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Um estudo apresentado no Congresso ESC 2018 afirma que a dieta low carb não é uma forma segura de emagrecer e deve ser evitada. Isso porque os pesquisadores descobriram que pessoas que consumiram uma dieta pobre em carboidratos tinham maior risco de morte prematura.
"A dieta pobre em carboidratos também aumentou os riscos de causas individuais de morte, incluindo doenças coronárias, acidente vascular cerebral e câncer. Essas dietas devem ser evitadas", afirma o professor Maciej Banach, da Universidade Médica de Lodz, na Polônia.
A obesidade é um importante problema de saúde em todo o mundo e aumenta o risco de várias condições crônicas, incluindo doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer. Diferentes dietas têm sido sugeridas para perda de peso, como dietas pobres em carboidratos e altas em proteína e gordura. Porém, a segurança a longo prazo dessas dietas ainda é controversa.
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Este estudo examinou prospectivamente a relação entre dietas pobres em carboidratos, morte por todas as causas e mortes por doença coronariana, doença cerebrovascular (incluindo acidente vascular cerebral) e câncer, em uma amostra nacionalmente representativa de 24.825 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos EUA (NHANES) durante 1999 a 2010.
Em comparação com os participantes com o maior consumo de carboidratos, aqueles com a menor ingestão tiveram um risco 32% maior de morte por todas as causas durante um período médio de 6,4 anos de acompanhamento. Além disso, os riscos de morte por doença coronariana, doença cerebrovascular e câncer aumentaram em 51%, 50% e 35%, respectivamente.
Os resultados foram confirmados em uma análise de um total de sete estudos com 447.506 participantes e um seguimento médio de 15,6 anos, que encontraram 15%, 13% e 8% de aumento no risco de mortalidade total, cardiovascular e de câncer (em comparação com as dietas ricas em carboidratos).
"Dietas low carb podem ser úteis a curto prazo para perder peso, baixar a pressão arterial e melhorar o controle da glicose no sangue, mas nosso estudo sugere que a longo prazo eles estão ligados a um aumento do risco de morte de qualquer causa e mortes devido a doença cardiovascular, doença cerebrovascular e câncer", ressalta o Professor Banach.
Os participantes do estudo NHANES tinham uma idade média de 47,6 anos e 51% eram mulheres. Eles foram divididos com base na porcentagem usual de carboidratos em sua dieta. Os riscos de morte por todas as causas e causas específicas em um segmento médio de 6,4 anos aumentaram a cada queda na ingestão de carboidratos e permaneceram significativos após o ajuste de todos os fatores disponíveis que podem ter influenciado a associação.
Os pesquisadores também examinaram a ligação entre todas as causas de morte e dietas pobres em carboidratos para pessoas com obesidade (IMC - índice de massa corporal de 30 kg/m2 ou maior) e não obesos (IMC abaixo de 30 kg/m2) em participantes de dois grupos etários: 55 anos e mais velhos versus menores de 55 anos. Assim, eles descobriram que o vínculo foi mais forte entre os participantes mais velhos não obesos.
Com relação aos mecanismos subjacentes à correlação entre dietas pobres em carboidratos e morte, o professor Banach observou que a proteína animal, e especificamente carne vermelha e processada, já foi associada a um risco aumentado de câncer. "A redução da ingestão de fibras e frutas e aumento da ingestão de proteína animal, colesterol e gordura saturada com estas dietas podem desempenhar um papel. Diferenças em minerais, vitaminas e fitoquímicos também podem estar envolvidos", conclui Banach.