Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Uma francesa de 36 anos virou notícia no mundo após ter os pés e parte dos dedos amputados por conta do uso indevido do coletor menstrual. Depois de passar muitas horas com o produto inserido no canal vaginal, Sandrine Graneau sofreu um episódio de síndrome do choque tóxico, que acabou gerando consequências bem graves.
A condição, provocada por uma infecção bacteriana, é frequentemente associada ao uso prolongado de absorventes internos. Ao jornal Le Parisien, porém, a francesa afirmou que não sabe por quanto tempo ficou com o coletor naquela ocasião.
Para a reportagem, Sandrine reclamou que as informações dadas pelos fabricantes do produto são confusas, já alguns falam para utilizá-lo por até 4 horas, enquanto outros indicam um prazo máximo de 12 horas.
No caso da francesa, a doença acabou afetando os rins, o fígado e os pulmões. Diante do agravamento de seu quadro, ela precisou ficar três semanas internadas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e teve seus pés e alguns dedos das mãos amputados.
Coletor menstrual x absorvente interno
A síndrome do choque tóxico se trata de uma condição rara, que precisa de atendimento médico imediato. Embora possa atingir homens também, ela é mais comum em mulheres no período menstrual e precisa ser tratada com antibióticos.
Em geral, os casos da doença são relacionados ao uso de absorventes internos e são poucos os relatos de ocorrência da síndrome com o coletor menstrual. O risco existe quando a mulher passa mais de seis horas com o tampão ou até 12 horas com o "copinho".
Os principais sintomas da síndrome do choque tóxico são:
- Febre alta
- Pressão baixa (hipotensão)
- Confusão mental
- Tontura
- Dor de cabeça
- Vômitos
- Diarreia
- Dor muscular
- Vermelhidão nos olhos, boca e garganta.
Além destes sinais, a doença também pode estar relacionada à insuficiência renal, aumento das enzimas hepáticas e queda no número de plaquetas. A infecção pode progredir rapidamente, causando insuficiência respiratória e, em casos extremos, amputação do local atingido e até morte.
Coletor menstrual é seguro?
Uma pesquisa recente da revista The Lancet Public Health analisou dados de mulheres para entender a segurança do coletor menstrual para a saúde feminina. A conclusão do estudo indicou que o produto é seguro e ainda possui benefícios como baixo custo e maior sustentabilidade.
Em termos gerais, o coletor menstrual não aumenta a probabilidade de infecções, não altera a flora ou o pH vaginal e não exala cheiro. Além disso, ele é hipoalergênico, ou seja, não causa alergias em quem usa.
Cuidados com o coletor menstrual
O coletor menstrual é um método para as mulheres recolherem o sangue durante a menstruação. Parecido com um "copinho", ele é inserido no canal vaginal durante o ciclo menstrual e deve ser higienizado regularmente ao longo do dia.
Tempo de uso
Enquanto que o tempo de uso dos absorventes internos é de 4 a 6 horas, o coletor pode ser usado por 8 a 12 horas, dependendo do fluxo da mulher. Além disso, é importante checar o tempo de utilização indicado pelo fabricante. O coletor é reutilizável e pode durar até 10 anos.
Higienização
Um importante fator para evitar infecções, como a síndrome do choque tóxico, é a limpeza do coletor menstrual. A forma de higienização pode variar entre fabricantes, mas é importante que o copo seja fervido após o final de cada ciclo e lavado toda vez que é retirado do canal vaginal. A limpeza pode ser feita com água e sabão neutro, ou álcool, dependendo do fabricante.
Armazenamento
Após limpar e ferver o coletor menstrual, é importante que ele seja armazenado bem seco e na embalagem fornecida ou indicada pelo fabricante, para evitar contaminação.
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