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Quando dois viram três, o que muda não é só o número. Um casal que acabou de ter um filho encara novas responsabilidades e hábitos que chegam de forma súbita. Além de tudo, se conhecem não só na forma de esposos ou namorados, mas também de mãe e pai. Isso pode ser uma jornada positiva, com muitos aprendizados, mas nem sempre é assim. Às vezes este novo período gera atritos e brigas, e nem todo mundo está disposto a insistir no relacionamento.
Uma pesquisa inglesa perguntou a casais se isto aconteceu com eles também. Dos pesquisados, 70% continuaram juntos mesmo tendo passado por um período de infelicidade conjugal após o nascimento do primeiro filho. Destes, 68% se consideravam um casal feliz 10 anos depois.
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O estudo analisou dados de 9962 mulheres que tinham tido filhos em 2000 e 2001 e estavam em um relacionamento.
Diretor da Marriage Foundation, que fez a pesquisa, Harry Benson explica que, ao contrário do que se acredita, persistir em casamentos infelizes pode ser a melhor coisa que pode fazer. "Muitos casamentos têm momentos infelizes. Mas, para além dos casos em que há abusos e agressão, a maioria dos casais pode trabalhar sobre essas dificuldades e ser feliz no futuro", explicou.
Ele ainda sugere um caminho para salvar este relacionamento: o casal precisa voltar a ter encontros, como faziam na época de namorados. Isto porque, de acordo com outra pesquisa do mesmo instituto, quem tem esse hábito tem 14% a menos de chance de se separar.
A importância de ouvir um profissional
De acordo com Luciana Kotaka, em artigo ao Minha Vida sobre a importância da terapia em casal, a separação pode acontecer por uma inabilidade do casal em resolver conflitos. Cada um usa os seus próprios referenciais para julgar sem ao menos dar a chance de ouvir o outro, pois normalmente estamos tão presos a crenças que fomos criados que não enxergamos outras realidades. Ouvimos somente o que queremos ouvir e interpretamos de forma distorcida situações que de alguma forma nos são convenientes.
O trabalho terapêutico irá possibilitar a recontextualização das situações vivenciadas em casal, revendo crenças que cada um tem em relação ao casamento. Como estamos envolvidos na relação disfuncional (com conflitos), não temos percepção do quanto a relação deve ser dupla em vez de uma via única, ou seja, ela depende da ação conjunta do casal para que o casamento se ajuste e o casal possa reconstruir a vida