Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO estresse e alguns hábitos de vida inadequados são capazes de causar desequilíbrio no corpo. E, segundo a dermatologista e professora adjunta do departamento de dermatologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Adriana Maria Porro, esses fatores também influenciam outro quadro bastante comum na população: a psoríase.
Foi justamente sobre esse assunto que a especialista falou no Minha Vida Ao Vivo. A dermatologista explicou por que as lesões aparecem, quais são os graus e os cuidados que as pessoas precisam ter para evitar complicações, além das opções de medicamentos na rede pública de saúde.
Abaixo estão as principais perguntas do live. Você também pode ver a entrevista na íntegra: clique aqui e acesse a página do Minha Vida no Facebook.
Minha Vida: O que é a psoríase e o que causa essa doença?
Dra. Adriana Maria Porro: A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele multifatorial, ou seja, sem uma causa específica. Ela pode ser causada por fatores genéticos, imunológicos e existem fatores ambientais da vida da pessoa, como estresse e hábitos, que também podem desencadear ou agravar o quadro. Mas é importante saber e deixar claro que ela não é contagiosa.
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Minha Vida: Existem graus e tipos diferentes de psoríase?
Dra. Adriana Maria Porro: A psoríase leve normalmente se caracteriza pela presença de lesões, que a gente chama de placas vermelhas e escamão. Então, são áreas vermelhas da pele que descamam, costumam coçar bastante e, normalmente, estão localizadas no cotovelo, joelho e couro cabeludo. Essa é a forma mais leve, mais inicial da doença e acontece, habitualmente, nessas localizações.
Minha Vida: Quais são os sintomas da psoríase leve?
Dra. Adriana Maria Porro: A psoríase leve normalmente se caracteriza pela presença de lesões, que a gente chama de placas vermelhas e escamão. Então, são áreas vermelhas da pele que descamam, costumam coçar bastante e, normalmente, estão localizadas no cotovelo, joelho e couro cabeludo. Essa é a forma mais leve, mais inicial da doença e acontece, habitualmente, nessas localizações.
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Minha Vida: E uma psoríase leve pode evoluir para algo mais grave?
Dra. Adriana Maria Porro: Pode. O paciente, muitas vezes, fica anos com a psoríase leve e aí acontece alguma coisa na vida dele, pode ser algo relacionado ao estresse emocional, alguma infecção mais grave ou até alguns medicamentos. Tudo isso pode fazer com que aquela psoríase que sempre tinha se portado como uma psoríase leve mude e passe a ser uma psoríase mais grave dali em diante.
Minha Vida: Em que idade a psoríase pode aparecer?
Dra. Adriana Maria Porro: A psoríase pode aparecer em qualquer idade, desde crianças até pacientes idosos. Mas a gente sabe que ela tem dois picos de incidências principais durante a vida: na segunda década e na quinta década. Mas, como eu falei, a gente pode ter psoríase iniciando em qualquer idade.
Minha Vida: É importante reforçar que a psoríase não é contagiosa, apesar de muitas pessoas acreditarem nisso?
Dra. Adriana Maria Porro: Sim, com certeza. A psoríase não é uma doença contagiosa, mas é uma doença que acaba gerando preconceito. As pessoas ficam incomodadas de sentar ao lado de alguém que tem psoríase. Às vezes, essa descamação é muito desconfortável. Tem casos em que a pessoa está sentada, levanta e deixa lá um pouco de descamação da pele e isso impressiona muito as pessoas, que, às vezes, ficam incomodadas. Mas a psoríase não é uma doença contagiosa, não existe o menor risco de pegar essa doença por estar próximo a alguém ou conviver com alguém que a tenha.
Minha Vida: Nós recebemos uma dúvida no Minha Vida que dizia o seguinte: ?recebi o diagnóstico de psoríase leve, mas minha psoríase causa muitos transtornos no dia a dia de trabalho pois possuo psoríase nas mãos e para mim não é nada leve, sofro bastante constrangimento, tenho utilizado hidratantes, mas frequentemente os sinais aumentam o que eu devo fazer??. Qual sua orientação para essa pessoa?
Dra. Adriana Maria Porro: Esse conceito é importante. Às vezes a psoríase é classificada como leve pela extensão que ela tem. Se ela ocupa uma área pequena na pele, nós (médicos), ao examinar o paciente, vamos defini-la como uma psoríase leve, mas existem outros critérios que levam em conta inclusive a qualidade de vida que é ou não atrapalhada por essas lesões.
Uma psoríase que pela sua extensão é leve, mas dependendo da localização que está, por exemplo, mãos, região genital, ou seja, áreas que podem atrapalhar, são consideradas mais graves. Então, é importante que essa pessoa procure um médico porque com certeza existem alternativas para ela.
Minha Vida: A doença pode se espalhar para outras regiões do corpo ou ela geralmente fica concentrada em um único local?
Dra. Adriana Maria Porro: Ela pode se espalhar, sim. Pode começar com uma psoríase leve no joelho, cotovelo e couro cabeludo, mas isso pode, inclusive, comprometer toda a pele. A gente tem pacientes que quase toda pele apresenta lesões.
Minha Vida: Mais uma dúvida que recebemos no Minha Vida é essa ?Tenho utilizado um produto à base da substância Clobetasol, que, de acordo com o balconista da farmácia, é um produto indicado para psoríase. Está correto?". Qual sua orientação?
Dra. Adriana Maria Porro: Essa é uma situação bem complicada, que os médicos precisam lidar com muita frequência. O Clobetasol é uma medicação de uso tópico, um creme, pomada ou loção que pode ser bastante interessante na psoríase, desde que utilizada da forma adequada.
Por ser um medicamento à base de corticóide potente, ele não pode ser utilizado muitas vezes ao dia, nem por tempo prolongado e nem em áreas muito sensíveis da pele, como o rosto, dobras e em crianças pequenas. Existe uma série de restrições. É um medicamento interessante, desde que usado pelo período recomendado e da forma recomendada. Não é uma medicação que a pessoa possa adotar e ficar usando a vida toda. E, infelizmente, é uma coisa que os médicos acabam vendo com frequência e tendo que lidar com os efeitos colaterais decorrentes desse uso exagerado.
Minha Vida: Existem tratamentos gratuitos na rede pública para quem sofre com psoríase leve e moderada?
Dra. Adriana Maria Porro: Existem medicamentos tanto de uso tópico como de uso sistêmico. Claro, a gama de medicamentos que são fornecidos de forma gratuita pelo governo e pela Secretaria Estadual de Saúde vai variar de estado para estado. Não é uma gama muito grande, mas tem alguns medicamentos. Aqui, por exemplo, no Estado de São Paulo, temos um corticóide e um outro medicamento, o calcipotriol, que é um interessante também.
Os dois são fornecidos de forma gratuita e para isso a pessoa precisa ir ao médico, que vai preencher os papéis, que a gente chama de processos, vai fazer as receitas e o relatório. Com isso, o paciente consegue o medicamento.
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