Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iMesmo que não seja o primeiro filho do casal, a chegada de um bebê na composição de uma família muda completamente a rotina. E modifica também o comportamento da mulher, que passa por uma série de alterações hormonais e acaba não tendo interesse em relacionamento afetivo ou sexual por um tempo.
"A natureza é sábia e faz os hormônios — ocitocina, o hormônio do vínculo; e dopamina, o hormônio do prazer não relacionado a desejo sexual — e a energia da mulher ficarem voltados para o bebê, porque ele precisa de cuidados. Fisicamente, ela é muito exigida. É ótimo para o bebê, mas coloca o relacionamento de lado temporariamente", afirma a psicóloga e terapeuta de casal e familiar Marina Vasconcellos.
Débora Pádua, sexóloga e fisioterapeuta pélvica, acrescenta a esse "coquetel hormonal" a presença da prolactina, acionada para a produção de leite e que tem como efeito colateral a diminuição da excitação e da lubrificação da mulher. "A produção de leite e as noites mal dormidas para cuidar do bebê, que acorda várias vezes, deixam a mulher exausta. Ela não fica muito disponível para o parceiro ou para o sexo", diz.
Isso, observa a especialista, "pode causar atrito entre o casal, pois o homem não tem alterações hormonais e a vida dele, por mais que ajude a mulher, continua muito parecida com como era antes do nascimento; ela tem o componente físico, e ele não."
Mas não é regra que a causa do esfriamento do relacionamento amoroso-sexual seja sempre a entrega da mãe aos cuidados com o filho. Um componente relevante nesse cenário é a importância que o próprio casal, como time, dá ao que está acontecendo. É o que conta Oswaldo M. Rodrigues Jr., psicólogo especialista em sexualidade: "Muitos casais buscam engravidar. Se o projeto era ter um filho e conseguiram, o sexo deixa de ser importante para o casal. E também precisamos considerar que, com a vinda do filho, ambos terão muito mais o que fazer do que preparar o ambiente para o sexo."
6 dicas para reconstruir a conexão entre o casal depois da chegada do filho
Independentemente dos motivos que levaram a um distanciamento entre o casal, é importante ter em mente que isso é temporário, passageiro, e em alguns meses - no máximo um ano, o primeiro ano de vida do bebê - tudo pode voltar ao normal. E os dois podem e devem tomar atitudes para construir novamente uma conexão emocional e física-sexual.
Com a ajuda dos especialistas consultados para esta matéria, trazemos aqui seis dicas para facilitar a aproximação dos dois. Confira!
Sair em um encontro romântico
Depois de um período de dedicação total ao bebê, uma boa ideia é que o casal saia em um encontro romântico, como nos tempos de namorados ou de antes do nascimento do filho: cinema, jantar, umas horas em um motel com direito a quarto decorado. Para que isso seja possível, parentes ou amigos podem ser acionados para cuidar do bebê por algumas horas.
Ter cuidado com a saúde íntima da mulher
Por causa dos hormônios mencionados anteriormente, é possível que a mulher não tenha lubrificação suficiente nas primeiras relações sexuais. Para que as penetrações não causem dor e não acabem minando a possibilidade de futuras transas, é indispensável o uso de um lubrificante à base d'água nas primeiras vezes.
Reservar momentos para conversas em casa
Colocar o bebê para dormir, jantar em casal e conversar sobre a vida e as coisas que têm chamado a atenção são ótimas atitudes para reaproximar o casal - nem sempre é preciso ter sexo envolvido. Uma conversa de adultos sobre assuntos que não envolvam a criança é um ótimo lembrete das razões pelas quais essas duas pessoas formam uma dupla tão boa!
Fazer surpresas românticas ou eróticas um para o outro
Dar um presente sem data comemorativa, mandar uma mensagem picante no meio do dia, preparar um clima gostoso para verem um filme especialmente selecionado à noite... Existem várias formas de despertar uma chama inesperada entre o casal. E isso pode partir de ambos os lados, claro.
Não ter expectativas de que tudo será igual a antes
Tudo mudou depois do nascimento do bebê: o corpo e a cabeça da mulher, a percepção do companheiro em relação a ela - inclusive de forma positiva, por perceber que ela é capaz de vários papéis ao mesmo tempo -, a disposição física de ambos. Então, nada mais natural que a interação romântica seja um pouco diferente também. E tudo bem: é uma nova fase em que os dois embarcam juntos e na mesma sintonia.
Não "deixar pra lá" se perceberem que a reconexão não está ocorrendo
É comum os casais abafem a situação caso a reconexão não flua naturalmente ou mesmo com os esforços de uma parte e da outra - afinal, há muita correria para ser resolvida no dia a dia e eles acabam deixando isso pra lá, vivendo cada dia de uma vez e pronto.
Mas uma hora isso "explode" e o relacionamento pode ficar em risco.
Para que não chegue a esse ponto, é bom pedir ajuda ao notar que algo não vai bem. Terapia de casal é um excelente caminho: a análise e a intervenção de uma pessoa que observa de fora a dinâmica da dupla pode fazer toda a diferença para estabelecer os canais de ligação adequados e necessários.