Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Um estudo desenvolvido pela Universidade de Hiroshima, no Japão, descobriu um método que permitirá que os pais escolham o sexo do bebê através de um tratamento químico. O experimento, até então testado em animais, poderá ser desenvolvido para o uso humano em alguns anos.
Bebês do sexo feminino possuem dois cromossomos "X" em suas células, enquanto os do sexo masculino possuem um "X" e um "Y". Através do tratamento, os cromossomos poderão ser separados durante a fertilização in vitro ou inseminação artificial, permitindo que os pais escolham o gênero de sua preferência.
Os cientistas descobriram que é possível desacelerar o desenvolvimento do cromossomo X (feminino) quando um certo tipo de produto químico é adicionado no esperma, enquanto o cromossomo Y (masculino) se acelera.
O estudo foi divulgado pelo jornal científico "Plos Biology". Um dos co-autores, professor Masayuki Shimada, disse: "A diferença na expressão do receptor dos genes pelos dois cromossomos promove uma base para métodos com grande potencial de separar X do Y e nós já fomos bem sucedidos na seleção da produção feminina e masculina em gados e porcos através desse método".
Apesar do avanço promissor na técnica, Shimada afirma que ainda há um grande caminho a ser percorrido antes que ela possa ser aplicada em seres humanos. "O uso dessa técnica na reprodução humana está ainda em especulação, pois envolve grandes questões éticas e morais independente da eficácia desse novo método."
Outras técnicas de separação de cromossomos já foram estudadas e aplicadas anteriormente, mas o estudo desenvolvido pelos cientistas de Hiroshima se difere por sua simplicidade, podendo ser realizada de forma mais segura e barata, não afetando o DNA do bebê.
No Brasil é proibido a escolha de sexo e de características físicas da criança em métodos de reprodução assistida. O Conselho Federal de Medicina apenas permite que a seleção ocorra em casais que possuem algum risco de doença que possa se desenvolver com maior facilidade em um dos sexos. Em países como os Estados Unidos, por exemplo, pais que realizam procedimentos de fertilização artificial podem optar pela escolha de gênero.
Além do uso humano para a escolha entre bebês meninos ou meninas, os cientistas esperam que essa descoberta também seja útil para a agricultura, que dará aos fazendeiros o poder de controlar o número de gados e vacas leiteiras, por exemplo.