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Quando aparece uma espinha nova no rosto, é quase impossívelresistir àquela esprimidinha para estourar a bendita. E foi justamente nessemomento, depois de apertar uma espinha, que a americana Katie Wright acaboudescobrindo um problema bem mais grave.
"Após uma hora meu rosto inchou e doía muito. Fui aohospital e descobri que tinha um caso grave de celulite infecciosa", disse ela.Não, você não entendeu errado e não, não tem nada a ver com a celulite dobumbum. "A celulite infecciosa é causada geralmente pela bactériaStreptococcus B, hemolítico do grupo A (mais raramente por outras bactérias). Podeocorrer em ambos sexos e está mais frequentemente presente entre a quinta esexta década de vida", conta a dermatologista Bhertha Tamura.
"Sua incidência é de 10 a 100 casos a cada 100.000habitantes por ano e nessa incidência é também computada a erisipela, pois sãosemelhantes. Os membros inferiores e o rosto são as áreas mais acometidas",afirma a especialista. No caso de Katie, as bactérias foram transmitidas por umpincel de sobrancelhas sujo. ?Sempre fui supercuidadosa em lavar meu rosto, masnunca tinha pensado na escovinha?, contou a americana.
"A celulite infecciosa se apresenta como uma área dolorida, avermelhada, com calor local e inchaço, com possível porta de entrada (ou seja, ferida de pele). O quadro, quando piora, provoca febre, calafrios, mal-estar, enjoo, vômitos e, se ocorrer no rosto, pode piorar em poucas horas, especialmente quando ocorre nas crianças", diz a dermatologista.
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Katie recebeu antibióticos fortes para conter a infecção, que poderia ter sido fatal. "A infecção estava evoluindo tão rápido que eu corria o risco de que atingisse os meus olhos e cérebro", lembra ela. "Sem tratamento e diagnóstico, há progressão da doença resultando numa infecção grave, podendo evoluir para um abscesso, destruição da região acometida, associada à trombose venosa profunda, seguido da disseminação bacteriana e óbito numa frequência que varia de 0,5 a 20% dos casos", conta Bhertha.
"Deve-se procurar assistência médica o mais rápido possível e há óbito justamente pela desvalorização do processo e desinformação dos pacientes, com atraso no tratamento, que por si só já é complicado pela possibilidade de falta de resposta ao antibiótico ou o quadro já estar numa fase de infecção generalizada", finaliza.