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A distimia é um subtipo de depressão. Conviver com este quadro clínico, é uma tarefa árdua para quem vive a situação. A doença traz uma sensação de tristeza menos intensa do que a depressão, porém, a melancolia é duradoura, e pode se estender por anos. O paciente sempre está em níveis de humor inferiores ao que é considerado normal, e isto faz com que a frustração esteja sempre presente em seu dia a dia. Para esclarecer dúvidas comuns acerca do assunto, a psicóloga Ana Clerot responde algumas das perguntas mais frequentes que recebemos em nossa plataforma Pergunte ao Especialista:
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1. O que é a distimia?
A princípio, a distimia era um termo utilizado para indicar pessoas irritadas, mal-humoradas e de personalidade forte. A expressão grega significa mau humor. Atualmente, a distimia é um subtipo de depressão, mais leve, porém mais duradoura. Uma curiosidade, é que essa doença atinge três vezes mais mulheres em relação aos homens.
2. Quais são os sintomas da distimia?
Além do comportamento explosivo, percebe-se grande irritabilidade no paciente. Não existe uma ruptura. O paciente apresenta os sintomas desde a infância. No começo, as pessoas mais próximas é que percebem os sintomas. Pessoas com distimia são consideradas pessoas desagradáveis e de difícil relacionamento. Em seu trabalho, costumam ser chamados de resmungões. Apesar de trabalharem corretamente, normalmente tem problemas em serem criativos. Além disso, distímicos apresentam o mesmo padrão do sono de quem tem depressão. A presença de duas ou mais características a seguir fazem parte do diagnóstico de quem possui distimia: Apetite reduzido ou aumentado, insônia ou hipersonia, baixa energia ou fadiga, baixa auto-estima, fibromialgia, dificuldade em tomar decisões, pessimismo permanente, baixa capacidade de se concentrar e sentimento de desesperança.
3. Qual a diferença entre distimia e depressão?
A distimia é uma tipo de depressão crônica, menos intensa. Para um diagnóstico concreto, o paciente precisa apresentar os sintomas por pelo menos dois anos. Os distímicos apresentam quadros depressivos, de tempos em tempos. Porém, após algum tempo, voltam ao seu humor normal, sempre abaixo do que é o considerado normal pelas pessoas que não são diagnosticadas com a distimia.
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4. O que causa a distimia?
Não há uma causa concreta acerca do que causa a distimia, mas alguns estudiosos apontam razões hereditárias e também justificativas familiares, como por exemplo: Pais agressivos que tenham distimia, relações familiares conturbadas na infância, familiares que sofrem de depressão, pânico ou DOC ou familiares com incidência de bipolaridade.
5. A distimia pode piorar e se tornar um quadro mais grave?
Sim. Há relação entre distimia e suicídio. Apesar de ser uma depressão menos intensa, ela é duradoura, e o mal estar causado por ela vai aumentando ao longo da vida e talvez isso explique as tentativas de suicídio dos distímicos, as quais chegam de 15 a 20%.
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6. Existe cura para a distimia?
Não. Mas antidepressivos e psicoterapias podem ajudar no tratamento. Os antidepressivos ajudam com relação aos distúrbios psicológicos. Já a terapia, serve para que o paciente aprenda a estabelecer boas relações afetivas, familiares e sociais.
7. Quais remédios são receitados para quem tem distimia?
Antidepressivos. Os remédios precisam ser prescritos de acordo com a necessidade de cada paciente. Entre eles:
- Paroxetina (Pondera)
- Sertralina (Zoloft)
- Citalopram (Cipramil)
- Fluoxetina (Prozac)
- Escitalopram (Lexapro)
- Fluvoxamina (Luvox).
8. É possível se curar da distimia sozinho?
Não. É preciso ter acompanhamento de um psicólogo e de um psiquiatra. Além disso, é necessário realizar o uso de medicação.
9. A distimia pode ter causas hereditárias?
Ao fazer uma análise dos familiares dos distímicos, encontramos uma grande quantidade de pessoas com depressão (pai, primos, tios, etc). Assim, podemos subentender uma influência genética.
10. Praticar exercícios físicos ajuda na redução da distimia?
Sim. A atividade física tem respostas tanto hormonais, quanto fisiológicas e psicológicas. Durante o tratamento do paciente com distimia, é importante a realização de exercício físico, pois este libera endorfina, hormônio responsável pela sensação de recompensa e bem-estar.
11. Como conviver com a distimia?
Não é fácil, e quem convive com os pacientes ou sofre da doença sabe muito bem disso. São constantes pensamentos negativos. Com o tratamento adequado, tudo pode melhorar. Se o paciente também se cuidar, a eficácia do tratamento é ainda melhor. Hábitos como praticar exercícios físicos e ter uma boa alimentação também são importantes para a melhora do paciente.
12. Qual o tratamento psicoterápico mais recomendado para quem tem distimia?
Na psicoterapia, o tratamento mais indicado para distimia busca resolver problemas inconscientes do paciente por meio da livre associação. Essa técnica diz respeito a uma abordagem focada em traumas e experiências difíceis. Após fazer isto, levamos o histórico do paciente à tona de uma forma que ele possa compreender e superar suas dificuldades. Durante esse processo, é importante que haja terapia conjugal e familiar.
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