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Sabemos da importância do aleitamento materno para o crescimento adequado do bebê. Porém, nem todas as mulheres têm a possibilidade de amamentar seus filhos e precisam recorrer ao uso de fórmulas infantis para auxiliar nas necessidades dos seus pequenos.
O fato é que, com o leite materno ou fórmulas infantis, os bebês são suscetíveis às temidas cólicas, o que provoca angústia e preocupação nos pais. Elas ocorrem devido a uma combinação de causas distintas, como a imaturidade do sistema digestivo dos bebês até a pega incorreta na hora da amamentação, que faz com que a criança engula mais ar ao tentar sugar o peito da mãe ou o bico da mamadeira.
Independentemente do tipo de amamentação, é possível lidar com esse desconforto e garantir que o seu bebê se desenvolva com saúde, sem sofrimento. Veja abaixo algumas dicas de como evitar o surgimento das cólicas e também minimizá-las no dia-a-dia dos pais e bebês:
Uso correto da mamadeira e liberação de gases
Quando os bebês precisam se alimentar usando a mamadeira, eles não conseguem controlar tão bem a saída do leite e não abocanham completamente o bico do acessório - isso pode fazer com que eles engulam uma quantidade maior de ar durante a mamada. Por isso, é normal que os bebês sintam um pouco mais de desconforto em relação a gases que podem provocar cólicas** e arrotos.
O pediatra Marcus Renato de Carvalho, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em amamentação, alerta que, para evitar que os desconfortos sejam constantes, a amamentação por mamadeira deve ser feita de um jeito específico: "A inclinação da mamadeira é importante para que o bebê mame de verdade e não mastigue a chupeta. Portanto, há uma boa inclinação quando aparecem pequenas bolhas na mamadeira. Além disso, o bico da mamadeira deve estar sempre cheio para evitar que o bebê engula ar. É importante não dar mamadeira com o bebê deitado, o ideal é semi-sentado e sempre colocá-lo para arrotar em pé no colo".
Quando preso no organismo, o ar ingerido pode acabar favorecendo a formação de gases, que causam desconforto abdominal e cólicas. Os medicamentos à base de simeticona podem ser uma alternativa, pois rompem as bolhas de ar causadoras dos gases e das cólicas, deixando seu bebê bem mais confortável.
Ambiente aconchegante
Sabemos que os momentos em que as cólicas aparecem podem causar muita ansiedade nos pais. Essa agitação, por sua vez, acaba afetando o bebê, que se sente inseguro e reage à dor com mais intensidade. A dica, nesses casos, é deixar o ambiente o mais aconchegante e seguro o possível para a criança, embalando-a nos braços, de preferência de bruços.
Cuidados como estes ajudam a reduzir o estresse do seu bebê, que ainda não sabe lidar com as cólicas e precisa da segurança dos pais. A sua tranquilidade, portanto, faz toda a diferença na hora de acalmá-lo: se você se sentir sobrecarregada, peça a ajuda de alguém e tente aliviar a tensão por alguns minutos, só para evitar que o bebê se sinta ainda mais inseguro com a sua reação, que é natural nesses primeiros meses de vida. Respire fundo, distraia-se rapidamente e volte quando se sentir mais tranquila para embalar o seu bebê com paciência, ternura e calma.
A técnica para amamentar, seja no peito ou na mamadeira, pode fazer a diferença na hora de prevenir as cólicas e outros desconfortos no bebê. Por isso, é muito importante atentar-se à pega e à posição do bebê ao amamentar, a fim de evitar que ele engula muito ar durante o processo. Outros fatores, como imaturidade intestinal, também podem agravar esses sintomas; lembre-se, portanto, de sempre consultar o seu médico pediatra para investigar a causa dos desconfortos do bebê.
Médico consultado: Marcus Renato de Carvalho - CRM 52396770 - RJ
**Referências:
1. Cristine M. Trahms e Kelly N. McKeans. Nutrição no estágio inicial da Infância. In: Mahan, K & Sylvia, E. Krause´s food nutrition & diet therapy. 13.Ed. São Paulo: Roca,2013.
2. Weffort, VRS. Fórmulas e suplementos infantis. In: Nutrição em pediatria da neonatologia à adolescência. 2ª.Ed. São Paulo: Manole, 2017.