Médico urologista e doutor em Ciências Médicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), também é membro da...
iNão há prejuízo conhecido ao organismo quando o homem não ejacula regularmente. Existem mecanismos fisiológicos que permitem a regulação das secreções oriundas das glândulas envolvidas na produção do sêmen: próstata, vesículas seminais e os testículos.
Na criança, assim que se inicia a puberdade e a testosterona aumenta sua concentração, ocorre o fenômeno conhecido como "polução noturna", emissão do esperma durante a noite, em sonhos. No adulto e inclusive nos idosos, também pode ocorrer episódios de polução quando a frequência sexual é subitamente alterada.
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Além disso, quando ocorre acúmulo de espermatozoides, por exemplo, depois da vasectomia bilateral, o próprio organismo reabsorve as células mais antigas e reaproveita o material para sintetizar novas.
Todavia estudos que visam descobrir como prevenir doenças da próstata, inclusive o câncer, sugerem que a freqüência de ejaculação estaria inversamente relacionada com a chance de ter problemas. Quer dizer: quem ejacula mais teria menos risco de desenvolver doenças da próstata.
Ereção e saúde do pênis
O pênis é um órgão com músculos. Vários estudos demonstram que a ausência de ereções pode afetar negativamente a qualidade do tecido erétil. Por isso mesmo, o organismo supre a falta de atividade sexual com as chamadas "ereções fisiológicas", que são aquelas que ocorrem durante o sono profundo e também pela manhã, acompanhando a vontade de urinar.
Em situações em que as ereções fisiológicas deixam de ocorrer naturalmente, como por exemplo, no diabético, no homem que retirou a próstata para tratar câncer e ainda nos casos onde ocorrem quedas abruptas nos níveis de testosterona, é muito importante que as ereções sejam provocadas pela atividade sexual (relação ou masturbação) com ou sem a ajuda de medicamentos.
Portanto, as ereções são sim muito importantes para manutenção da saúde do pênis!
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Importância da masturbação
No adolescente, com o grande impacto da elevação dos níveis de testosterona, existe uma grande energia ligada ao desejo sexual. Na falta de uma parceira, a masturbação costuma ser uma grande válvula de escape para aliviar um pouco da ansiedade natural da idade e presente no início da vida sexual. Nessa etapa, quando existe fimose ou freio do prepúcio curto, o rapaz costuma pedir ajuda aos pais, reclamando de dor no local. Precisa de avaliação especializada porque em determinadas circunstâncias pode ser necessária a correção do problema através de cirurgia.
Com o avançar da idade, amadurecimento sexual e oportunidades de relacionamentos, ocorre uma redução na necessidade da masturbação e as relações sexuais vão se tornando mais frequentes. Importante lembrar que o excesso de masturbação pode ser um sinal de dificuldade de socialização, o que também merece uma atenção.
Com a internet e o contato cada vez mais precoce com a pornografia, muitos rapazes passam a depender de níveis de excitação mais difíceis de obter com o sexo a dois. Após o casamento é muito comum que o homem persista com o hábito de se masturbar, sendo isso usualmente atribuído à menor demanda sexual da mulher especialmente após a gestação.
Vários autores discordam desses preceitos, mas o percentual de masturbação nas mulheres costuma se mostrar inferior ao dos homens em estudos epidemiológicos abordando a sexualidade.
Nos idosos, devido à queda gradativa das taxas de testosterona, comumente a pulsão sexual se reduz e a masturbação ocorre com menor freqüência. Aqui, a diminuição da intensidade do orgasmo e a necessidade de maior estímulo para atingi-lo são apresentadas como motivos freqüentes para o abandono da masturbação.
Do ponto de vista físico, a masturbação parece reduzir o risco de algumas doenças, inclusive o câncer da próstata. Por outro lado, o excesso da prática masturbatória pode trazer prejuízos na vida social e até conjugal dependendo das mudanças que ele ocasione na sexualidade.
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Excesso de masturbação
Quando a masturbação provoca ferimentos no pênis e afasta o homem da vida social ou até quando diminui a interação com a parceira ou parceiro, ela pode estar sendo prejudicial.
Os riscos da masturbação excessiva, aquela que acaba por sobrepor-se à atividade sexual a dois, envolvem não somente o isolamento daquele que se masturba, como também a mudança dos estímulos necessários para o bom desempenho e para a satisfação sexual durante a relação. Ou seja, o homem acha que a masturbação isolada com estímulos pornográficos é mais satisfatória, gerando desinteresse e reduzindo a freqüência de encontros do casal.