Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iAo passar a mão no alto da cabeça do bebê, é possível sentir uma parte mais macia e flexível. Essa estrutura é a moleira. Ela é comum em recém-nascidos e crianças de até 18 meses de vida. Também conhecida como fontanela, a moleira tem a função de auxiliar o bebê na hora do parto e posteriormente permitir que o cérebro cresça.
Mas você sabia que o bebê nasce com duas moleiras? Uma delas é localizada no topo da cabeça (fontanela anterior) a outra está na parte de trás da cabeça (fontanela posterior). As moleiras são essenciais para o momento do parto, pois possibilitam que a cabeça do bebê se comprima e saia sem traumas, independentemente se for um parto normal ou cesárea.
Além disso, de acordo com o pediatra e neonatologista Jorge Hubberman, o crescimento cerebral mais importante se dá no primeiro ano de vida, e as moleiras existem para comportar esse crescimento. Para se ter uma ideia, nosso crânio cresce aproximadamente 24 centímetros após nascermos, e metade desse crescimento acontece até atingirmos um ano de idade. Os outros 12 centímetros vão crescer ao longo da vida.
Cuidados com a moleira
A moleira localizada na parte de trás da cabeça tende a se fechar em dois meses. A frontal costuma fechar até o 18º mês de vida do bebê. De acordo com a pediatra Priscila Zanotti Stagliorio, é importante o acompanhamento do pediatra para verificação mês a mês do crescimento do crânio, assim como do fechamento da moleira de maneira correta. "As características de uma moleira saudável são não estar funda ou saltada na cabeça da criança", ressalta a especialista.
Além de prestar atenção à circunferência craniana, é importante ter alguns cuidados diários com a moleira do bebê. Por exemplo, ao lavar a cabeça, passar a mão suavemente pela região, evitando apalpar ou apertar a moleira. Também é importante evitar o uso de acessórios que pressionem a região como faixas, presilhas e bonés.
Como deve ser a moleira
As moleiras são normalmente planas quando o bebê está deitado, ou levemente deprimidas quando o bebê está em posição vertical. A moleira pode pulsar, segundo a neonatologista do Hospital Santa Joana Michele Martins Amaral parecido com o pulsar do coração. "É a manifestação da frequência cardíaca do bebê através da rede venosa local", explica.
A pulsação da moleira é composta por movimentos sutis de elevação na região mole da cabeça e que não devem causar preocupação.
Outras alterações da moleira podem indicar alterações no bebê. Por isso é importante que os pais conheçam suas crianças e prestem atenção nos sinais que elas apresentem no dia a dia. O mito de não olhar para a moleira e ou mesmo não a tocar deve ser deixado de lado. Entenda o que cada alteração na moleira pode indicar:
- Moleira pulsando com mais pressão: ocorre quando a criança realiza um esforço como cólicas, tosse, febre ou choro
- Moleira baixa ou funda: a moleira afundada indica que o crescimento do crânio está abaixo do esperado, podendo indicar desidratação ou mesmo doenças possíveis de serem identificadas pelo médico pediatra
- Moleira alta: pode indicar um aumento de pressão craniana no bebê e pode indicar um quadro de infecção. Se a moleira estiver alta, é preciso que ele seja levado para o hospital
E se a moleira demora para fechar?
Assim como existe a possibilidade de a moleira fechar antes do esperado, é comum ter a dúvida sobre a moleira demorar para fechar. É importante dizer que a moleira localizada na parte de trás da cabeça tende a se fechar em dois meses, já a moleira frontal costuma fechar por volta de 18 meses. No entanto, algumas condições de saúde como a hidrocefalia, pode dificultar o fechamento da moleira. Por isso é importante acompanhar o desenvolvimento craniano junto ao pediatra mensalmente.