Com experiência na cobertura de saúde, especializou-se no segmento de família, com foco em gravidez e maternidade.
Engravidar pode ser uma ideia impensável para algumas, mas um sonho para outras. Pensando nas mulheres que se encaixam no primeiro caso, a ciência já criou diversos métodos para evitar a gravidez. No entanto, nenhum deles é 100% seguro. Mesmo se o uso for perfeito, todos têm a chance de falhar.
No outro lado, há aquelas que têm condições ou problemas de saúde que dificultam uma gravidez. Por isso, há muitos médicos que desacreditam que elas conseguirão engravidar, e acabam com suas esperanças.
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Perguntamos às nossas leitoras quais destas situações elas haviam engravidado. Conversando com médicos, descobrimos que esses casos existem, e nem sempre são tão improváveis assim.
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1 - Engravidar com a Síndrome dos Ovários Policísticos
A Síndrome dos Ovários Policísticos, ou apenas SOP, é um distúrbio hormonal que causa aumento de tamanho dos ovários, que criam várias bolsas cheias de líquido (cistos). Isso gera dificuldade para ovular e, consequentemente, engravidar, explica o ginecologista Rodrigo da Rosa Filho, que atua na área de reprodução humana.
No entanto, a Síndrome dos Ovários Policísticos não impede que uma mulher fique grávida. O tratamento pode incluir remédios que facilitam a ovulação. Em alguns casos, a simples adoção de alguns hábitos podem ajudar a tratá-la. Segundo Rodrigo, as maiores mudanças que ajudam a atenuar a SOP são a perda de peso e a dieta low carb.
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2 - Engravidar após dois abortos espontâneos
Mulheres que abortaram espontaneamente mais de uma vez precisam se consultar com o ginecologista para entender qual a causa destas perdas naturais do feto.
"Quando você tem um abortamento por repetição, tem que fazer um estudo mais aprofundado da paciente. Às vezes, encontramos em decorrência do que o abortamento ocorre e podemos tratá-lo", explica o ginecologista Flavio Tanesi.
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3 - Engravidar com endometriose
A endometriose é uma doença que altera o funcionamento das trompas, a qualidade do óvulo e altera o útero de modo que a implantação do embrião fica mais difícil. No entanto, uma mulher com endometriose pode engravidar.
"Cerca de 40% das mulheres com endometriose têm infertilidade. Porém, ela não é impeditiva de gravidez. Dificulta, mas não impede", explica Rodrigo.
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4 - Engravidar com mioma subseroso
Os miomas subserosos são tumores benignos que podem aparecer em diversos locais do útero. Ele não impede uma mulher de engravidar.
"Embora alguns estudos relacionam com abortamento e parto prematuro, depende do tamanho desse mioma e de sua localização. A maioria das mulheres portadoras de miomas subserosos chegam ao final da gravidez sem complicações", explica Aluana Rezende Parola, integrante do comitê de Mortalidade Materna da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).
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5 - Engravidar com útero retrovertido
Útero retrovertido é uma característica do útero das mulheres, e é apenas uma variante normal da anatomia. Portanto, não impede que elas tenham uma gravidez saudável. Um terço das mulheres que têm essa condição nem têm ideia que o útero é assim.
Métodos contraceptivos
Nenhum método contraceptivo é totalmente seguro. No caso de relações heterossexuais, Aluana é enfática: "O único método contraceptivo 100% eficaz é a abstinência sexual". Cada um tem sua chance de falhar.
6 - Engravidar com camisinha
Apesar de ser uma barreira física, a camisinha é um método que também falha. Nem todo mundo usa da forma correta, conservando longe de fatores como sol e segurando o preservativo pela extremidade, deixando um espaço isento de ar na ponta para conter o sêmen.
Mesmo assim, Aluana explica que quando usados de modo consistente e correto, ainda 2 de cada 100 mulheres que se protegeram desta forma engravidam no primeiro ano de uso.
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7 - Engravidar com DIU
Mulheres que usam o DIU (Dispositivo Intra-Uterino), seja de cobre ou hormonal, ainda têm chance de engravidar, mesmo fazendo a manutenção da maneira correta. No entanto, isso ocorre em menos de 1% das mulheres que usam.
"O DIU faz uma reação inflamatória no ambiente uterino impedindo a nidação do óvulo fecundado, mas pode falhar nesse mecanismo", conta Aluana.
Quando isso acontece, o dispositivo não precisa ser retirado antes de o bebê nascer, em geral, segundo Flávio e Rodrigo.
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8 - Engravidar após vasectomia do parceiro
A vasectomia é um procedimento cirúrgico que interrompe o fluxo de espermatozoides produzidos nos testículos e que normalmente seriam enviados ao pênis durante a ejaculação.
Apesar disso, há casos raros em que o corpo produz uma recanalização tubária espontânea, afirma o ginecologistas Flavio Tanesi. Assim, o espermatozóide pode ser liberado.
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9 - Engravidar depois da laqueadura
A laqueadura é a interrupção das trompas para anticoncepção definitiva. Nas trompas é que ocorre o encontro do óvulo com os espermatozoides. Apesar de formar uma barreira física para que os óvulos não passem, há casos raros em que mulheres engravidam após a laqueadura.
Da mesma forma que a vasectomia, a trompa pode ser religada espontaneamente, segundo os médicos consultados. Isso acontece em menos de 1% das mulheres que fizeram laqueadura.
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10 - Engravidar tomando anticoncepcional
Assim como todos os métodos contraceptivos, tomar as pílulas anticoncepcionais não impede que uma mulher engravide. A chance de engravidar é até maior do que os outros métodos contraceptivos, e pode chegar até a 8 mulheres a cada 100 que usam. Se não há erros, esse número cai para menos de uma.
"O risco de gravidez é maior quando uma mulher começa uma nova cartela de pílulas com três ou mais dias de atraso ou deixa de tomar três ou mais pílulas perto do início ou do ? m de uma cartela", recomenda Aluana.
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É possível engravidar e continuar menstruando?
Não, mas os médicos consultados por nós alertam: há sangramentos que ocorrem durante a gravidez, decorrente do descolamento do óvulo, que a mulher pode confundir com menstruação. Em mulheres que têm ciclos irregulares, este sintoma de gravidez pode confundir e fazer com que elas não descubram que estão grávidas por alguns meses.