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De quanto em quanto tempo você troca sua escova de dentes? Será que é correto armazenar a escova em cima da pia, sem proteger as cerdas? Essas e outras dúvidas podem surgir quando o assunto é conservar e armazenar o objeto. E pode apostar: alguns dos problemas que os especialistas apontaram podem nunca ter passado pela sua cabeça.
Para conseguir entender a melhor forma de guardar e conservar as escovas de dentes sem colocar a saúde em risco, entrevistamos o dentista Paulo Afonso Francisconi (CRO-SP 25506), doutor em dentística e professor de materiais dentários da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), e a dentista Sara Nader Marta (CRO-SP 22207), doutora em odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da USP.
Fique atento e se certifique de não cometer os erros explicados a seguir:
Guardar as escovas da família juntas
O dentista Paulo Afonso Francisconi esclarece que a praticidade de deixar os objetos de todos os familiares em um mesmo local, misturados, pode ser uma armadilha: "a maioria das pessoas costuma guardar as escovas da família inteira juntas. Isso não é indicado já que um objeto pode contaminar o outro".
Compartilhar a mesma escova
Pela mesma razão que não se deve guardar todas as escovas juntas, elas também não podem ser compartilhadas entre duas pessoas ou mais. O uso compartilhado desse objeto pode favorecer a transmissão de doenças infecciosas. É importante, portanto, que cada pessoa tenha sua escova.
Deixar a escova em cima da pia no banheiro
"Não se deve deixar a escova no banheiro porque é o lugar mais contaminado da casa. Pesquisas científicas já confirmaram que a escova de dentes pode conter coliformes fecais, até porque as pessoas costumam deixá-la em cima da pia do banheiro, sem proteger as cerdas", esclarece Paulo Afonso.
Para guardar a escova, segundo o especialista, o melhor lugar é fora do banheiro. Se isso não for possível, é preciso conservar a escova em um armário fechado, de preferência distante do vaso sanitário, sempre na posição vertical e com um protetor de cerdas que tenha furos de ventilação.
Higienizar incorretamente
Como a escova entra constantemente em contato com a água durante a escovação, muitas pessoas podem esquecer que ela também precisa ser lavada e higienizada.
"A escova deve ser lavada com água corrente, depois devemos sacudi-la bem para tirar o excesso de água e nunca secar com a toalha, que também pode estar contaminada. Além disso, o ideal é limpá-la todos os dias com antisséptico bucal", recomenda Paulo Afonso.
Não trocar com frequência
O ideal, segundo Paulo Afonso, é realizar a troca da escova a cada três meses ou quando as cerdas estiverem danificadas. Ele aponta, porém, que muitas pessoas trocam o objeto antes desse tempo, mas o motivo acaba sendo outro erro: "o indicado é trocar a escova de dentes a cada três meses, mas muitos acreditam que a escovação envolve força, o que acaba estragando as cerdas antes desse prazo". Além de também poder causar uma retração gengival.
Lembre-se que a boa escovação não se dá através da força colocada na escova e, sim, com movimentos suaves e curtos, sempre dando atenção para a margem gengival e para dentes e áreas mais difíceis de alcançar.
Mãos sujas durante a escovação
Você lava as mãos antes de escovar seus dentes? Se nunca reparou nesse detalhe, fique atento, pois a doutora em odontopediatria Sara Nader Marta ensina que todos devem lavar as mãos antes de escovar os dentes, como o primeiro passo para uma correta higiene bucal.
Deixar o vaso sanitário destampado ao dar descarga
Outro cuidado importante, segundo a especialista, é fechar a tampa do vaso sanitário quando der descarga. Isso por causa, novamente, das culturas de coliformes fecais já encontradas em escovas que ficam armazenadas na pia do banheiro, sem proteção.
Não trocar a escova depois de doenças e hospitalização
Um cuidado essencial recomendado pela dentista, tanto para crianças quanto para adultos, é "trocar a escova sempre que ocorrer algum tipo de infecção ou internação hospitalar porque a escova poderá estar contaminada com fungos e bactérias. A troca deve ocorrer mesmo se o objeto for novo e com pouco uso".