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Seu bebê já tem pouco mais de 5 meses de vida e em breve pode começar a dar alguns sinais da etapa mais importante em seu desenvolvimento emocional, que é a angústia da separação. Isso vem junto com o estranhamento de pessoas que não fazem parte do seu dia a dia.
De acordo com o pediatra Fábio Bozelli, diferente de outros animais que já conseguem lutar pela própria vida desde recém-nascidos, o ser humano é incapaz de sobreviver ao mundo sozinho.
Com isso, o fenômeno conhecido como angústia da separação nos bebês ocorre à medida que a consciência humana vai se formando e os bebês passam a perceber que conseguem fazer algumas coisas por si.
Geralmente, os sinais costumam aparecer por volta dos 6 meses de idade. É durante essa fase que as crianças começam a perceber que são indivíduos independentes de seus pais. Quando a ausência deles vai aumentando gradativamente, o bebê precisa se adaptar a essa nova realidade, que é causadora de uma grande insegurança para ele.
Esse sentimento de insegurança, de acordo com o pediatra, é o fruto do instinto de sobrevivência, pois os pequenos contam com os pais para alimentá-los e protegê-los. A angústia da separação acaba sendo gerada pelo receio da criança em não conseguir comunicar seus anseios para os demais na ausência de seus pais.
Na prática, o bebê precisará de tempo para reconhecer e criar vínculos com uma nova pessoa que entrará em sua vida, seja uma babá, os educadores de uma creche ou até mesmo algum familiar que não seja tão próximo.
O rosto da mãe, por exemplo, é mais facilmente assimilado pelo bebê do que o rosto de um estranho. Conforme a memória passa a ser construída, o bebê vai adquirindo a capacidade de assimilar feições diferentes e assim fazer vínculos que deem suporte emocional para as suas necessidades.
A adaptação a um novo lugar também é uma experiência ameaçadora para o bebê, pois ele entra em contato com algo que não corresponde ao traço de memória do cuidado já recebido anteriormente. Portanto, ele pode apresentar reações similares ao medo como o choro, tremores e comportamento inibido.
Essa fase pode parecer ruim, mas no fundo ela demonstra um grande passo na evolução do pequeno, que permitirá que ele entenda que é um ser independente. Caso você precise deixar seu bebê com outro cuidador com que ele não esteja acostumado, converse com a pessoa sobre as possíveis reações dele.
É importante que o cuidador saiba que ele apresenta essas reações por medo e não por não gostar da pessoa. Entendendo isso, a relação entre cuidador e bebê pode ser tornar mais fácil e garantir maior segurança aos dois.