando, machucada e até sangrando são sinais de alerta. Isso acontece principalmente em pessoas com mais idade e pode ter relação com o câncer de pele. É preciso observar essas alterações e ir ao dermatologista analisar o que está acontecendo", diz ela.