Com experiência na cobertura de saúde, especializou-se no segmento de família, com foco em gravidez e maternidade.
Temple Grandin nasceu em 1947 em Boston, nos Estados Unidos. Até os três anos e meio, ela não tinha começado a falar. Teve acesso a um tratamento para desenvolver a fala e começou a frequentar a escola. Durante a juventude, os traços do autismo faziam com que ela fosse considerada "estranha", e chegou a sofrer bullying na escola.
Com o passar dos anos, sua sensibilidade e capacidade de pensar em imagens a levou a um PhD em zootecnia e a algumas invenções que melhoram o bem-estar animal em fazendas e abatedouros. Atualmente, metade das criações de gado dos Estados Unidos são criadas em instalações projetadas pela doutora Grandin.
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O autismo também sempre foi tema de seus estudos e pesquisas. No livro "O Cérebro Autista", ela descreve exatamente como é ter passado por todas essas experiências em sua pele.
O Transtorno do Espectro do Autismo é um conjunto de transtornos de desenvolvimento que geralmente comprometem as habilidades de interação social e comunicação de uma pessoa.
Temple Grandin esteve no Brasil para falar sobre suas invenções e descobertas principalmente ligadas ao manejo de animais. No entanto, na coletiva de imprensa, ela também deu alguns ensinamentos sobre o autismo sob a perspectiva de alguém que vive há 71 anos com ele.
1 - Diagnóstico precoce é importante
Os sinais do autismo aparecem, em geral, antes dos 3 anos de idade de uma criança. No entanto, há muitos pesquisadores debruçados em buscar um diagnóstico cada vez mais precoce. Para Temple, buscar esse diagnóstico cada vez mais cedo é essencial, já que bebês têm um jeito certo de ser estimulados quando se desenvolvem com autismo.
2 - Pessoas com espectro autistas devem encontrar qual é seu ponto forte e desenvolvê-lo
Hoje se acredita que diversos inventores e cientistas famosos tinham o espectro autista. Isso mostra que, apesar de poderem apresentar dificuldades em interagir socialmente, outras capacidades podem ser desenvolvidas de maneira excepcional, se estimuladas.
Encontrar as habilidades de seus filhos e focar nelas é outro conselho que Temple dá para os pais de crianças com autismo. E elas não precisam estar no campo das ciências. Muitos autistas se desenvolvem muito nas artes, por exemplo.
3 - Habilidades sociais têm que ser ensinadas
Aos 71 anos, a vida profissional de Temple está a todo vapor. Ela viaja pelo mundo avaliando e prestando consultoria a fazendeiros e empresas que desejam um manejo com menos sofrimento para seu gado.
Essa rotina levou a um questionamento: mas os autistas não tinham dificuldade de interação social? Temple explicou de uma forma muito simples: as habilidades sociais são mais uma das coisas que podem ser ensinadas ainda na infância a um autista. Segundo ela, é como introduzir uma cultura nova a um estrangeiro.
4 - Limite para o videogames, brincadeiras certas
E para que essas habilidades sejam cada vez mais trabalhadas nas crianças autistas, limitar o videogame a no máximo uma hora por dia é essencial, segundo a cientista.
Temple enfatizou que, para essas crianças, variar os tipos de brincadeiras a que elas têm acesso é o ideal.