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Vestir um bebê é questão complicada para muitos pais, afinal sempre existe aquele mito de que os pequenos sentem muito mais frio que os adultos. "Isso até é verdade nos primeiros 20 a 25 dias de vida, já que o bebê não consegue controlar ainda sua temperatura corporal", explica o pediatra e neonatologista Jorge Huberman, do Hospital Albert Einstein.
No entanto, como ensina o especialista, depois deste período a temperatura do pequeno fica mais estável e agasalhá-lo demais pode atrapalhar.
Como vestir o meu bebê?
No início, todo cuidado é pouco. "Nos primeiros dias de vida, o ideal é que o bebê use um body mais fino por baixo da roupa. Nos dias mais quentes, as roupas ideais são as de tecidos leves", orienta o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, da MBA Pediatria e autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses".
Em dias de mudança de tempo, algo comum no Sul e Sudeste do Brasil, o ideal é vestir o pequeno com o método da cebola, criando camadas de roupas que podem ser retiradas conforme a temperatura sobe.
Além disso, fique de olho nas mudanças de tempo. Normalmente elas ocorrem no entardecer, e esse já é um horário em que o bebê deve estar em casa, como recomenda Huberman. "Por mais que o bebê esteja aquecido, respirar o ar mais frio com esta variação térmica também é ruim para os pequenos", pondera o neonatologista, afinal isso também influencia em sua temperatura corporal.
A manta também é uma boa aliada nesses casos. "Caso a mãe utilize uma manta no bebê, ela não precisará vesti-lo com tantas peças ao mesmo tempo", considera a pediatra Mariane Franco, presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O gorrinho é sempre uma boa opção, principalmente em bebês pequenos. "A criança perde muito calor pela cabeça, que é a maior parte do corpo dela quando acaba de nascer", explica Huberman.
Já as luvas nem sempre são indicadas. As mãos dos bebês são mais frias mesmo e isso não deve ser encarado como uma razão para deixá-lo o tempo inteiro de luvas. Lembre-se: é muito difícil conseguir dormir quando se está com pés ou mãos frias devido à temperatura, então se o bebê está dormindo confortavelmente, está tudo bem.
Qual o melhor tecido?
O algodão é um tecido unânime para a pele do bebê, seja no frio ou no calor. O que muda é o quão grosso é o pano em cada situação. "Algumas malhas e tecidos sintéticos podem provocar alergias nos pequenos, por isso o ideal é preferir materiais os mais naturais possíveis", considera Huberman.
Quando as alergias de pele ocorrem, também podem causar brotoejas semelhantes à alergia de calor, por isso é importante tirar esse sintoma do caminho, escolhendo tecidos menos alergênicos.
Além disso, é muito importante lavar as roupinhas da forma correta. A lavagem das roupas dos bebês deve ser feita com produtos adequados para a faixa etária, com perfumes suaves e dermatologicamente testados.
Nada impede que se utilize amaciante nas roupas dos bebês, desde que os mesmos cuidados necessários na escolha do sabão sejam seguidos na compra do amaciante.
Fique de olho nos sinais
Não é preciso ficar preso a um jogo de adivinhação quando o assunto é vestir o pequeno. Mesmo sem falar, o bebê dá sinais bem claros de que a temperatura não está agradável para ele.
"Quando o bebê começa a perder o calor do corpo, ele costuma espirrar ou soluçar, o que já é indicativo o suficiente para os pais agasalharem a criança um pouco mais", ensina Huberman.
Caso o bebê esteja realmente passando muito frio, ele apresentará sinais de letargia, como um choro mais fraco e falta de força. Nesses casos, vale lembrar que o bebê sente o frio de forma mais intensa que os adultos e pode chegar rapidamente a uma hipotermia.
Saiba mais: Aprenda a verificar a temperatura corporal do bebê
Na situação oposta, os bebês podem ficar muito agitados. "Eles ficam irritados quando estão superagasalhados, com a pele úmida, devido ao suor, e avermelhada, em razão do aumento de temperatura corporal, podendo aparecer algumas brotoejas", descreve Barros. Choro constante também é uma característica dessa situação. Inclusive, dar banhos refrescantes no bebê durante o verão é uma boa forma de deixá-lo mais relaxado.
É preciso inclusive tomar cuidado se o bebê suar muito. "A sudorese excessiva pode trazer perda de líquidos", alerta Mariane Franco.