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Ashley Conklin passou por momentos angustiantes nesta semana. Após dar à luz ao pequeno Oliver e passar alguns dias em casa adaptando-se a nova rotina, a mãe precisou retornar às pressas para o hospital após seu bebê de 9 dias apresentar dificuldades para respirar. Após dois dias, o bebê foi diagnosticado com VSR (vírus sincicial respiratório), que logo em seguida se tornou um quadro de bronquiolite e pneumonia, fazendo com que ele quase morresse.
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A situação se tornou ainda mais complicada por conta do bebê ter nascido na temporada de gripe norte-americana. Após o tratamento do pequeno ser bem-sucedido, Ashley divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando a crise respiratório que acometeu o seu filho. "Ele ficou assim por causa de um resfriado que alguém trouxe a nossa casa enquanto visitava nosso bebê. Eu queria que todos os meus amigos vissem não apenas o quão perigoso é ir a casa de alguém quando se está resfriado, mas que isso é real e também poderia acontecer com o filho deles", afirma a mãe.
A mãe percebeu que algo estava errado com seu filho após perceber que ele estava com muito catarro, e a pele de sua clavícula, assim como a barriga, estavam sendo sugadas na tentativa do pulmão de ter ar. No momento que Ashley ligou para o pediatra para informar o que estava acontecendo, e mandou um vídeo do ocorrido para uma amiga enfermeira, eles a orientaram a levar o pequeno urgentemente para o hospital.
Ashley já tinha ouvido falar de bebês sendo hospitalizados, porém acreditou que estava tendo uma preocupação excessiva por conta de ter se tornado uma mãe recentemente. Porém, ao chegar no hospital, descobriu que não se tratava de um simples resfriado. "Me disseram que, se eu tivesse esperado 24 horas, ele poderia ter morrido", contou a mãe em entrevista ao Kidspot.
Vírus sincicial respiratório (VSR): O que é?
O vírus sincicial respiratório (VSR) que o bebê contraiu se torna um simples resfriado em adultos. Já nos recém-nascidos, a infecção costuma ser grave, visto que os pulmões e brônquios sofrem inflamações, fazendo com que não ocorra a passagem de ar. Um dos principais sinais de que isto está acontecendo é o chiado no peito e uma extrema dificuldade para respirar.
Para contrair o vírus, é necessário o contato direto com uma pessoa infectada, que pode passar a doença caso tussa ou espirre perto de uma pessoa saudável. O vírus também pode sobreviver por até seis horas fora do corpo do hospedeiro, podendo habitar a superfície de brinquedos, por exemplo.
Como evitar situações como essa?
No Brasil, o vírus sincicial respiratório (VSR) circula em maior quantidade de janeiro a agosto. Portanto, é necessário vacinar o bebê, especialmente durante esse período.
Além disso, existem certos cuidados que devem ser tomados ao visitarmos um bebê recém-nascido. Benjamin Roitman, pediatra e Diretor da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, listou sete coisas que você não deve fazer ao visitar um bebê no seu primeiro mês, para que casos como o de Oliver não se repitam:
1 - Ficar muito tempo na maternidade
O médico recomenda que as visitas à maternidade sejam de, no máximo, 15 minutos. Isso é importante sob dois aspectos: a saúde do bebê e o bem-estar da mãe. A criança que acabou de nascer é frágil do ponto de vista imunológico. Enquanto isso, a mãe que deu à luz está passando por um momento delicado, que geralmente envolve dor, dificuldade para caminhar e noites em claro.
2 - Estar com as mãos sujas
Para conhecer um recém-nascido, é importante lavar bem as mãos para evitar que a criança se contagie com bactérias que os adultos trazem da rua. Ainda na maternidade, Benjamin recomenda que pegar a criança no colo não seja prática entre os visitantes.
3 - Visitar durante (e logo após) infecções virais
Se você está com o nariz escorrendo, tosse ou qualquer outro sintoma de infecção viral, não visite um recém-nascido. O recomendado é esperar uma semana após o desaparecimento dos sinais para entrar em contato com o bebê. A única exceção são os pais, que nunca devem ser separados do filho. Nesse caso, basta usar uma máscara descartável e lavar bem as mãos. Essas infecções nunca passam pelo leite materno.
4 - Passar de colo em colo
Com o passar dos dias, o bebê vai fortalecendo seu sistema imunológico, em um processo que é intenso até os dois anos. Por isso, já em casa, é comum que as visitas sintam mais liberdade para pegar a criança. De acordo com o pediatra, o bebê não deve ficar passando de colo em colo. O comportamento pode aumentar o número de infecções a que o bebê é exposto e, além disso, ocasiona estresse.
5 - Fumar logo antes de conhecer o bebê
De acordo com o médico, não é necessário impedir que um fumante visite o recém-nascido. Basta pedir que espere, no mínimo, 15 minutos após o último cigarro para entrar na casa do bebê. O tempo é necessário para que o cheiro de cigarro que ele carrega se atenue.
6 - Beijar o bebê
O beijo no rosto do bebê deve ser evitado, já que a saliva carrega muitas bactérias e a possibilidade de transmitir uma infecção aumenta. "Não é necessário reprimir o ato de carinho pela criança, só não exagerar e nem hiper-estimular", resume o pediatra.
7 - Pegar nas mãos da criança sem lavar as próprias
As bactérias fazem parte da vida de um bebê desde que ele nasce, no parto, são passadas a ele através do leite materno e estão presentes até em sua pele. Por isso, os pequenos não são esterilizados. Segundo Benjamin, não há problema em tocar as mãozinhas do recém-nascido. Só é importante garantir que as suas estejam bem limpas, lavadas com bastante água e sabão.